Minha lira tem um jeito de quem está perdido em um caminho sem volta, não há paredes, não há estradas, não há luz nem referentes, há apenas passos desvairados que me conduzem querendo voltar...
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Viagem - Taiguara
Há um lugar onde essa angústia se desfaz
E o veneno e a solidão mudam de cor
Há ainda o amor
Vai, recupera a paz perdida e as ilusões
Não espera vir a vida às tuas mãos
Faz em fera a flor ferida e vai lutar
Pro amor voltar
Vai, faz de um corpo de mulher estrada e sol
Te faz amante, faz teu peito errante
Acreditar que amanheceu
Vai, corpo inteiro mergulhar no teu amor
E esse momento vai ser teu momento
O mundo inteiro vai ser teu, teu, teu.
Eu não Tenho ninguém - Paulo César Pinheiro
Ai, o amor
Quem tem
Deve dar valor
E eu não tenho ninguém
Já quis ter um bem
Deus me recusou
E eu não tenho ninguém
Ah, eu não tenho ninguém
Se a tal felicidade
Pra todo mundo vem
Meu coração porque é
Só solidão
E eu não tenho ninguém
Eu não tenho ninguém
E infelicidade
Que eu já conheço bem
Toda paixão
Que ao peito vem
É só ilusão
E eu não tenho ninguém, ai
E eu não tenho ninguém
Eu não tenho ninguém...
Viagem - Nelson Gonçalves
Estou de malas prontas
Hoje a poesia
Veio ao meu encontro
Já raiou o dia
Vamos viajar
Vamos indo de carona
Na garupa leve
Do vento macio
Que vem caminhando
Desde muito longe
Lá do fim do mar
Vamos visitar a estrela
Da manhã raiada
Que pensei perdida
Pela madrugada
Mas que vai escondida
Querendo brincar
Senta nessa nuvem clara
Minha poesia
Anda se prepara
Traz uma cantiga
Vamos espalhando
Música no ar
Olha quantas aves brancas
Minha poesia
Dançam nossa valsa
Pelo céu que o dia
Faz todo bordado
De raio de sol
Oh! Poesia me ajude
Vou colher avencas
Lírios, rosas, dálias
Pelos campos verdes
Que você batiza
De jardins do céu
Mas pode ficar tranquila
Minha poesia
Pois nós voltaremos
Numa estrela guia
Num clarão de lua
Quando serenar
Ou talvez até quem sabe
Nós só voltaremos
No cavalo baio
No alazão da noite
Cujo o nome é raio
Raio de luar.
Fevereiro, 1956 - Cecília Meireles
Tu, que apenas me leste,
acreditaste em mim, e me entendeste profundamente.
Isso me consola dos que me viram,
a quem mostrei toda a minha alma,
e continuaram ignorantes de tudo que sou,
como se nunca me tivessem encontrado.
Fevereiro, 1956
Cecília Meireles
In: Poesia Completa
Dispersos (1918-1964)
quinta-feira, 26 de maio de 2011
O lápis - Autor desconhecio
- Vovô, você está escrevendo algo sobre mim?
O avô sorriu, e disse ao netinho:
- Sim, estou escrevendo algo sobre você. Entretanto, mais importante do que as palavras que estou escrevendo, é este lápis que estou usando. Espero que você seja como ele, quando crescer.
O menino olhou para o lápis, e não vendo nada de especial, intrigado, comentou:
- Mas este lápis é igual a todos os que já vi. O que ele tem de tão especial?
- Bem, depende do modo como você olha. Há cinco qualidades nele que, se você conseguir vivê-las, será uma pessoa de bem e em paz com o mundo – respondeu o avô.
- Primeira qualidade : Assim como o lápis, você pode fazer coisas grandiosas, mas nunca se esqueça que existe uma “mão” que guia os seus passos, e que sem ela o lápis não tem qualquer utilidade: a mão de Deus.
- Segunda qualidade : Assim como o lápis, de vez em quando você vai ter que parar o que está escrevendo, e usar um “apontador”. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas ao final, ele se torna mais afiado. Portanto, saiba suportar as adversidades da vida, porque elas farão de você uma pessoa mais forte e melhor.
