sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Nova Ilusão - Paulinho da Viola

Ah, Claudionor Cruz e Pedro Caetano... não há o que dizer! Essa música é mais uma pedrada dessa dupla de malandros.
Paulinho é da pesada pra valer, não acho que seja o sucessor do Paulo da portela, como diz o samba do Monarco (acho que é mais uma homenagem pelo fato do Paulinho sempre carregar a velha guarda, esquecida pelas aves de rapina, nas costas), mas seu valor para a música brasileira, para o samba é inestimável.
Interessante imaginar que uma mente tão cabulosa (cada canetada fudida esse malandro tem) ficou 10 anos sem gravar por ter se perdido no labirinto da própria mente, e depois desse período retornar compondo e cantando com a mesma qualidade de sempre. Monstro é monstro né!
É de teus olhos a luz
Que ilumina e conduz
Minha nova ilusão
É nos teus olhos que eu vejo
O amor, o desejo do meu coração
És um poema na terra
Uma estrela no céu
Um tesouro no mar
És tanta felicidade
Que nem a metade consigo exaltar

Se um beija-flor descobrisse
A doçura e a meiguice
Que os teus lábios têm
Jamais roçaria as asas breijeiras
Por entre roseiras em jardins de ninguém
Ó dona dos sonhos
Ilusão concebida
Surpresa que a vida
Me fez das mulheres
Há no meu coração uma flor em botão
Que abrirá se quiseres.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Meu Romance - Marcos Sacramento (Musguinha)

"Só gravo as músicas que eu gosto, porque a gente gostando da música, sua história, sua letra, a gente dá um recado mais íntimo. Por isso que eu sempre cantei aquilo que eu gostei, que entra no meu âmago."
Orlando Silva, o cantor das multidões, mandou essa ideia antes de cantar "meu romance", no programa do saudoso Faro.
A modernidade da tradição disco de 1994, salvo engano é o segundo disco do Marcos Sacramento, repertório indigesto, e acho engraçado, pois apesar de conhecer muito de samba, mas estou falando de samba, e muito, o cidadão não se intitula sambista, e tem muito menino nascido nessa década que bate no peito e diz que faz e é sambista... mas, voltando ao que interessa, em 2003 lançou outro álbum de respeito que apresenta um repertório indigesto, pois bem, Noel Rosa, tem? J. Cascata, tem? Wilson Batista, tem? Assis Valente, tem? Nelson Cavaquinho e Ataulfo, tem? Meu povo e minha pova o disco é uma aula de samba! Vou até deixar o link pra quem queira escutar na íntegra sem ter que baixar abasolutamente nada: 
https://www.immub.org/album/memoravel-samba
(Uso sempre esse site para pesquisas).
A interpretação é primorosa, deu uma acelerada no andamento mas manteve a mesma dinâmica, não comprometendo em absolutamente nada a característica da musga, o time que faz o molho, que não é a habitual "panela" do RJ, mandou o recado a vera. De cabeça lembro do Luiz Flávio Alcofra (violão) e Netinho Albuquerque (pandeiro). 
P.S.: Esse disco merecia um LP!
Debaixo daquela jaqueira
Que fica lá do alto majestosa
De onde se avista a turma da Mangueira
Quando se engalana com suas pastoras formosas

Foi lá (quem é que diz?)
Que o nosso amor nasceu
Na tarde daquele memorável samba
Eu me lembro, tu estavas de sandália
Com o teu vestido de malha
No meio daqueles bambas

Nossos olhares cruzaram
E eu para te fazer a vontade
Tirei fora o colarinho
Passei a ser malandrinho
Nunca mais fui a cidade
Pra gozar o teu carinho
Na tranquilidade

E hoje faço parte da turma
No braço eu trago sempre o paletó
Um lenço amarrado no pescoço
Eu já me sinto um outro moço
Com o meu chinelo charló
E até faço valentia
Tiro samba de harmonia

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Obsessão - Mano Décio da Viola (Musguinha)

Isso é uma brasa!
Impressionante como essa leva de compositores conseguiam externalizar seus sentimentos, noto, que sempre cantavam suas vivências, seria essa a munganga pra arrebatar outras almas? Eh, talvez seja esse o caminho...
Que linda melodia
Que lindos acordes
Que lindas passagens musicais
Quando estou inspirado
Fico fora de mim
Não sei se outros autores
Se sentem assim
Este sangue de artista
Não me deixa sossegado
Esta veia de poeta
Conseguiu me dominar
(Me dominar)

