Quando o sol nasce eu já vibro, e antes que o dia desponte,
num ponto de luz me equilibro sobre o cordão do horizonte,
subo na crina do vento, salto no alto do monte.
Tudo que é verso que invento, vem como a água da fonte,
Desce de mim como um rio, passa por baixo da ponte,
do coração que vazio fica esperando defronte.
O verso que escrevo sai limpo, pedra de brilho bonito,
que paciente eu garimpo no coração do infinito.
Verso de luz, verso ameno, verso de dor, verso aflito,
escrito alguns com sereno, com sangue os outros escritos,
uns como a pluma da ave, outros tal como o granito,
ambos se encontram na clave, e os canto tal como os recito.
Por isso é que eu vibro na hora que o dia amanhece e o sol raia,
e vibro se o sol vai se embora, e a lua passeia na praia,
que a dama de luz elabora , com as lágrimas da samambaia,
na toalha azul, noite à fora,bordados de estrela e cambraia.
E após consolar a quem chora,e antes que a noite se esvaia,
a lua nos braços da aurora, em paz se abandona e desmaia.
E o ciclo de luz continua, debaixo da minha janela,
da dama que a noite anda nua e do cavaleiro que à vela,
e eu fascinado com o tempo, contemplo a vida na terra, que bela!
E ergo em meu peito meu templo que aceso de luz paralela,
revela-me como Deus cria: do barro, do sopro, costela.
Eu nunca compus poesia, porque sou composto por ela.
Parabéns pela postagem, irmão! Paulo César Pinheiro é uma das minhas inspirações. Gosto demais!!
ResponderExcluirTenho dois blogs autorais, se quiser dar uma olhada:
filosofianoseudia.blogspot.com.br
refletindosaramago.blogspot.com.br
Grande abraço!!