Minha lira tem um jeito de quem está perdido em um caminho sem volta, não há paredes, não há estradas, não há luz nem referentes, há apenas passos desvairados que me conduzem querendo voltar...
domingo, 21 de dezembro de 2014
Chaves - Boa Noite Vizinhança (Completo em HD)
Sem dizer "adeus" jamais
Pois haveremos de nos reunirmos
Muitas, muitas vezes mais!
<3
quarta-feira, 10 de dezembro de 2014
terça-feira, 2 de dezembro de 2014
segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
sábado, 29 de novembro de 2014
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
terça-feira, 11 de novembro de 2014
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
Amor romântico e amor genuíno | Jetsunma Tenzin Palmo on romantic love
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
E Agora, Drummond - João Nogueira
Que será de José?
Que ficou sem tostão
Que perdeu sua fé,
Que não tem mais prazer...
Que deixou de brigar,
Que rendeu-se ao poder...
Que não quer protestar,
Sua raiva murchou
Não tem gana mais não...
A esperança acabou...
E agora Drummond?...
domingo, 12 de outubro de 2014
Rolleiflex
segunda-feira, 6 de outubro de 2014
Frase - Florbela Espanca
domingo, 5 de outubro de 2014
Feliz aniversário - Luan Passos de Souza
Amado irmão, gostaria de estar por ae para lhe dar um grande abraço e dizer pessoalmente o quanto você é importante na minha vida.
Você é um gênio, o mundo pegando fogo e você simplesmente me mete uma mochila nas costas e sai sem nem dar tchau. Claro que vale lembrar que você foi um tremendo fdp, mas está mais que absolvido.
Sua coragem e determinação em sair do seu mundo seguro e buscar liberdade na natureza selvagem, não da mata, mas do ser humano, em buscar respostas para as trilhões de perguntas sem respostas... merece todo respeito.
Ah como não me envaidecer em poder ter discutido "de igual pra igual" umas centenas de vezes... Coragem é para seres de alma gigante, para seres humanos que se permitem viver o inesperado, para quem, mesmo sem saber onde está indo segue seu caminho.
Tenho absoluta admiração por você, não que eu concorde com tudo que faça, claro que não concordo, mas sei que te amo porque consigo respeitar você como é, e a veracidade do que digo está na minha felicidade quando regressou daquele período de isolamento. Ensaiei uma duzia de comidas de rabo, por acreditar que cedo ou tarde regressaria, e o máximo que pude fazer foi conter as lágrimas, eu sou mesmo um bundão!
Talvez uma hora dessas realizemos aquele projeto de vida, que certa madrugada estrada a fora nós acertamos, talvez no RJ ou aqui mesmo no nordeste, o lugar será o menos importante.
EU preciso de você, é vital para mim que continue mantendo sua essência, sozinho não chegarei muito longe. Que sejamos velhos safados também conscientes do que representamos no mundo e para ele.
TE AMO ATÉ PARA SEMPRE!
sábado, 4 de outubro de 2014
Áomse II - Alessandro Brito
Não consigo desfazer aquela velha confusão que surge nesse momento em que a vulnerabilidade me domina e me deixa feito uma criança que não sabe absolutamente nada das coisas da vida.
Meu egoísmo impera, minha filosofia se torna (na minha cabeça) uma verdade tão absoluta, penso que não exista esforço nenhum da outra parte para compartilhar momentos comigo. Meu desejo tem que ser saciado, e nesse instante percebo que tudo se refere a mim, ao que quero, sinto e desejo. Então percebo o quanto preciso evoluir e absterger meu egocentrismo, e nesse milésimo de segundo de reflexão, no instante que este sentimento me consome, vejo brilhar o outro lado da moeda, que me faz questionar se essa verdade absoluta realmente é compartilhada pela outra parte. Xeque-mate! Que fazer com mais este paradoxo?
Quando você venera Johnny Cash eu gosto de você, quando você admira Bukowski é inevitável não gostar de você, então Augusto dos Anjos vem e nos une, gosto disso também. Quando "Into the wild" faz sentido pra você, estou mais próximo de você do que imagina, nesse instante perco o medo de ser julgado, posso contar minha história sem ter medo de censura, então é como deveria ser, somos amigos, mesmo sem saber, desde sempre.
Impressão digital - Ederaldo Gentil
O frio que vem da saudade
Chave de ouro não abre
A porta da felicidade
Tempero nenhum mudará
O doce sabor da afeição
Como também guerra fria
Não vence o calor da paixão
Como tal
Tal qual uma real posição
Cada mão com sua impressão digital
Bem maior o brilho do sol no verão
Cada qual no seu lugar natural
Nenhuma barreira consegue
Impedir a ação do amor
Não a disfarce na face
Para livrar-se da dor
Não há fortaleza que barre
A fraqueza de uma ilusão
Não tem consciência capaz
De trair de negar a razão
Como tal...
Tal qual uma real posição...
quarta-feira, 1 de outubro de 2014
Rolleiflex
terça-feira, 23 de setembro de 2014
Película - Gênio indomável
Sean (Robin Williams) dá uma bela explicação sobre a vida ao seu paciente Will Hunting (Matt Damon). Roteiro: Ben Affleck e Matt Damon
Sean – Pensei no que disse outro dia sobre o meu quadro. Passei metade da noite acordado. Até que me toquei de algo e caí num sono profundo. E não pensei mais nisso. Sabe o que foi?
Will – Não
Sean – Você é só um garoto. Não sabe o que está falando.
Will – Obrigado.
Sean – Tudo bem… Você já saiu de Boston?
Will – Não.
Sean – Se eu te perguntar sobre arte, me dirá tudo escrito sobre o tema. Michelangelo, você sabe muito sobre ele: sua obra, aspirações políticas, ele e o papa, tendências sexuais, tudo. Mas não pode falar do cheiro da Capela Sistina. Nunca esteve lá, nem olhou aquele teto lindo. Nunca o viu. Se eu te perguntar sobre mulheres, me dará uma lista das favoritas. Já deve ter transado algumas vezes, mas não sabe o que é acordar ao lado de uma mulher e se sentir realmente feliz. Você é um garoto sofrido. Se perguntar sobre a guerra, vai me citar Shakespeare “Outra vez ao mar, amigos.” Mas não conhece a guerra. Nunca teve a cabeça do seu melhor amigo no colo e viu seu último suspiro pedindo ajuda. Se te perguntar sobre amor, citará um soneto. Mas nunca olhou uma mulher e se sentiu completamente vulnerável. Alguém que o entendesse com um olhar, como se Deus tivesse posto um anjo na Terra só para você, para salvá-lo do inferno. E você sem saber como ser o anjo dela, como amá-la, apóia-la, estar com ela sempre, em tudo… no câncer. Não sabe o que é dormir sentado num hospital por dois meses, segurando a mão dela, porque os médicos viam em seus olhos que o termo “horário de visitas” não se aplica a você. Não sabe nada de perda, porque ela só ocorre quando você ama algo mais que a si próprio. Duvido que já tenha amado alguém assim. Olho pra você, e não vejo um homem inteligente e confiante. Só um garoto convencido e assustado. Mas você é um gênio, é inegável. Ninguém entenderia sua complexidade. Mas você acha que me conhece por um quadro e disseca minha vida. Você é um órfão, não é? Acha que sei de como sofreu, como se sente, quem você é, porque li Oliver Twist? Você se resume a isso? Pessoalmente estou cagando para isso, porque eu não posso aprender nada sobre você, não posso ler em nenhum livro. A menos que me conte sobre você, quem você é. Isso me fascinaria. Isso sim. Mas não quer fazer isso não é? Morre de medo do que poderia dizer. Você que sabe.