- Terceira qualidade : Assim como o lápis, permita que se apague o que está errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos trazer de volta ao caminho certo.
- Quarta qualidade : Assim como no lápis, o que realmente importa não é a madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro dele. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você. O seu caráter será sempre mais importante que a sua aparência.
- Finalmente, a quinta qualidade do lápis: Ele sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida deixará traços e marcas nas vidas das pessoas, portanto, procure ser consciente de cada ação, deixe um legado, e marque positivamente a vida das pessoas.
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Pra Onde Vai? - Gabriel O Pensador
Um coração que já não bate mais, descanse em paz
Sonhos que vão embora, antes da hora
Sonhos que ficam pra trás
Pra onde vai você?
Pra onde vai?
Pra onde vai o Sol quando a noite cai?
E agora?
A dor é do tamanho de um prédio
A casa sem ele vai ser um tédio
Não tem remédio, não tem explicação, não tem volta
Os amigos não aceitam, o irmão se revolta
A família não acredita no que aconteceu
Ninguém consegue entender porque o garoto morreu
Tiraram da gente um jovem tão inocente
E a sua avó que era crente hoje tem raiva de Deus
O seu pai ficou mais velho, mais sério e mais triste
E a mãe simplesmente não resiste
Além do filho, perdeu o seu amor pela vida
E a nora agora tem tendências suicidas
E a namoradinha com quem sonhava se casar
Todo mundo toda hora tem vontade de chorar
Quando se lembra dos planos que o garoto fazia...
Ele dizia: "Eu quero ser alguém um dia"
Sonhava com o futuro desde menino
Ninguém podia imaginar o seu destino
Mais uma vítima de um mundo violento...
Se Deus é justo, então quem fez o julgamento?
Pra onde vai você?
Pra onde vai?
Pra onde vai o Sol?
Quando a noite cai?
Por quê um jovem que vivia sorridente perde a sua vida assim tão de repente?
Logo um cara que adorava viver
Realmente é impossível entender
Nenhuma resposta vai ser capaz de trazer de novo a paz à família do rapaz
Nunca mais suas vidas serão como antes
E eles olham o seu retrato na estante
Aquele brilho no olhar e o jeitão de criança
Agora não passam de uma lembrança
E a esperança de que ele esteja bem, seja onde for,
Não diminui o vazio que ele deixou
É insuportável quando chega o seu aniversário
E as suas roupas no armário parecem esperar que ele volte de surpresa
Pra ocupar o seu lugar vazio à mesa
A tristeza às vezes é tão forte
A tristeza às vezes é tão forte que é mais fácil fingir que não houve morte
Porque sempre que ele chega pra matar as saudades
Ele vem com aquela cara de felicidade
Alegrando os sonhos e querendo dizer que a sua alma nunca vai envelhecer
E que sofrer não é a solução
É melhor manter acesa uma chama no coração
E a certeza na mente de que um dia se encontrarão novamente.
Pra onde vai você?
Pra onde vai?
Pra onde vai o Sol quando a noite cai?
Pra onde vai você ?
Pra onde vai o Sol...
Pra onde vai...
Quando a Noite cai ?
Quando tudo vira cinzas,
Pra onde vai o Sol ...
Quando a noite quando a noite cai ?
Quando o Sol se vai ?
Quando tudo passa ?
Quando a gente chora ?
Pra onde vai ?
Meus defeitos - Alessandro Brito
Dado momento ela disse:
Puts, to enxergando muitos defeitos meus em você... é fogo!
Sempre cito: "Só quem mexe na terra sabe o cheiro do chão..." Foi então que percebi que ela realmente estava me entendendo, embora eu não gostasse nenhum pouco daquela visão...
Estou irritado em ver que ainda sou um "juvenil"! Espero ler estes rabiscos no futuro, e perceber uma mudança...
E por falar em futuro, enxerguei o quanto sou ansioso!
Que absurdo, nunca havia me dado conta disso... Sem perceber, eu estava criando um novo "mundo seguro" e me instalando... Essa visão foi perturbadora, logo eu que sempre critiquei os "mundos seguros" alheios...
