quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

WJ - Sobre a cena

Eae W. passa a visão mano Que que tu ta achando da cena? -Sobre a cena? Quecena? Os menor que tão na cena? Bandido de novela pô! Esses moleques só encena! Eles não rouba, nem trafica, Me dá pena... Novo som com o mermo flow Mermo flow com mermo tema "Tô de Glock" "Atiro na BOPE" "Ando armado" "Roubo a cena" Na hora do caô esses moleque nem acena Ainda insiste em falar que canta aquilo que eles vive Só que quem vive o que eles canta Por aqui nem sobrevive Eu não fecho com esses manos E nem jogo nesse time Os caras é cria de favela E fica romantizando o crime No som deles es que matam Deles num morre ninguém Esses caras são MC ou esses caras são He-Man? Ou Super Man? Quem? -Esses menor! Falam tão bemd e droga que "os menor" quer cheirar Pô! A cena é triste e covarde Enquanto você precisa não dá chance pra sua arte Aí tu luta, mó labuta Na chuva, em Marte... Quando tu não precisa mais Aí te chamam pra fazer parte Querem mérito num sucesso que eles nunca investiram Quantos menor sem sucesso por causa deles desistiram É tipo... Como falar da criação se eu não falar do princípio? Fácil falar que droga é bom, se eu não falar de vício Glamorizam a traição, mas não falam de desperdício O Rap era bom quando "Rap era compromisso" Sacou? Eu vi minha mãe ser traída Perdi meu pai para álcool Vi minha vó destruída Fralda me assandro sem talco A nossa roupa encardida Praticamente descalço Se eu for falar sobre a vida Então não posso ser falso Traição, cachaça e droga É tudo uma droga só! Se só se ganha retorno cantando esse lixo Então que se lixem eu retorno pro pó Melhor morrer só Sem pena e sem dó Mas não encho o gogó pra fingir ser bandido Posso não ser o melhor Eu posso até ser "O pior opeta do mundo" Mas esses caras me odeiam porque eu não sou vendido Eu falo o que eu quero, do jeito que eu quero E se me proíbe eu não quero contrato Tenho contrato, miltrato e contato Mas eu sei bem quem que enche meu prato Fato! Não é a cena, não é o cinema Não é meus esquemas, não é meu extrato Não são meus poemas, nem meus teoremas Não são meus dilemas, nem são meus retratos Na verdade eu já nasci rico Mermo tendo nascido pobre Mas só entende quem vive o que eu vivo E só vive quem tem o coração nobre Sobre dinheiro? Dinheiro nós tem! Mas não é pelo donheiro que nós leva a sério Sobre a cena? Nada de novo! Todo dia novo é um novo som velho

terça-feira, 12 de dezembro de 2023

O pai do Leo Mundiça, diz que a cada 10 anos se vive uma vida, eu gosto muito dessa ideia. Primavera de 2023, ano que completei 40 primaveras fazendo raiva nesse mundo e 10 primaveras em Campina Grande/ Brasil/ Planeta Terra. Setembro de 2013 larguei o 8º semestre de ADM e um dos melhores trampos da vida! Vim morar (com meu tio) e trabalhar (com o mesmo tio) em Campina Grande grande a convite de desse bendito tio, pessoa que já amei muito, um dia, no passado. Ligo pra ele confirmando se ao chegar eu poderia começar a trabalhar, tudo certo! O problema é que quando ele foi me buscar no aeroporto, me perguntou onde eu iria ficar? Ui, que frio delicioso na espinha, covardia sempre será algo que nos pegará desprevinido! Resumo da ópera, fiquei na mão, sem conhecimento algum nessa cidade. Sem lugar para morar e sem emprego! Os bons e velhos amigos e amigas insistiram para que eu voltasse, era a opção mais plausível naquele momento, mas cabeça dura que sou, bati um papo comigo mesmo (na pousada que morei por 3 meses) e decidi que iria passar pelo que fosse preciso, mas não iria voltar! E mais, só iria embora de Campina Grande, quando eu obtivesse sucesso. 10 anos se passaram... Não, não passou rápido! 10 anos morando no mesmo apartamento. Já fiquei devendo 3 meses de aluguel e 12 condomínios, podem acreditar! 10 anos de fases... Montanha russa, e porque não dizer, roleta russa. Os amigos, aqueles a quem dedico esse rabisco, por inúmeras vezes me ajudaram financeiramente. E não, não foi uma, duas, três, quatro, cinco, dez, cinquenta vezes... Quando fui morar no ap, que moro até hoje, tinha um colchão inflável (que amanhecia murcho, rs), um guarda roupa de criança quebrado (Que meu tio, milhões amado, Russo me deu, dentre outras centenas de ajuda, de todo tipo) um rede emprestada, um microondas que o Rancho (Rogério) me deu dinheiro pra comprar e uma TV 332 polegadas de Tudo SLIM que o Maestro Lanche (Daniel) também me deu dinheiro pra comprar. Friso essa parte fincanceira, porque é a que mais "pega", a que mais afasta as pessoas. E outra, ajudar umas poucas vezes em momentos alternados, é uma coisa, ajudar continuamente por temporadas, dividindo do seu suor com alguém que está lá, tão tão distante e você nem sabe de fato o que está se passando, investindo plenamente na confiança, apenas, se é que é "apenas", muito phoda! E mais phoda ainda, foram incontáveis pessoas, tantas que nem me arriscaria citar nomes aqui, que estiveram ali disponíveis para todas as minhas demandas, todas! Muitas noites foram mais longas e mais frias? Sim! As incertezas tentram me dominar? Sim! O sentimento de solidão povoou a casa? Sim! Tive medo? Sim, em alguns momentos senti vários tipos de medo! jà havia me colocado aprova dessa maneira? Nunca! Mas eu tinha que seguir em frente, não porque sou phodão, mas porque tinha duas responsas: Inadmissível decepcionar meu tio João, o amor da minha vida, minha alma gêmea (que faleu em 2005). Já pensou se de onde ele estiver ele, possa me ver! Meus amigos amados, que são minha família. Que me apoiam desde sempre em todas as insanidades que já cometi, incentivam todos os meus sonhos e alimentam a chama do amor dentro de mim, mesmo quando eu fico perdido sem entender as coias da vida e do mundo! Eu prometo que tento mas é, impossível externalizar minha gratidão, por tanto e por tanto tempo! Hoje, caros amigos e amigas, já posso fazer a malar e rumar pra outro lugar. E quero que saibam que o troféu dessa caminha, de "uma vida" no nordeste, são também dois, perseverança e resiliência! Eu não teria chegado até aqui, sem vocês! Amo-os, até pra sempre! Sandrinho

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