segunda-feira, 22 de setembro de 2014
domingo, 21 de setembro de 2014
Áomse - Alessandro Brito
Acordei fitando-a,
Estava tão linda
Parecia criança de colo, a sonhar
O tempo parecia correr
Adiantando o compasso da vida
Talvez sentisse também
O nosso "querer bem"
Até Athena, deusa da sabedoria
Esteve em nossa companhia
Simbolizada em tua carne
Envolveu-se em nossa fantasia
Senti falta da música
Que tímida se escondeu
Pensando que ali não havia
Espaço nem pra mais uma melodia
Eu falava, você sorria
Sonhávamos mais um dia
Sonhos simples de incertezas
Contemplando a natureza
Caminhamos sem destino
De mãos dadas, nos unimos
Mas cheguei ao fim da estrada
Por que você não me acompanhava?
domingo, 14 de setembro de 2014
Discurso - Cecília Meireles
Um poeta é sempre irmão do vento e da água: deixa seu ritmo por onde passa.
Venho de longe e vou para longe: mas procurei pelo chão os sinais do meu caminho e não vi nada, porque as ervas cresceram e as serpentes andaram.
Também procurei no céu a indicação de uma trajetória, mas houve sempre muitas nuvens.
E suicidaram-se os operários de Babel.
Pois aqui estou, cantando.
Se eu nem sei onde estou, como posso esperar que algum ouvido me escute?
Ah! Se eu nem sei quem sou, como posso esperar que venha alguém gostar de mim?
Frase - Alessandro Brito
Maria Bethania, Dona Canô e etcs... FOGUETE
Tantas vezes eu soltei foguete
Imaginando que você já vinha
Ficava cá no meu canto calada
Ouvindo a barulheira
Que a saudade tinha
É como diz João Cabral de Mello Neto
Um galo sozinho não tece uma manhã
Senti na pele a mão do teu afeto
Quando escutei o canto de acauã
A brisa veio feito cana mole
Doce, me roubou um beijo
Flor de querer bem
Tanta lembrança este carinho trouxe
Um beijo vale pelo que contém
Tantas vezes eu soltei foguete
Imaginando que você já vinha
Ficava cá no meu canto calada
Ouvindo a barulheira
Que a saudade tinha
Tirei a renda da naftalina
Forrei cama, cobri mesa
E fiz uma cortina
Varri a casa com vassoura fina
Armei a rede na varanda
Enfeitada com bonina
Você chegou no amiudar do dia
Eu nunca mais senti tanta alegria
Se eu soubesse soltava foguete
Acendia uma fogueira
E enchia o céu de balão
Nosso amor é tão bonito, tão sincero
Feito festa de São João
quarta-feira, 10 de setembro de 2014
Sentimentos de um homem - Alessandro Brito
Em 1989 entrei para o primário (ensino fundamental) ooo saudade. E foi uma infância inenarrável, maravilhosa, só o fato de conservar alguns tantos amigos (que se tornaram irmãos) daquela época até hoje, não preciso dizer mais certo?
Foto: Nov/2018 - SP |
A década de 1990 foi ainda mais incrível, todo o peso nas minhas costa era passar de ano (nunca se cogitou a possibilidade de repetir, meu pai me mataria, ao menos no meu fantástico mundo de Bob) e brincar de todas as brincadeiras de rua possíveis, tipo:
Pique bandeira
Queimada
Duro ou mole
Pega a pega
Esconde-esconde
Cabra cega
Cabo de força
Estátua
Mimica
Vivo e morto
Polícia e ladrão
Carrinho de rolimã
Fubeca (bolinhda de gude, bila)
Taco
Amarelinha
Passa anel
Telefone sem fio
Stop (Uuuuuuuuu stop)
Futebol (quantos tampões do dedão não ficaram no caminho, um pouquinho de terra em cima pra coagular o sangue e o clássico seguia)
Estrela nova cela (que só depois do google vim saber que era pra ter sido "estreia nova cela", mas já era tarde)
Caiu no poço (Caiu no poço -Quem te tira? - Meu amor - O que você quer dele? - Um beijo na boca)
Pular corda (Salada saladinha bem temperadinha com sal pimenta fogo e foguinhoooo)
Corre cotia (Corre cotia, na casa da tia, corre cipó , na casa da vó, lencinho na mão caiu no chão, moça bonita do meu coração. Pode pegar? Pode! Ninguém vai olhar? Não!)
Adoleta (a-do-le-ta-le-pe-ti-pe-ti-pe-tá le café com chocolá a-do-le-tá puxa rabo do tatu quem saiu foi tu).
Nossa, nunca havia me dado conta de como foi trabalhoso viver essa época.
Como nunca fui sinônimo de beleza, o despertar para as garotas veio mesmo na fase do colegial (ensino fundamental) 1997. Raspei o cabelo, coloquei lentes de contato, um par de brincos na mesma orelha, e me vinguei de um monte de moças que não me davam bola. Época também que comecei a descobrir meu corpo, fase sensacional.
Apenas na chegada do novo milênio é que de fato cai na vida real. Dependendo do ponto de vista claro!
Então veio o golpe mais duro, aquele mundo com o formato padrão que me foi apresentado lá no início da minha história começou a refletir sobre mim. Não teria problema, eu seguiria o fluxo normalmente, levando uma vidinha medíocre e feliz, se não tivesse sido apresentado a algumas pessoas e suas histórias tocantes.
É lamentável ver como é moldado e parametrizado o sentimento de um homem nessa sociedade doente.
Ainda vivemos em tempos toscamente machista, e nesses moldes, um homem que se mostra "fraco" perde cartaz. Que tolice, eu vivo por me apaixonar e dar cabeçadas, cada coração alheio é um universo paralelo ao meu, não é possível controlá-los, logo cada novo instante é uma nova surpresa, e o que fazer se não sentir?
Mas sentir de verdade, desenfreadamente, sem medo de exposição ou censura. Cada desengano, ou nova desilusão, deve se transformar em uma nova lição. Eu me projeto, falo o que penso, demonstro sim, toda fraqueza e tenho tido que me recompor e me refazer. Lá se vão três anos e meio solteiro, não por falta de me permitir ou me apaixonar, mas por falta de alguém que apenas me reconheça.
Tudo que tenho é a esperança de um novo dia. Não posso ser negligente quanto a isso, não me daria ao luxo de desistir por ter me ferido algumas vezes, seria muita covardia de minha parte.
Quem tem medo de se entregar, não merece ser feliz, seria injusto para com aqueles, que como eu, se jogam no abismo.
É tudo tão confuso no agir e tão simples no sentir. Mas, surgem milhões de paradoxos; ligar ou não ligar; escrever; falar; convidar; presentear; voltar; seguir...
É preciso saber quanto custa (não falo de valores R$) cada coisa em nossa vida. Para saber quanto custa namorar é preciso ter sido solteiro por algum tempo. Para se saber quanto custa ser solteiro é preciso ter estado em um relacionamento por algum tempo. Para saber quanto custa ser casado é preciso ter sido solteiro e ter namorado por algum tempo. Sem estas experiências não acho muito confiável alguns "sentir".
Talvez por ter experienciado uma parcela de cada um, hoje seja fácil definir o que mais me apetece. Também se tornou mais ameno, expor meus sentimentos sem medo. Mas, ao mesmo tempo, parece tão difícil ser reconhecido.