O egoísmo eu sabia que era um dos meus grandes companheiros, e confesso que labuto com ardor para ser menos etnocentrico, mas quando paro para analisar vejo que já: "Acusei, julguei e dei o indulto..."
E por ser egoísta, pouco consigo avaliar as opiniões diferentes da minha, muito embora me achasse um homem justo. Muitas vezes uma outra pessoa não precisa mudar seu conceito, eu devo entender que ela pode continuar com sua opinião e ao invés de mudar seu conceito ela pode simplesmente acrescentar conhecimento, gosto, ou seja lá o que for...
E como desgraça pouca é besteira, meu egoísmo vem aliado do meu exagero.
Nesse ponto quase me absolvo, pois meu exagero se confunde com minha intensidade de viver. Por amar tanto a vida eu me entrego de corpo e alma as causas que acredito, as minhas filosofias... e por achar que as pessoas no geral não se entregam, tento me fazer de exemplo, e acabo ultrapassando os limites entre o intenso e o exagero... Ao invés de colocar lenha na fogueira e ver o fogo consumi-la, eu acabo colocando urânio, e quase provoco uma explosão, totalmente desnecessário.
E o pior, esse exagero todo me torna verborrágico! As vezes sou pretensioso a ponto de achar que sei escrever, afinal os amigos me envaidecem em alguns momentos, e sem falsa modéstia até gosto de alguns rabiscos, dos textos reflexivos. Quando vou para retórica me perco, falo mais que a "nega do leite", escrevo mais do que deveria, escrevo tudo que sinto... muitas vezes quem ouve/lê não está tão receptivo para minha intensidade (exagerada)...
Enfim, achava que se eu fizesse tudo "direito" respeitando o tempo de cada um as coisas poderiam seguir os caminhos traçados... Mas entendi, que esse pensamento é um disfarce que me encobre, dos meus mais reais desejos... não posso negar!
Sempre fui um excelente vendedor de ideias, mas já não me dá mais prazer fazê-lo. É tempo de me renovar...
Preciso aprender a "lição do silêncio".
A águia possui grande longevidade. Chega a viver 70 anos.
Mas para chegar a esta idade, aos 40 anos ela tem que tomar uma séria e difícil decisão.
Aos 40 anos ela está com:
As unhas compridas e flexíveis, não consegue mais agarrar as suas presas das quais se alimenta.
O bico alongado e pontiagudo se curva.
Apontando contra o peito estão as asas, envelhecidas e pesadas dada a grossura das penas, e voar já é tão difícil!
Então, a águia só tem duas alternativas: morrer...
...ou enfrentar um doloroso processo de renovação que irá durar 150 dias.
Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher em um ninho próximo a um paredão onde ela não necessite voar.
Então, após encontrar esse lugar, a águia começa a bater com o bico em uma parede até conseguir arrancá-lo.
Após arrancá-lo, espera nascer um novo bico, com o qual vai depois arrancar suas unhas.
Quando as novas unhas começam a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas.
E só após cinco meses sai para o famoso voo de renovação e para viver então mais 30 anos.
Em nossa vida, muitas vezes, temos de nos resguardar por algum tempo e começar um processo de renovação.
Para que continuemos a voar um voo de vitória, devemos nos desprender de lembranças, costumes e outras tradições que nos causaram dor. Somente livres do peso do passado, poderemos aproveitar o resultado valioso que uma renovação sempre traz.
terça-feira, 24 de maio de 2011
O dia que meu dente quebrou, descobri outra coisa - Alessandro Brito
Sentia algo estranho arranhando minha língua... não tinha nada na boca... passava a língua entre os dentes e sentia aquela sensação horrível... Levantei assutado, fui olhar no espelho... Minha nossa, acordei com um dente quebrado...
Só eu sei o desespero que bateu... não era nenhum atacante, mas meu, imagina você acordar num sabadão de sol, com meio dente... Como eu iria passar o fim de semana? Como eu iria comer? Sou uma puta velha toda hora to arreganhando o sorriso amarelo, e agora? Pior, eu não tenho dentista! Onde vou? E se o cara zuar o que sobrou do dente?
