quinta-feira, 7 de julho de 2011

A caverna - Alessandro Brito

Uma pessoa muito especial em um dia de tristeza me disse que gostaria de saber o endereço de uma caverna e lá se esconder e, sair apenas quando suas dores tivessem curadas. Também quis o mesmo, mas acreditava tal lugar não existir, me enganei, ele existe!

O que eu não havia entendido é que o caminho para esse lugar não me levaria a um espaço externo, mas a uma área psíquica. Compreendi que eu sou essa caverna e a visito com muita frequência. Como em tantas vezes que me fechei para as situações inevitáveis da vida, que recuei frente os desejos de arriscar algo, que recalquei os sentimentos que queriam aflorar, que tive medo de ser julgado como um tolo, de me sentir rejeitado...

Todas as vezes que fiz da minha vivência um pesar, ao invés de ter regozijado por ter vivido uma nova experiência, eu me abriguei nessa caverna. Pensei que me isolar seria o suficiente para curar as dores que sentia sem entender que aqueles momentos emra parte do processo de amadurecimento.

Todas as vezes que parti por medo de ficar e todas as vezes que me estenderam a mão pra sair da escuridão e eu recusei foram momentos que me consolei na falsa ilusão de proteção da minha caverna.

Me vejo nas mãos do meu ego e dos meus medos. Hoje ao perceber esse movimento busco novos caminhos tentando aceitar as coisas como elas realmente são, e o mais difícil, tento aprender a respeitar minha vulnerabilidade perante as situações.

Não admiro um homem que conquista muitas posses, admiro sim, aquele que consegue controlar seu ego, esse sim é sábio.

A esperança é minha religião, toda minha fé está no amor, sendo assim, espero encontrar alguém que me acompanhe por toda a caminhada que me resta  me aceitando da maneira que sou.

Caro leitor, essas palavras logo se perderão em sua memória, mas para sempre estarão tatuadas em mim.



5 comentários:

  1. Se cada visita nessa caverna serviu para "agir" em busca de uma "saída" mais fortalecida, então todas as visitas valeram a pena...o que não vale a pena é entrar na caverna e nela permanecer! ; )

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  2. Sabe pessoa já que você tocou no assunto, eu vou te contar, eu tenho um canto,
    Lá dentro tenho cantinho escuro, que às vezes encontro perguntas sem respostas ..ouço uma voz fala assim no meu ouvido... Por que tem que ser assim? Me diga? O porquê você não gritou bem alto? Porque não disse não? Ou sim quando o destino pediu: arrisque?!!! Porque, porque, por que...????
    Sabe de uma coisa, acho que essa voz que eu sempre escuto La dentro do cantinho escuro e protegido .... (eu não to ficando louca não) mas eu acho que a voz é do Cacá ( Carlos Drumond ) É aquele mesmo do : “João amava Teresa que amava Raimundo
    que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
    que não amava ninguém…”
    Por muito tempo, travei uma batalha interna com Cacá, achando uma tremenda injustiça ele afirmar que Lili não amava ninguém. Como assim, será que ela nunca tentou falar? As pessoas estão sempre apaixonadas… seja por um amor possível ou impossível. Como você pode julgar Lili dessa maneira? E por aí eu me perdia em questionamentos, será que todos se arriscaram ou rejeitaram o seu destino assim como eu? Quem que vai julgar? Vai adiantar se eu fugir? Então se é assim é melhor me proteger, ou me esconder, mas não adianta fugir.. Isso ta bem dentro de mim.
    Hoje eu entendo o Cacá , e mais ainda a Lili, Podemos sim, não amar ninguém por um tempo,podemos sim estar desocupado,relacionando com alguém sem despertar o amor,fugindo das possibilidades por medo de não da certo, mas em algum momento isso muda, em um certo momento a gente se arrisca...
    Em certo momento vamos à busca da pessoa perfeita!!
    E quer um conselho meu amigo Sandro??
    Sempre que o Cacá querer te dizer alguma coisa...pare! e ouça ele com atenção !!! rs
    Bjs Mari

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  3. Todos nós, precisamos dessa caverna! ...

    Talvez, e bem provavelmente essas palavras não se percam em minha memória, e , já estão gravadas em meu coração e na minha trajetória de vida!

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  4. Mari... Irei pensar a respeito, PROMETO!

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