Tenho sentindo falta de uma companheira, mas os sentimentos alheios tem se apresentado tão fugazes...
A porta continua entre aberta, espero poder escancara-la dentro em breve.
Perfume de mulher - Al Pacino
No filme "Perfume de Mulher" há uma cena inesquecível, quando Al Pacino que vive um personagem cego tira uma moça para dançar e ela responde:
- Não posso, porque meu noivo vai chegar a qualquer momento.
-Mas em um momento se vive uma vida, responde ele, conduzindo-a em um passo de tango...
"Em um momento se vive uma vida"...
segunda-feira, 8 de setembro de 2014
Jingle Brinquedos Estrela 1987
A estrela é nossa companheira, nossa brincadeira, nossa diversão.
A estrela entende a gente, traz sempre pra gente uma nova invenção.
Todo segredo, de um brinquedo, vive na nossa emoção.
Toda criança, tem uma Estrela, dentro do coração.
Meu Querido Poney, Sapeca e Bambina,
Moranguinho e sua coleção.
Ponte Car, Kork, Comandos em Ação, Jogo da Operação
HeMan e Tremilique, Escolinha da Moda, Chuquinha, Trombada e Dragão.
E os Super Powers protegem a Barbie, a estrela da constelação.
Todo segredo de um brinquedo, vive na nossa emoção
Toda criança tem uma estrela, dentro do coração.
A Estrela estrelando, brincando com a gente, e a gente brincando feliz.
A vida é um sonho, e o sonho é da gente, criança estrelando feliz.
Todo segredo de um brinquedo, vive na nossa emoção.
Toda criança tem uma estrela, dentro do coração.
Toda criança tem uma estrela, dentro do coração.
domingo, 7 de setembro de 2014
Eleições - 2014
CADA CIVIL QUE SE PROJETOU AS RUAS, ASSUMINDO OS RISCOS DE ENFRENTAR ESSA DITADURA MAQUIADA, PODE SER EXEMPLO PARA SEU PRÓXIMO, FAZER DIFERENÇA DENTRO DO SEU MEIO E É ASSIM QUE SE MUDA O MUNDO.
SINCERAMENTE, NUNCA IMAGINEI QUE HOUVESSE TANTA GENTE DA MINHA GERAÇÃO (E PRÓXIMAS) PREOCUPADOS COM POLÍTICA E DISPOSTOS A LUTAR.
FOI REALMENTE MUITO IMPORTANTE FAZER PARTE DAQUELES MILHÕES, QUE SÓ EXISTIU PORQUE NÃO FICAMOS CRITICANDO OU FAZENDO MÉDIA POR INTERNET.
ESPERANÇA RENOVADA... VEREMOS AGORA NESSA ELEIÇÃO O QUANTO FOI EFETIVO ESSAS MANIFESTAÇÕES.
ESTES SAFADOS JAMAIS DEVEM SER REELEITOS!!!!!!
PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira
Coligação: MUDA BRASIL (PSDB / PMN / SD / DEM / PEN / PTN / PTB / PTC / PT do B)
PRESIDENTE - Aécio Neves
GOVERNADOR - Geraldo Alckmim - Cassio Cunha Lima
SENADOR - José Serra - Tasso Jereissati
SÓ COLARIINHO BRANCO, MEU DEUS UMA VERDADEIRA QUADRILHA!!!!!!
PT - Partido dos trabalhadores
Coligação: COLIGAÇÃO COM A FORÇA DO POVO (PT / PMDB / PSD / PP / PR / PROS / PDT / PC do B / PRB)
PRESIDENTE - Dilma
VICE PRESIDENTE - Michel Temer
PT e PMDB ... MEU JESUS CRISTIMMMM (Eu queria ter, pra testa e vê um malote, com glória, fama embrulhado em pacote. Se é isso que seis qué vem pega, jogar num rio de merda e ver vários pula...Dinheiro é foda).
quinta-feira, 4 de setembro de 2014
Metade - Oswaldo Montenegro
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca;
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio...
Que a música que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante;
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade...
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim é o que penso
Mas a outra metade é um vulcão...
Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo
Se torne ao menos suportável;
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei...
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade para faze-la florescer;
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção...
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também.
domingo, 24 de agosto de 2014
Momentos - Samilis
Mas ele tremia de frio.
Dava pra ver umas estrelinhas, entre uma nuvem escura e outra.
Eu sei, você vai dizer que é o cenário perfeito para as minhas inspirações.
E, sim, geralmente seria.
Mas, cá pra nós.
Faltou.
Não é que ele seja uma má companhia, na verdade até certo ponto gosto dele.
É que, são os nossos costumes que estão espalhados demais em mim.
E eu, fiz a pior coisa numa situação assim. Comparei.
Fiquei pensando no que faria, caso fosse nós dois ali.
Você certamente bancaria o durão e fingiria o frio, você tiraria o sapato pra sentir a areia nos pés.
Iria me suspender lá no alto, e me rodopiar até eu ficar tonta.
Você daria falta da lua, e lembraria uma canção antiga.
Um poema talvez.
Você ia repetir que eu fico linda, assim com maquiagem borrada e vento nos cabelos.
E a gente ia rir tanto.
E, íamos falar coisas bobas e leves.
E no caminho pra casa, você colocaria a mão na minha perna, e me olharia com aquele seu olhar de aprovação.
Você, subiria comigo até a porta e me daria um beijo meio inseguro, Ligaria antes de dormir, pra dizer que nossa noite parecia cena de filme, e que escreveria sobre ela.
E, a gente escreveria sobre como é especial, cada momento dividido e somado por nós dois.
Em vez disso, o estranho tremia de frio.
E, reclamava sobre a suposta gripe que teria.
Franzia a testa, com as preocupações de trabalho e grana curta.
E, não entendia meu silêncio olhando o mar.
O estranho tinha na ponta da língua assunto de carros, negócios e viagens internacionais.
E, no caminho sua playlist tocava forró.
E, suas mãos não me tocaram com ternura, e sim com um quê de deixa eu ver se ela tem um corpo legal.
E, dai você vai entender a minha falta de inspiração sobre o estranho.
segunda-feira, 18 de agosto de 2014
Chegada - Alessandro Brito
Vim trilhando o caminho reverso do pau de arara, tentando fugir das futilidades das grifes e dos preconceitos, da frieza humana, da soberba que me cercava, deixando para trás a selva de pedra e buscando nova vida no sertão.
Cheguei até aqui, quase ileso. Cheguei, apesar de todas as incertezas dos meus passos.
Estou cansado, foi uma viagem difícil.
E para minha surpresa, não vejo um quadro muito diferente das mazelas das grandes metrópoles, muito embora ainda encontre valores que a tempos não via.
Ceguei e queria apenas um abraço, sincero, que eu pudesse confiar. Gostaria apenas que ela acalentasse também meus defeitos, não preciso que cure minhas feridas, nem que assuma a responsabilidade da minha felicidade.
Não gostaria de provar que valho a pena, queria apenas que fosse espontâneo, que desde o início fossemos avalistas dos riscos que a vida exige, e que assim seja o suficiente para nós. Que seja leve, sem mudanças radicais nem sacrifícios heroicos. Que possamos fazer valer as lições que aprendemos. Que o mundo fique lá fora enquanto estivermos dentro dele.
Meu coração não anda fraco apesar de todas as cicatrizes, talvez minha mente sim, fraqueje em alguns momentos, é falta de compreensão do que é a vida.
