quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Lapso - Espetáculo "Violetas"


Ontem assisti um monólogo que contava a história da vovó Wilma, nascida em 1933. A neta da Dona Wilma (real) fez uma analogia do feminismo daquela época até hoje.
Me senti muito incomodado, afinal a neta da dona Wilma (Mayra Montenegro) tem a mesma idade que eu, e as situações machistas apresentadas pela Vó, mãe, tia, manicure e dela própria, dialogaram muito comigo, pois vivenciei praticamente  tudo aquilo (com outra perspectiva, masculina, obviamente). Inclusive um fato bem peculiar, que relata a separação de uma das personagens que não pode arrumar outro companheiro pois o ex ameaçava-a de morte, igual meu pai e minha mãe. Meu pai faleceu ano passado, mas separou-se da minha mãe há uns 25 anos, e ela não arrumou outro companheiro pois meu pai passou esses 25 anos ameaçando-a, dentre outras situações apresentadas no monólogo.
Após a apresentação, foi aberto um debate (o SESC é phoda) e valendo-se da timidez que Deus me deu, dei meu depoimento de homem machista. Acreditem, por inúmeras vezes eu sou machista sem me atentar... tenho junto com outros amigos, trabalhado essa condição que é tão enraizada dentro de nós homens.
Bom, porque de todo esse blá blá blá? A trilha sonora da Dona Wilma era obviamente da era do rádio, e a música que mais marcou a Dona Wilma e a neta é uma que me toca profundamente, foi um sucesso estrondoso na voz do Carlos Galhardo (1943 original) e regravada por outros tantos intérpretes (Elis Regina fez um sucesso absurdo também) e ao vivo vi o Ney Matogrosso e o Elymar Santos interpretarem essa lindeza.

P.S.: Ae me perguntam por que não gosto das "musicas atuais", por que sou tão xiita... Respondo que é porque tenho referentes, se o novo não for tão bom ou melhor, eu fico com minha velharia mesmo! Uma música pra dialogar comigo precisa transmitir uma mensagem que agregue algum tipo de valor, caso contrário pra mim não é musica. E Fascinação é fascinante! Trocadilho péssimo eu sei, mas já foi.



Os sonhos mais lindos sonhei
De quimeras mil, um castelo ergui
E no teu olhar, tonto de emoção,
Com sofreguidão, mil venturas previ

O teu corpo é luz, sedução
Poema divino cheio de esplendor
Teu sorriso quente, inebria, entontece
És fascinação, amor


P.S.: Ainda sobre o espetáculo de ontem... Meu irmão (o filho único com mais irmãos do Brasil) Luan algum tempo atrás criticou nossa postura (homens) em relação a forma como as mulheres tratam os assuntos pessoais, ele disse que elas estão muito mais evoluídas, parei pra pensar... homens geralmente, comumente, falam de Música, política, futebol (a maioria) as vezes uma filosofada de boteco... Não paramos para falar dos nossos sentimentos (falo do meu circulo de relacionamento)... Ele criou então um grupo de WhatsApp que chama-se Clube da Luta (referência ao filme, com o feinho do Brad Pitt) e lá tentamos discutir essas questões, inclusive machismo é um tema sempre recorrente, sempre que percebemos ou somos chamados atenção, levamos a questão para o grupo. Pois bem ontem pela manhã, ele mandou no grupo um documentário, a noite ao fim do debate a atriz indicou o mesmo documentário.

Doc. O SILÊNCIO DOS HOMENS - Esse filme é parte de um projeto que ouviu mais de 40 mil pessoas em questões a respeito das masculinidades e desembocou num documentário e num livro-ferramenta baseado nesse estudo com dados públicos.

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