Nossa, o coração quase saiu pela boca literalmente, afinal mesmo fechando a boca, agora tinha uma brechinha... Foi por pouco!
Desci correndo para o centro de SBC... E o desespero de encontrar algum conhecido... Já se imaginou cumprimentando um amigo, te faltando um teco de dente? Eu já...
No primeiro consultório que vi aberto eu entrei, claro! Me deparei com uma gatinha na recepção... Que sorriso lindo, já ia me abrir quando, lembrei que estava contundido, e agora José? Como é que vou falar pra essa gatinha que preciso consertar um dente?
Nossa, que vergonha... Mas naquele momento, era melhor perder aquela gatinha, do que não ganhar nenhuma outra nunca mais...
Fim da sessão, dentinho restaurado, já estava filé de borboleta... aí voltou a confiança!
Fui pagar todo galante... Conversa vai, conversa vem, sorriso daqui, sorriso de lá... Ganhei um selinho (nossaaaaaa olha com o que me contentava, tempos bons) trocamos telefone...
Toda vez que ia no centro, passava lá e dava um bitoca... Então reparei que a danada passou a usar uma aliança! Opáááááá, qué issooo? Eu lá sou homem de ser segunda opção? Essa mina tá de sacanagem, pensei comigo.
E aí moça, essa aliança aí?
Ela - Meu tem um cara muito chato que vive vindo aqui, querendo ficar comigo! Fala pra todo mundo que sou namorada dele... Falei pra ele que estou namorando, por isso não tiro a aliança.
Fiquei penalizado, como tem cara louco nesse mundo não?
Fiquei "tranquilis", sempre ficavamos, falavamos por telefone... Mas comecei achar estranho porque as vezes ela atendia com uma voz tensa... pensei, isso é coisa da minha cabeça. Mas ela também nunca podia sair comigo de fim de semana, tinha uma mãe autoritária, coitada!
Um belo dia, estou na praia com uns amigos, fazendo aquele bate bola maroto no calçadão, quando como de costume, um perna de pau foi fazer graça e deu aquele toque desengonçado, lógico que a bola foi parar embaixo em uma mesa do quiosque ao lado...
Solícito que sou, fui atrás... seguindo a bola com os olhos, me aproximei e peguei-a. Quando levanto a cabeça para me desculpar com a galerinha da mesa, quem estava com o namorado e de frente pra mim? A própria moça da recepção do dentista! (Nossa, ele era realmente um filhotinho de "cruz credo").
Quando alinhou-se os "olhos nos olhos" (só não lembrei da música do Chico na hora por quê na época não conhecia) ambos ficamos em choque... Silêncio fúnebre (acho que todos perceberam, não é possível não terem notado) os olhos deram aquela boa e velha esbugalhada de momentos de pânico... Não saiu uma palavra nem de lá nem de cá.
Foi aí que descobri, que eu era mesmo um tonto, e ainda sou! rs.
A Cor do Invisível - Mario Quintana
Amigos, não consultem os relógios
quando um dia eu me for de vossas vidas
em seus fúteis problemas tão perdidas
que até parecem mais uns necrológios...
Porque o tempo é uma invenção da morte:
não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de poesia
para nos dar a eternidade inteira.
Inteira, sim, porque essa vida eterna
somente por si mesma é dividida:
não cabe, a cada qual, uma porção.
E os Anjos entreolham-se espantados
quando alguém - ao voltar a si da vida -
acaso lhes indaga que horas são...
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Bela Cigana - Clara Nunes
Abre essa mão
Que eu vou revelar um segredo
Vou meu irmão
Ensinar beber água na fonte
Poder caminhar os caminhos do monte
Aonde amanhã novo sol vai nascer
É ! nessa vida ninguém
Foge porque tem medo
É justamente o contrário
Medrou quem fugiu
Vai meu irmão
Rasga as folhas do teu samba-enredo
Desvia teu barco dos velhos rochedos
Mais tarde ou mais cedo me darás razão
E foi assim que me disse a bela cigana
De brincos de ouro , de porte de dama
De vida e de morte
No fundo do olhar
Leu minha mão, me rezou e levou meu dinheiro
Mas a tal cigana não sabe talvez
Tirou meu veleiro
Do fundo do mar
domingo, 22 de maio de 2011
Tempo de amar - Alessandro Brito
Se é assim, e acredito que seja, por quê demoras tanto para amar?