Figuro um sorriso... um olhar... e mantenho a esperança de enfim descansar em paz.
Ilmo Sr. Jones - Alessandro Brito
domingo, 17 de agosto de 2014
Rolleiflex
quarta-feira, 13 de agosto de 2014
Marimbondo
Que eu mesmo capinei
Com um surdo mal feito de lata
Uma escola de samba fundei
Usei corda na avenida
No desfile principal
Esquentava a bateria
Com pedaço de jornal
A minha escola cresceu
E o terreiro hoje tem cobertura
Quem ficou pequenino fui eu
Diante da nova estrutura
Eu quem fundou a escola
Entre trancos e barrancos
Na galeria de sócios
No lugar do meu nome tem um branco
E vou contar a minha mágoa, minha minha dor
Fui barrado na porta da escola que sou fundador
segunda-feira, 11 de agosto de 2014
Emoção - Roberto Riberti
-No momento estamos em falta, serve sensação?
-Não, obrigado, eu quero emoção mesmo!
-Mas as sensações estão em promoção e estão saindo muito bem...
-Agradeço, sabe quando chega?
-Dizer a verdade faz tempo que não recebemos..
-Mas porque?
-Falta de demanda mesmo...as pessoas estão querendo uma vida mais light, entende?
emoções dão trabalho, tem que ser guardadas com cuidado, bem perto do coração...
-Mas tem tanta ‘emoção’ espalhada por aí...zombei.....
-Tudo falsa né, meu amigo? O pessoal tá vendendo como emoção, mas é tudo sensação barata. Aqui pelo menos somos honestos em dizer.
-E saberia dizer onde posso encontrar?
-Difícil hem amigo! Se for daquelas emoções profundas, então... nunca mais vi! acho que tiraram de linha......
-Obrigado então, tenha uma boa tarde!
E sai andando pela calçada, quando cruzei com uma linda mulher de olhar feito de lua.
Num ímpeto falei: - Você também está indo à procura da emoção?
A moça me olhou com espanto, deve ter pensado: - que cara mais esquisito, sujeito mais sem noção!
E eu todo envergonhado com o papel que tinha passado; mas uma coisa era certa:
aquele olhar de lua, toda aquela beleza, me trouxe algum tipo de alento, alguma ternura ímpar, que se não fosse trapaça, uma sensação fazendo pirraça, eu diria que por um acaso, naquele tênue momento, a emoção deu o ar de sua graça!
domingo, 10 de agosto de 2014
Pra viver um grande amor - Carlos Drummond de Andrade
Quebrar barreiras construídas ao longo do tempo,
Por amores do passado que foram em vão
É preciso muita renúncia em ser e mudança no pensar.
É preciso não esquecer que ninguém vem perfeito para nós!
É preciso ver o outro com os olhos da alma e se deixar cativar!
É preciso renunciar ao que não agrada ao seu amor...
Para que se moldem um ao outro como se molda uma escultura,
Aparando as arestas que podem machucar.
É como lapidar um diamante bruto...para fazê-lo brilhar!
E quando decidir que chegou a sua hora de amar,
Lembre-se que é preciso haver identificação de almas!
De gostos, de gestos, de pele...
No modo de sentir e de pensar!
É preciso ver a luz iluminar a aura,
Dando uma chance para que o amor te encontre
Na suavidade morna de uma noite calma...
É preciso se entregar de corpo e alma!
É preciso ter dentro do coração um sonho
Que se acalenta no desejo de: amar e ser amada!
É preciso conhecer no outro o ser tão procurado!
É preciso conquistar e se deixar seduzir...
Entrar no jogo da sedução e deixar fluir!
Amar com emoção para se saber sentir
A sensação do momento em que o amor te devora!
E quando você estiver vivendo no clímax dessa paixão,
Que sinta que essa foi a melhor de suas escolhas!
Que foi seu grande desafio... e o passo mais acertado
De todos os caminhos de sua vida trilhados!
Mas se assim não for...
Que nunca te arrependas pelo amor dado!
Faz parte da vida arriscar-se por um sonho...
Porque se não fosse assim, nunca teríamos sonhado!
Mas, antes de tudo, que você saiba que tem aliado.
Ele se chama TEMPO... seu melhor amigo.
Só ele pode dar todas as certezas do amanhã...
A certeza que... realmente você amou.
A certeza que... realmente você foi amada."
quarta-feira, 6 de agosto de 2014
CONTRASTES - Augusto dos Anjos
O Amor e a Paz, o Ódio e a Carnificina,
O que o homem ama e o que o homem abomina.
Tudo convém para o homem ser completo!
O ângulo obtuso, pois, e o ângulo reto,
Uma feição humana e outra divina
São como a eximenina e a endimenina
Que servem ambas para o mesmo feto!
Eu sei tudo isto mais do que o Eclesiastes!
Por justaposição destes contrastes,
Junta-se um hemisfério a outro hemisfério,
Às alegrias juntam-se as tristezas,
E o carpinteiro que fabrica as mesas
Faz também os caixões do cemitério...
Se tornar o que é - Blog
Que tempos são estes? Que tempos são estes nos quais as necessidades são luxos? Aliás, que tempo doentio é este no qual nem sequer sabemos descobrir nossas necessidades? Nietzsche no primeiro capítulo de Ecce Homo antecipando Foucault descreve belamente um “cuidado de si”. E o cuidado ou “amor de si” passa pela gestão cuidadosa da alimentação, clima, moradia e distração.
Da alimentação: “como você deve se alimentar para alcançar seu máximo de força?” O filósofo diz não se perdoar por ter chegado a esta questão tão tarde, por ter negligenciado por tanto tempo aquilo que era o mais importante, e por ter perdido tanto tempo correndo atrás de objetivos ideais. Até a maturidade comeu mal. A coisa toda é séria, pois uma má alimentação pode levar o indivíduo a negar a vontade de vida. Ele se abstinha do excesso de farinha, gordura, da dieta “canibal” dos ingleses (muita carne), do álcool e do café, por exemplo.
Do clima e da moradia: a ninguém é dado viver em qualquer lugar. O clima acelera ou retarda o metabolismo. O espírito é uma das formas do metabolismo, e aquele sofre, fica fraco, lento num clima que o esmaga, o desencoraja. O clima pode transformar alguém dotado de gênio em um “rabugento especialista” quando há um desacordo entre o clima e o espírito. “Minha vida se passou somente em lugares errados e realmente proibidos para mim (…). Tantos lugares nefastos à minha fisiologia”. Ele considerava melhor para si o ar seco, céu puro, atmosferas semelhantes as encontradas em Atenas, Jerusalém, Florença, Paris.
Da distração: o filósofo do bigode faz referência à leitura e à música. Estas são uma distração porque fazem nosso espírito caminhar com almas alheias, nos desprende de nós mesmos, nos faz vagar por terras desconhecidas. “Vinde a mim, livros agradáveis, livros espirituosos, livros inteligentes!” Ele sugere máximo rigor com aquilo que nos distrai, já que é o alimento do espírito. Nietzsche se alimenta de um pequeno número de livros, aqueles que provaram ser feitos para ele. Fortalecia-se com os escritos de Anatole France, Guy de Maupassant, Stendhal etc. Ele afirma não ter suportado sua juventude sem a música wagneriana. “O que espero realmente da música. Que seja alegre e profunda como uma tarde de outubro”.
Na elaboração de si através do cuidado com a alimentação, a moradia, o clima e a distração o autor de ‘A Gaia ciência’ aponta duas prudências.
