terça-feira, 9 de março de 2021

Mirra, ouro, incenso - Martinho da Vila

Num primeiro momento, quando adentrei no mundo do samba, era inevitável classificar como gênios figuras como Paulo Cesar Pinheiro, Mauro Duarte, Chico Buarque... Depois de um pouco menos de ignorância e com uma crítica totalmente particular sem a influência "do meio" eu acho mesmo que gênio foi Pixinguinha, Jacob, Dorival Caymmi, Noel Rosa e alguns outros poucos, não desmerecendo claro, mas genialidade é algo muito singular pra ser nomeada assim a torto e a direita, já achei Hermínio Bello de Carvalho genial, hoje, gosto de algumas muitas coisas e essa é uma delas, uma lindeza!
Eu lhe dei as porções de alfazema
Que havia guardado pra Deus
E a mirra, o ouro, o incenso
Eu também entreguei pra você
Por aí eu fui me despojando
Dos meus bens e de todos legados
Não valeram meus tantos cuidados
Se perdi o melhor que sonhei
Construí um presépio de areia
E dourei seus caminhos de luz
Povoei o seu chão com as estrelas
Que Orestes um dia pintou
Mas percebo agora de longe
Que você nelas jamais pisou

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