terça-feira, 16 de agosto de 2011

Surpreenda-o - Alessandro Brito

Amar é ser surpreendido mas também deve ser surpreender.

Queremos um amor, uma pessoa que faça-nos sentir especial e que nós a achemos especial. Algo errado nisso? Claro que não teria, se entendêssemos e respeitássemos que essa pessoa "especial" também possui defeitos "especiais".

Por que quase nunca levamos em consideração que "toda moeda tem dois lados"!? Que quando tratamos de relacionamento entre "seres humanos" estamos tão perto de nos decepcionar quanto de nos surpreender?

Ninguém quer sofrer, mas é preciso saber que a rosa, embora bela, traz com ela os espinhos.

Doa-se o melhor que se pode doar, faz-se tudo quanto esteja ao alcance para que se possa agradar, e a outra parte recebe sem questionamentos. Mas se por acaso, em algum momento "erramos", tudo que foi construído, desmorona. Vivemos em função do nosso ego! Enquanto ele está sendo cevado tudo parece sem razão e bonito, mas quando ele é ferido, retomamos a razão e nosso senso crítico passa agir impetuosamente, é  justo?

Ao término de um relacionamento, quando questionado se realmente era amor, é normal ouvir como resposta: "Ela não era a pessoa certa!", "perdi tanto tempo", "hoje analisando, não é era amor o que eu sentia". Como assim não era a pessoa certa? Era a pessoa mais "certa" sim! Naqueles momentos, naqueles instantes ela foi a pessoa ideal.

Perdeu tempo!? Então, nada dela em ti ficou? Não houveram momentos felizes, eles deixaram de existir porque agora seus mundos desalinharam-se? Não era amor o que sentia? Fizestes loucuras, perdestes o fôlego, a razão, os sentidos. Pois eu lhe digo, amou sim, amou muito!

Quando há o  movimento de relutância em admitir que tudo foi verdadeiro, estamos apenas com o ego muito ferido, muito embora, por vezes, vendamos a ideia de que já está tudo resolvido, mentira!

Um amor, se for amor, deixará marcas. Caberá a você decidir quais marcas tatuarão sua alma. Tudo na vida é fase. Somos nós quem definimos quanto tempo cada fase irá perdurar. Não estou afirmando que todas as relações terão fim, uma fase poderá durar uma vida inteira, dependerá apenas dos envolvidos.

Se queres um companheiro para toda vida, tente respeitá-lo da maneira que ele é, tente conhecer o que o motiva ser quem ele é e agir como age.

Podemos mudar, e por vezes a melhor escolha é mudar. Mas que esse processo seja feito através do amor e da compreensão. Ele se sentirá muito mais seguro e estará muito mais receptível para realinhar seu mundo e arriscar começar uma nova vida, surpreenda-o!


2 comentários:

  1. Amei seu texto! Lidar com pessoas, sempre deixará marcas... Exatamente o que minha mente pensava "Como assim?" quando as pessoas diziam "Não era a pessoa certa"..., entre outras coisas que se ouve por aí! A propósito, aproveitando o ensejo, saiba que você deixou uma marca em minha vida! ^^ Beijos

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  2. Na maioria das vezes, nós sempre temos um alguém que remeta a ideia de amor perfeito e eterno... Seja pela incerteza de uma possibilidade futura, ou pelos acontecimentos inacabados de um passado promissor... Viver, em questões tem como razão o amor... A única diferença é que para uns, só é motivo quando acontece... E para outros, permanece sendo motivação enquanto não pode, não hoje, ou jamais vir a acontecer....mas sempre será o motivo para procurar o amor!

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