A primeira se chama “gosto”. Prudência-gosto. É aprender a escolher, a selecionar, a não ficar exposto e assoberbado com muitas coisas. É belo o pensamento aqui. Não se trata de fechar-se ao mundo, ao novo. Mas evitar gastar energia dizendo “não”. Ficar sempre preso às pequenas recusas nos rebaixa. “O rechaçar, o não deixar que se aproximem é um gasto — não haja engano -, uma energia desperdiçada para fins negativos. Pela simples necessidade constante de defesa é possível tornar-se fraco a ponto de não mais poder se defender”. Imagine morar em uma cidade ou bairro onde quase tudo é contrário a seu gosto. Andar na rua, comer, conversar exigiria sempre recusas, sempre dizer não, sempre em estado de defesa, retenção. Tornamo-nos assim um porco-espinho para tudo repelir. Porém, bom para o espírito não são espinhos mas mãos abertas.
A segunda prudência indica que deve-se evitar tornar-se apenas um “reagente”. Isto é, evitar situações, lugares, coisas e pessoas que limitam a liberdade, a iniciativa. Fugir de situações nas quais só se pode reagir. Este princípio serve para qualquer relação. E fugir aqui não significa somente sair, afastar-se. Mas estar atento as nossas próprias atitudes em uma relação. Nietzsche faz referência a figura do erudito. Ele o qualifica de um decadente. Pois é incapaz de pensar, somente responde a estímulos. O erudito somente reage aos livros.
Causa espanto se deparar com este texto do filósofo alemão. Não pelo seu conteúdo. Mas pelo absoluto abandono das necessidades. Das nossas necessidades. O texto interroga o que fazemos com nossas necessidades.
Há um enorme número de pessoas, não se sabe exatamente quantas, no Brasil que não ingere o mínimo de calorias por dia , 2000, recomendadas pela Organização Mundial da Saúde. Para estas não está colada a questão da alimentação para aumentar a força, mas a luta macabra para não morrer de fome. Por outro lado temos hoje os índices mais altos do mundo, só abaixo dos EUA, em relação ao excesso de peso e obesidade. Nesta última categoria nada menos que 10 milhões de brasileiros. Uns não podem cuidar de si por conta da miséria. Outros por conta do relaxamento.
Poderíamos ir desenvolvendo ponto por ponto. Mas o exemplo da comida vale também para a moradia e a distração. Ou falta quase tudo ou estamos entupidos de lixo em todas as dimensões. O preço pelo abando no de si é bem alto. Pois trata-se da própria vida. Curiosamente quando se fala mais em cuidado, quando proliferam por todos os lados todos os tipos de especialistas, de doutores em tudo, quando constroem médias, padrões e limiares para todos os índices é quando tudo está indo mal. Fico me perguntando, se não estamos cuidando de nós, das nossos necessidades, estamos fazendo o quê? Estamos nos preocupando com o quê?
O filósofo alemão escreve que o cultivo de si através destas necessidades listadas é para que cada um “se torne o que é”. E esta é a tarefa urgente e mais difícil na vida. Se estamos tão desligados, abandonados, relaxados mesmo com a vida, é porque estamos querendo nos tornar outras coisas. Isto é, estamos assujeitados a valores, projetos e metas que não são nossos, que não possibilita a cada um ser o que é. Não podemos pensar que se trata de uma pura digressão no pensamento estas colocações.
Ora, pensemos. Se não se pode ou não se cuida do que come, de onde e como se vive e mora, daquilo que ler, escuta, assiste… o que é que se está a fazer na vida? Os pontos mais importantes são geridos por outros. Significa que a vida de cada um é governada, conduzida por outros. E esta é uma questão qualquer?
Compreendemos por que os poderes não dão folga nestes pontos. Poucos espaços, pouco incentivo, pouca liberdade para pensar e atuar nestas frentes.
É intolerável para qualquer regime político que cada um lute e trabalhe para se tornar o que é.
“Perguntarão por que relatei realmente todas essas coisas pequenas e, seguindo o juízo tradicional, indiferentes: estaria com isso prejudicando a mim mesmo, tanto mais se estou destinado a defender grandes tarefas. Resposta: essas pequenas coisas — alimentação, lugar, clima, distração, toda a casuística do egoísmo — são inconcebivelmente mais importantes do que tudo o que até agora tomou-se como importante. Nisto exatamente é preciso começar a reaprender.”
Fonte: https://medium.com/@textodeguerra/se-tornar-o-que-e-97f122797fc7
sexta-feira, 1 de agosto de 2014
quinta-feira, 31 de julho de 2014
quarta-feira, 30 de julho de 2014
domingo, 27 de julho de 2014
Rolleiflex
Remelexo- SP
Morte e vida severina - João Cabral de Melo Neto
"Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas,
e iguais também porque o sangue
que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida)."
sexta-feira, 25 de julho de 2014
domingo, 20 de julho de 2014
Rubem Alves (Boa Esperança, 15 de setembro de 1933 — Campinas, 19 de julho de 2014)
Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltavam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas que, apesar da idade cronológica, são imaturas.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral ou semelhante bobagem, seja ela qual for.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar ao lado de deus.
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo. O essencial faz a vida valer a pena. Basta o essencial!"
quinta-feira, 19 de junho de 2014
Aquarela nordestina- Marinês
A primeira vez que a ouvi, foi na companhia do meu irmão Luan Passos de Souza na minha vez primeira também no Açai praia, onde também pela primeira vez falei pessoalmente com Jorge Silva.
No Nordeste imenso, quando o sol calcina a terra,
Não se vê uma folha verde na baixa ou na serra.
Juriti não suspira, inhambú seu canto encerra.
Não se vê uma folha verde na baixa ou na serra.
Acauã, bem no alto do pau-ferro, canta forte,
Como que reclamando sua falta de sorte.
Asa branca, sedenta, vai chegando na bebida.
Não tem água a lagoa, já está ressequida.
E o sol vai queimando o brejo, o sertão, cariri e agreste.
Ai, ai, meu Deus, tenha pena do Nordeste.
Ai, ai, ai, ai meu Deus
Ai, ai, ai, ai meu Deus
terça-feira, 17 de junho de 2014
Poema sujo - Ferreira Gullar
a turva
mão do sopro
contra o muro
escuro
menos menos
menos que escuro
menos que mole e duro
menos que fosso e muro: menos que furo
escuro
mais que escuro:
claro
como água? como pluma?
claro mais que claro claro: coisa alguma
e tudo
(ou quase)
um bicho que o universo fabrica
e vem sonhando desde as entranhas
azul
era o gato
azul
era o galo
azul
o cavalo
azul
teu cu
tua gengiva igual a tua bocetinha
que parecia sorrir entre as folhas de
banana entre os cheiros de flor
e bosta de porco aberta como
uma boca do corpo
(não como a tua boca de palavras) como uma
entrada para
eu não sabia tu
não sabias
fazer girar a vida
com seu montão de estrelas e oceano
entrando-nos em ti
bela bela
mais que bela
mas como era o nome dela?