Parece que ouço uma orquestra tocando
A orquestra contém violões e pandeiros
Quando terminar o meu delírio
Teremos mais um samba no terreiro

Tinha pedido ao Criador
Que não queria mais compor
Porque me achava cansado
Na minha imaginação
O samba é obsessão
Eu não posso evitar
E daí
Mais uma melodia
Eu fiz para cantar com alegria.

terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Risoleta - Roberto Silva (Musguinha)

Eu sempre vou me questionar, o que aconteceu com as composições dos anos 80 pra cá???
Bem, não tem muito que falar da elegância do cantar do Roberto Silva neh!? 
Ah, como me agrada esses metais, dá uma charme do caraleooooo, num dá naum!?
Ah, hoje em dia não se tem mais tempo de fazer a segunda só de instrumentais e voltar cantando a terceira né!?
Na moral, que merda! hahaha
Vou mandar prender,
Esta nega Risoleta,
Que me fez uma falseta e me desacatou,
Porque não lhe dei o meu amor.
Isto é conversa prá doutor.
E ela foi criada,
Na roda da malandragem,
Hoje vive com visagem.
Eu sei que com esta nega,
Não vou levar a mínima vantagem.
E ela quebrou,
O meu chapéu de palhinha,
De abinha bem curtinha.
E também rasgou,
O terno melhor que eu tinha - Quem me deu foi Rosinha.
E a camisa de seda,
Que eu comprei à prestação da mão do Salomão(Por preço
de ocasião)
E ainda não paguei,
A primeira prestação (Meus Deus do céu, que confusão)

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Tudo Mudou - Chico Da Silva (Musguinha)

Se não me falha a memória esse foi o segundo LP que comprei!
Sou sim, um admirador da obra do grande Chico da Silva. Que pena que as novas gerações não seguiram essa linhagem.
Os malandros maneiros sabiam o que estava porvir, disco de 1979 e o vagabundo me vem com essa crítica pesadíssima.
Não tenho nem o que argumentar sobre a letra, no máximo, posso dizer umas bobagens, já que sou um analfabeto musical, sobre a música. A introdução com distorção das guitas, é uma sarcasmo sensacional, o surdo na cara, bem cadenciado, dando uma sensação fúnebre, e um tamborim frenético que vai, tirar nosso pulsar frenético e volta, uma viola que "eu acho" que não é elétrica, rs... Obrigado Chico da Silva, mais um grande que o povo (grande maioria) fez pequeno, parabéns aos envolvidos. 😔
Mudou
Meu pandeiro de couro se modificou
O pregresso da arte o plastificou
A viola de pinho se eletrificou
Tudo mudou

Mudou
Já existe uma orquestra num só instrumento
A ciência aniquila com nosso talento
E o artista é que sofre com esse advento
Tudo mudou

Mudou
O idioma gritando cadê meu capricho?
É o pacas, é o puts
É o pow, alô bicho
Pra cultura primária o esforço mudou
O mental mudou
Não comunicou
É o Brasil país que tem seu dialeto
O ok não é nosso, não é o concreto
A corruptela de estar ficaria mais certo, "tá" (isso foi genial)
Tudo mudou

Mudou
O abraço não chora pra quem vai partir
O adeus não conversa com que vai ficar
O sorriso não fala pra quem vai sorrir
Tudo mudou

(Ae só pra chatear gastaram o repertório de arrranjo rs)
Mudou
O olhar não tem graça pra quem vai olhar
Só Deus desse mundo é quem não mudou
E o mundo de Deus ainda está no lugar
Mas o resto mudou e como mudou
O menino proveta se enche de glória
A ciência da vida perdeu a memória
Ou será que o amor vai sair da história?

Tudo mudou
Tudo mudou
Mudou...

terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Colibri - Clave de Azes

Pudera eu ser um colibri
Quisera eu não sofrer assim
Não chorava mais
Sem olhar pra trás, jamais

Seria bom o meu viver
No meu coração esperanças mil
A vida doçura
Com mil aventuras
De um passado que ficou 
Me marcou
Novos horizontes pra sonhar
Provar com carinho dos deuses o nectar

Vem aqui, vem aqui
Venha pra ver o cantar de um colibri.



Marcadores