sábado, 19 de outubro de 2013

Monólogo de Orfeu - Vinicius de Moraes

Eu vivo a busca infinita, sou dor sem cura! Desfruto de todos os sentimentos... Amor e dor, alegria e tristeza, riso e choro, esperança e desilusão, vida e morte... Orpheu em minha alma habita! Meus gritos são silenciosos como também são meus carinhos, a parte de mim que é desejo desperta nas horas em que mais fraquejo! A parte de mim que é dor se tornou meu trabalho, nela labuto todos os dias com a ilusão de lapida- lá. O meu instrumento de trabalho é amor. De minha alma sai um canto desafinado que entorpece a quem escuta, minha lira tem um jeito de quem está perdido em um caminho sem volta, não há paredes, não há estradas, não há luz nem referentes, há apenas passos desvairados que me conduz querendo voltar...

Este foi o primeiro post no "passosdesvairados" em idos de 2009... A influência que o poetinha exerce sobre mim é indescritível... Sua sensibilidade, sua inteligência e elegância, a capacidade de rasgar-se em versos e a coragem de externalizar tudo quanto pode sentir, fez de mim mais um sonhador, sofrido sonhador que encara o "amor" do século XXI...

Poeta, não me ariscaria a dizer mais do que disse, faltou apenas meu muito obrigado por me permitir sonhar, e, saiba você que monólogo de Orfeu mudou meu mundo.

"A existência sem ti é como olhar para um relógio
Só com o ponteiro dos minutos.
Tu és a hora, és o que dá sentido
E direção ao tempo,
minha amiga mais querida!

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