Não era Helena nem Vera
nem Nara nem Gabriela
nem Tereza nem Maria
Seu nome seu nome era…
Perdeu-se na carne fria
perdeu na confusão de tanta noite e tanto dia
(Trecho de Poema Sujo, de Ferreira Gullar).
quinta-feira, 5 de junho de 2014
Por Amor ao Forró - Parte 03
Fico impressionado com apatia dos "forrozeiros" daqui, além da dança ser muito diferente a energia e a entrega aqui praticamente não existe ou não é externalizada, encontrei este documentário e vi um dos maiores dizendo a mesma coisa, aqui as pessoas cruzam os braços (claro que não estou generalizando) e conseguem assistir um show tranquilamente, fato impossível de acontecer no sudeste, lá o "pau come" e não se mede esforço para ir aos shows e eventos, mesmo sabendo do sono de 10 ursos polares que teremos que enfrentar no dia seguinte, na quarta feira ou na sexta feira seguinte...
Feliz por ter enveredado por esse caminho e ter tido Luan Passos de Sousa como meu mentor e depois ir agregando (ou sendo agregado) por outros amigos que o forró me presenteou como o irmão Jorge Silva.
Apaixonado pelo vasto repertório, Jacinto Silva, Chico Santos, Pinto do acordeon, Mestre Zinho, Azulão, Trio Mossoró, Benedito Rojão, Pedro Sertanejo... só pra constar alguns nomes que não englobam os "POP", pasmem, o povo por aqui na sua grandeeeee maioria não faze ideia de quem sejam estes... Isso mesmo, nunca ouviram falar!!! Como sempre, arrisquei pedir algumas músicas para os trios que assisti, sem sucesso.
Não sei se isso está certo ou errado, ou se existe esse julgo, apenas sei que o forró aí no Sudeste é pesadíssimo, orgulhem-se.
quarta-feira, 4 de junho de 2014
Rolleiflex
E desde pequeno ele trabalha pra ganhar uma migalha
que alimenta sua mãe e o seu irmão mais novo
Nenhum dos dois estudou porque não existe educação pro
povo no país do futebol
Futebol não se aprende na escola
É por isso que Brazuca é bom de bola
Perfeição - Legião Urbana
De cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda a hipocrisia
E toda a afetação
Todo roubo e toda indiferença
Vamos celebrar epidemias
É a festa da torcida campeã...
quarta-feira, 21 de maio de 2014
terça-feira, 20 de maio de 2014
O meu nirvana - Augusto dos anjos
No alheamento da obscura forma humana,
De que, pensando, me desencarcero,
Foi que eu, num grito de emoção, sincero
Encontrei, afinal, o meu Nirvana!
Nessa manumissão schopenhauereana,
Onde a Vida do humano aspecto fero
Se desarraiga, eu, feito força, impero
Na imanência da Idéa Soberana!
Destruída a sensação que oriunda fora
Do tacto — ínfima antena aferidora
Destas tegumentárias mãos plebéas —
Gozo o prazer, que os anos não carcomem,
De haver trocado a minha forma de homem
Pela imortalidade das Idéas!
A ponte - Elton Medeiros
Chora
Põe o coração na mesa
Chora
Tua secular tristeza
Tira o teu coração da lama
E chora
A dor santa e a dor profana
Que Deus protege a quem chora
Por toda tristeza humana
O homem é sempre só
O fim é sempre pó
Ninguém foge do nó
Que um dia a vida faz
Por isso chora em paz
Que a lágrima que cai
É a ponte entre mais nada
E outra vida mais
Amigos e colegas - Campina Grande
Frase - Charles Bukowski
segunda-feira, 19 de maio de 2014
AMADO BATISTA - NOITE LINDA (1984)
SEM MAIS!
domingo, 18 de maio de 2014
Santana - Maria, Maria (Hardrock Live)
...Parem com os saques, parem com o tiroteio
Batendo carteiras na esquina
Vejam como os ricos estão ficando mais ricos
E o pobres estão ficando mais pobres
Vejam a mim e Maria na esquina
Pensando em maneiras de subir na vida
Em minha caixa de correio tem uma carta de despejo
Alguém acabou de dizer: "até mais tarde"
osvaldo bezerra - o rei do brega - não toque essa musica
Ouvindo essa música eu conheci um alguém
Beijando seus lindos lábios me apaixonei
Anos felizes vivemos, mas tudo acabou
Partiu e ficou a saudade de um grande amor
Não toque essa música aqui eu não posso ouvir
Porque ela recorda triste um amor que perdi
Dizem que o homem não chora quando sente saudade
Mas na verdade esta música fere o meu coração
Sei quando esta canção ela ouvir tocar
Mesmo nos braços de um outro vibrando no amor
Recordará nossos filhos e um lar que foi seu
Então vai chorar de saudade assim como eu.
quinta-feira, 15 de maio de 2014
Luiz Bonfá & Elizete Cardoso - Manhã de Carnaval
Manhã, tão bonita manhã
Na vida, uma nova canção
Cantando só teus olhos
Teu riso, tuas mãos
Pois há de haver um dia
Em que virás
Das cordas do meu violão
Que só teu amor procurou
Vem uma voz
Falar dos beijos perdidos
Nos lábios teus
Canta o meu coração
Alegria voltou
Tão feliz a manhã
Deste amor
Vida Noturna - Aldir Blanc
E isso é difícil
Ah, vida noturna
Eu sou a borboleta mais vadia
Na doce flor da tua hipocrisia.
terça-feira, 13 de maio de 2014
segunda-feira, 12 de maio de 2014
Francisco Petrônio - VALSA DA DESPEDIDA - Robert Burns- Versão de João d...
Fagner - Jura Secreta (Video Ao Vivo)
Fagner
Só uma coisa me entristece
O beijo de amor que não roubei
A jura secreta que não fiz
A briga de amor que eu não causei
Nada do que posso me alucina
Tanto quanto o que não fiz
Nada do que eu quero me suprime
Do que por não saber ainda não quis
Só uma palavra me devora
Aquela que meu coração não diz
Só o que me cega, o que me faz infeliz
É o brilho do olhar que eu não sofrí.
quinta-feira, 8 de maio de 2014
Neste Momento - Roberto Shinyashiki
penso em você e então
quisera me transformar em vento.
E se assim fosse,
chegaria agora como brisa fresca
e tocaria leve sua janela.
E se você me escuta e
me permite entrar,
em você vou me enroscar
quase sem o tocar.
Vou roçar nos seus cabelos,
soprar mansinho no ouvido,
beijar sua boca macia,
o embalar no meu carinho
Mas eu não sou vento...
Agora sou só pensamento e
estou pensando em você.
E se abrir sua janela,
eu estou chegando aí,
agora...
neste momento,
em pensamento...
no vento.
terça-feira, 6 de maio de 2014
Filosofia - Diógenes de Sínope (413 - 323 a.C.)
Diógenes foi aluno de Antístenes, fundador da escola cínica. Em sua época Diógenes foi destaque e símbolo do cinismo pois tornou sua filosofia uma forma de viver radical. Diógenes expressava seu pensamento através da frase "procuro um homem". Conforme relatos históricos ele andava durante o dia em meio às pessoas com uma lanterna acessa pronunciando ironicamente a frase. Buscava um homem que vivesse segundo a sua essência. Procurava um homem que vivesse sua vida superando as exterioridades exigidas pelas convenções sociais como comportamento, dinheiro, luxo ou conforto. Ele buscava um homem que tivesse encontrado a sua verdadeira natureza, que vivesse conforme ela e que fosse feliz.
Para ele os deuses deram aos homens formas para viverem de modo fácil e feliz, mas esses mesmos deuses esconderam essas formas dos homens. Diógenes buscava descobrir esses modos de viver tentando demonstrar que as pessoas tem a seu dispor tudo aquilo que realmente precisam para ser feliz. Mas para isso as pessoas tem que conhecer a sua natureza e as verdadeiras exigências que essa lhe faz. Pensando nisso ele afirma que a música, a física, a matemática, a astronomia e a metafísica são inúteis pois são formuladoras de conceitos, muito além dos conceitos o que importa é a ação, o comportamento e o exemplo. Nossas reais necessidades são para ele aquelas que nos impõe a nossa condição animal, como nos alimentar por exemplo. O animal também não tem objetivos para viver, ele não tem que responder pelos seus atos para a sociedade, ele não precisa de casa ou conforto. É nas necessidades básicas dos animais que o homem deve se espelhar para conduzir sua vida.
Diógenes pôs em pratica seus pensamentos e passou a viver perambulando pelas ruas na mais completa miséria tomando por moradia um barril o que se tornou um ícone do quão pouco os homens precisam para viver. Alimentava-se do que conseguia recolher em sua cuia. Tinha por proteção um manto que usava para dormir e usava os espaços públicos para fazer tudo mais que precisava. Segundo ele esse modo de viver o deixava livre para ser ele mesmo pois eliminava a necessidade de coisas supérfluas. Ele acreditava atingir essa liberdade cansando o corpo para se habituar a dominar os prazeres até desprezá-los por completo pois para os cínicos os prazeres enfraquecem o corpo e a alma, pondo em perigo a liberdade do homem pois o torna escravo dos mesmos.
Os cínicos contestavam ainda o matrimônio e a convivência em sociedade. Eles se declaravam cidadãos do mundo. Acreditavam que o homem deve ser autônomo e auto-suficiente tratando o mundo com indiferença pois a felicidade deve vir de dentro do homem e não do seu exterior.
Outro fato conhecido de Diógenes é seu encontro com Alexandre, então o homem mais poderoso conhecido. Alexandre solicitou que Diógenes pedisse o que quisesse e este pediu que Alexandre saísse de sua frente pois estava tapando o sol. Diógenes estava com esse ato demonstrando o quão pouco ele necessitava para viver bem conforme sua natureza.
Sentenças:
- Busco um homem honesto.
- Elogiar a si mesmo desagrada a todos.
- O amor é uma ocupação de quem não tem o que fazer.
- O insulto ofende a quem o faz e não a quem o recebe.
- A sabedoria serve para reprimir os jovens, para consolar os velhos, para enriquecer os pobres e para enfeitar os ricos.
- A liberdade para falar é a coisa mais bela para um homem.
- Um filósofo só serve para machucar os sentimentos de alguém.
- O tempo é o espelho da eternidade.
domingo, 4 de maio de 2014
Altieris Barbiero - Se amar é viver....
Frase - Diário de Anne Frank
Do Diário de Anne Frank, 7 de Março de 1944.
quinta-feira, 24 de abril de 2014
Carlinho Vergueiro - Dia Seguinte
E depois quando a festa acabar o que vai ser dessa vida
Vai voltar ao que era antes de passar pela avenida
Nem melhor, nem pior porque não pode ser mais dolorida
Que será desse mundo de branco e de azul
Quando a voz das pastoras emudecer
Quando o som da batida do surdo parar igual um coração para de bater
Que será dessa porta bandeira que foi tão aplaudida
Amanhã quando recomeçar a tristeza interrompida
E esse rei que perdeu a coroa e a glória consentida
Volta a ser camelô, biscateiro ou gari
Ou de berro na mão por ai reinar
Poderá ser mais um pingente que cai
Que no ano que vem ninguém vai notar
segunda-feira, 21 de abril de 2014
sexta-feira, 18 de abril de 2014
Gabriel Garcia Marquez
É, e sempre será, uma das minhas maiores referências e olha quem nem li ainda "100 anos de solidão".
Hoje estou tão triste quanto no dia da morte do Senna, Rogério Cardoso, Chico Anysio, Madiba e Chorão.
Memórias das minhas putas tristes... são poetas como você que me inspiram a levar a vida que levo. Meu muito obrigado Gabriel Garcia Marquez.
quarta-feira, 16 de abril de 2014
terça-feira, 15 de abril de 2014
segunda-feira, 14 de abril de 2014
quarta-feira, 9 de abril de 2014
Amar Alguém- Pe. Fábio de Melo
"...A gente só tem o direto de dizer a alguém que amamos, depois de ter dito infinta vezes a este mesmo alguém a frase: EU perdoo você.
A gente só sabe que ama, depois de ter tido a necessidade de perdoar.
Eu só me sinto amado o dia que outro sabe dos meus defeitos e mesmo assim continua acreditando em mim..."
terça-feira, 8 de abril de 2014
Miles Davis - Kind of Blue - 1959 (Complete Album)
segunda-feira, 7 de abril de 2014
Desperdicio - Eduardo Gudin
Que fez do sacrifício solidão
Meu coração cicatrizou
Mas nunca ficou perfeito
Se enclausurou dentro do peito
Renunciando a todo amor
A vida é a justiça que vem do céu
Não faz distinção entre o bem e o mal
Por isso é às vezes cruel
E o amor é a pena fatal
Você só cumpriu o seu papel
Eu tive o papel principal
Ah! Eu fui aquele que chorou
Ah! Como você me machucou
Meu coração se conformou
Mas nunca mais amou direito
Porque ele aí fica sem jeito
Denunciando a minha dor
sábado, 5 de abril de 2014
Então você quer ser um escritor? Charles Bukowski
Então queres ser um escritor?
se não sair de ti explodindo
apesar de tudo,
não o faças.
a menos que saia sem perguntar do teu
coração e da tua cabeça e da tua boca
e das tuas entranhas,
não o faças.
se tens que sentar por horas
olhando a tela do teu computador
ou curvado sobre a tua
máquina de escrever
procurando palavras,
não o faças.
se o fazes por dinheiro ou
fama,
não o faças.
se o fazes porque queres
mulheres na tua cama,
não o faças.
se tens que te sentar e
reescrever uma e outra vez,
não o faças.
se dá trabalho só pensar em fazê-lo,
não o faças.
se tentas escrever como algum outro escreveu,
não o faças.
se tens que esperar para que saia de ti
a gritar,
então espera pacientemente.
se nunca sair de ti a gritar,
faz outra coisa.
se tens que o ler primeiro à tua mulher
ou namorada ou namorado
ou pais ou a quem quer que seja,
não estás pronto.
não sejas como muitos escritores,
não sejas como milhares de
pessoas que se consideram escritores,
não sejas estúpido nem enfadonho e
pedante, não te consumas com auto-
-devoção.
as bibliotecas de todo o mundo têm
bocejado até
adormecer
com os da tua espécie.
não sejas mais um.
não o faças.
a menos que saia da
tua alma como um míssil,
a menos que o estar parado
te leve à loucura ou
ao suicídio ou homicídio,
não o faças.
a menos que o sol dentro de ti
te esteja a queimar as tripas,
não o faças.
quando chegar mesmo a altura,
e se foste escolhido,
vai acontecer
por si só e continuará a acontecer
até que tu morras ou morra em ti.
não há outra forma.
e nunca houve.
(Charles Bukowski)
(tradução livre de Fabio Rocha em 20 de abril de 2013, baseada no original em inglês)
Poema - Charles Bukowski
Um gato que mata um pássaro,
um acidente de automóvel,
um incêndio...
A dor chega,
BANG,
e eis que ela te atinge.
É real.
E aos olhos de qualquer pessoa pareces um estúpido.
Como se te tornasses, de repente, num idiota.
E não há cura para isso,
a menos que encontres alguém
que compreenda realmente o que sentes
e te saiba ajudar...
Cantadeiras do Souza - parte 2/2
Rolleiflex
Sinto falta da minha ingenuidade. A gente vai perdendo ela com o tempo, né? É muito bom ter ingenuidade. É por ingenuidade que você tem fé em certas coisas. Eu ainda tento investir na minha.
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sexta-feira, 4 de abril de 2014
Mãos - Alessandro Brito
Mais uma vez me permiti, segui
Regressei, mãos vazias
Nada mais
As cenas que ali passaram
Foram cenas de fé, amor
Um profeta, julgando
Dissabor
Busquei um encontro
Entre nossas almas, atordoadas
Você se guardara, arisca
Silenciava
Miserável alma minha
Que sonha, sozinha
Vivendo em busca, consolo
Carinho.
quinta-feira, 3 de abril de 2014
Sou vil, sou reles, como toda gente - Fernando Pessoa
Não tenho ideais, mas não os tem ninguém.
Quem diz que os tem é como eu, mas mente.
Quem diz que busca é porque não os tem.
É com a imaginação que eu amo o bem.
Meu baixo ser porém não mo consente.
Passo, fantasma do meu ser presente,
Ébrio, por intervalos, de um Além.
Como todos não creio no que creio.
Talvez possa morrer por esse ideal.
Mas, enquanto não morro, falo e leio.
Justificar-me? Sou quem todos são...
Modificar-me? Para meu igual?...
— Acaba já com isso, ó coração!
Fernanda melo - Dilma, deixa eu te falar uma coisa!
Este ano completo 7 anos de formada pela Universidade Federal Fluminense e desde então, por opção de vida, trabalho no interior. Inclusive hoje, não moro mais num grande centro. Já trabalhei em cada canto...
Você não sabe o que eu já vi e vivi, não só como médica, mas como cidadã brasileira. Já tive que comprar remédio com meu dinheiro, porque a mãe da criança só tinha R$ 2,00 para comprar o pão.
Por que comprei?
Porque não tinha vaga no hospital para internar e eu já tinha usado todos os espaços possíveis (inclusive do corredor!) para internar os mais graves.
Você sabe o que é puxadinho?
Agora, já viu dentro de enfermaria? Pois é, eu já vi. E muitos. Sabe o que é mãe e filho dormirem na mesma maca porque simplesmente não havia espaço para sequer uma cadeira?
Já viu macas tão grudadas, mas tão grudadas, que na hora da visita médica era necessário chamar um por um para o consultório porque era impossível transitar na enfermaria?
Já trabalhei num local em que tive que autorizar que o familiar trouxesse comida ( não tinha, ora bolas!) e já trabalhei em outro que lotava na hora do lanche (diga-se refresco ralo com biscoito de péssima qualidade) que era distribuído aos que aguardavam na recepção.
Já esperei 12 horas por um simples hemograma. Já perdi o paciente antes de conseguir um mera ultrassonografia. Já vi luva descartável ser reciclada. Já deixei de conseguir vaga em UTI pra doente grave porque eu não tinha um exame complementar que justificasse o pedido.
Já fui ambuzando um prematuro de 1Kg (que óbvio, a mãe não tinha feito pré natal!) por 40 Km para vê-lo morrer na porta do hospital sem poder fazer nada. A ambulância não tinha nada...
Tem mais, calma! Já tive que escolher direta ou indiretamente quem deveria viver. E morrer...
Já ouvi muito desaforo de paciente, revoltando com tanto descaso e que na hora da raiva, desconta no médico, como eu, como meus colegas, na enfermeira, na recepcionista, no segurança, mas nunca em você.
Já ouviu alguém dizer na tua cara: meu filho vai morrer e a culpa é tua? Não, né? E a culpa nem era minha, mas era tua, talvez. Ou do teu antecessor. Ou do antecessor dele...
Já vi gente morrer! Óbvio, médico sempre vê gente morrendo, mas de apendicite, porque não tinha centro cirúrgico no lugar, nem ambulância pra transferir, nem vaga em outro hospital?
Agonizando, de insuficiência respiratória, porque não tinha laringoscópio, não tinha tubo, não tinha respirador?
De sepse, porque não tinha antibiótico, não tinha isolamento, não tinha UTI?
A gente é preparado pra ver gente morrer, mas não nessas condições.
Ah Dilma, você não sabe mesmo o que eu já vi! Mas deixa eu te falar uma coisa: trazer médico de Cuba, de Marte ou de qualquer outro lugar, não vai resolver nada!
E você sabe bem disso.
Só está tentado enrolar a gente com essa conversa fiada. É tanto descaso, tanta carência, tanto despreparo...
As pessoas adoecem pela fome, pela sede, pela falta de saneamento e educação e quando procuram os hospitais, despejam em nós todas as suas frustrações, medos, incertezas...
Mas às vezes eu não tenho luva e fio pra fazer uma sutura, o que dirá uma resposta para todo o seu sofrimento!
O problema do interior não é falta de médico. É falta de estrutura, de interesse, de vergonha na cara. Na tua cara e dessa corja que te acompanha!
Não é só salário que a gente reivindica. Eu não quero ganhar muito num lugar que tenha que fingir que faço medicina. E acho que a maioria dos médicos brasileiros também não.
Quer um conselho?
Pare de falar besteira em rede nacional e admita: já deu pra vocês!
Eu sei que na hora do desespero, a gente apela, mas vamos combinar, você abusou!
Se você não sabe ser "presidenta", desculpe-me, mas eu sei ser médica, mas por conta da incompetência de vocês, não estou conseguindo exercer minha função com louvor!
Não sei se isso vai chegar até você, mas já valeu pelo desabafo!
"Mãos de Anjo" - Rogério Caetano - Homenagem a Raphael Rabello
Perfeição!
Errei, erramos Ataulfo Alves Marcos Sacramento
quarta-feira, 2 de abril de 2014
Frase - Charles Bukowski - Notas de um Velho Safado
Silêncio - Chico Santana
É o que resta para mim
Desde que você partiu
A minh'alma jamais sorriu
O meu peito soluça
E os meus olhos não querem ter,
Nenhuma lágrima
Porque...
Mas se meus olhos chorassem
Talvez aliviassem
Este tormento de dor
Quem sofre é meu coração
Guardando esta paixão
De um sofrimento de amor
JOÃO NOGUEIRA - POEIRA DA IDADE !!
A porta está aberta
A casa é a mesma e uma coisa é certa
Como você deixou você vai encontrar
A cadeira de palhinha
Eu não tirei daquele canto que eu achava feio
E só para o seu espanto o nosso guarda-roupa
Eu não mandei pintar
Não mexi no quarto dos seus santos
Nem nos seus retratos
Não toquei na tua roupa nem nos seus sapatos
Isso também vai encontrar como você deixou
Na sala o sofá eo tapete estão do mesmo jeito
E a televisão como aquele defeito
Dá pra ver o futebol ainda nao pifou...
A cortina esta anda um pouco desbotada
E a minha cabeça meio esbranquiçada
É poeira da idade nao tem como limpar
Tenho notado uma ruga bem pequenina no canto da minha boca
Mas em meio a tanta coisa isso é coisa pouca
È um traço que a saudade quis me desenhar
Ando levando os meus dias calmamente
Uma bebidinha ou outra como antigamente
Mas voce sempre soube disso e nunca reclamou...
Volta e vem ver como é grande essa verdade
Diz o dito popular o amor nao tem idade
venha me encontrar do jeito que você deixou
Volta e vem ver como é grande esta verdade..
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