Somos extremamente limitados! Intelectualmente quase não progredimos (embora o "ser humano" se ache fantástico com suas "contribuições" para a humanidade, mas se a arrogância não os cegasse, perceberia que o pouco que "cria" é muito inferior ao quanto ele destrói), fisicamente somos um nada, então me pergunto porque esperar para amar? O dia de hoje realmente pode ser o último, não tenho a menor garantia que o "amanhã" chegará! Hoje tenho todas as possibilidades de amar, de demonstrar meu amor, por quê não faço? Por quê êxito? O que ganho evitando o amor?
Aí o amor, sentimento sublime... "sublime para os que sabem ser verdadeiros"... esse sentimento que transforma a nossa vida, que nos renova, nos enche de alegria... que faz de todos os problemas, meras banalidades... sentimento que transforma a espécie humana em criaturas verdadeiramente "humanas" e nos faz assemelhar- se aos animais... É ele quem nos dá a base para conseguirmos respeitar nossas limitações e principalmente as limitações dos nossos "irmãos"...
Somos egocêntricos por natureza ou por coerção, não faz muita diferença, por isso digo que amamos alguém, quando conseguimos sobrepujar nosso ego e respeitar o ego de outrem... Quando isso acontece, passamos a lidar com o que de mais precioso existe na terra, o tempo. É diferente o tempo de quem ama... Para amar ou odiar, ser feliz ou triste, esperar ou partir, perdoar ou magoar... dependemos diretamente do tempo! Ele chega ser mais especial que o próprio amor, que ironia.
O que tem feito como seu tempo? Se brincas de viver, cuidado! As pessoas que você ama estão esperando por teus carinhos... teus regressos... tuas palavras amiga... teu sorriso... tua verdade!
A pessoa que mais amo na vida partiu, e eu, por acreditar no amanhã e por pura negligência não tive tempo de lhe dizer pela última vez o quanto eu o amava! Na verdade tive todo o tempo , mas não soube aproveitá-lo.
Ele, meu amado tio, fez uma viagem... passou 30 dias fora... Antes de ir, sentamos e conversamos... falamos do passado... rememoramos nossas vivências... fizemos planos, grandes planos... falamos do quanto um era importante para o outro e do quanto nos amávamos... Nos beijamos, nos abraçamos e nos despedimos... "Até a volta Titio"... foram minhas últimas palavras. E ele voltou, era um sábado de julho de 2005... Todos os dias da minha vida eu passava na casa dele, todos! Mas meu trabalho estava me consumindo e não tinha tempo pra nada, uma semana se passou, era outro sábado... Fui trabalhar... enquanto eu estava no batente, ele distribuía todas as coisas de um lojinha que havia montado... Visitou os amigos, os mais queridos, e os presenteou... Era sábado a noite, eu regressava para casa quando me deram a notícia: O João faleceu! Foram 3 tiros no peito e 5 na nuca!
Impossível descrever qualquer sentimento a partir desse momento...
Uma semana se passou e não nos vimos, nem por telefone nos falamos, nossa que dor. Eu nunca mais poderia tomar sua a benção (como é costume na minha família), nunca mais poderia sentir seu abraço ou ouvir seus conselhos, ouvir sua voz, ver seu sorriso... enfim...
Meu adeus foi em um caixão, e então ele se foi...
Quase 6 anos se passaram, e a dor que sinto só aumenta... é muito difícil. Tem dias que acordo pesando 2 toneladas, nesses dias não vejo cores, tudo fica cinza... Mas é a vida, e é assim que deve ser. Não choro sua morte, faz parte do processo vital, choro sua ausência... Até agora, não consegui encontrar algo que preencha este vazio que parece infinito dentro de mim...
Tudo o que queria era que todos vocês fossem sábios! Que não desperdiçassem seu tempo... que fizessem da minha cicatriz um medalhão, e levassem com vocês todos os dias, todo segundo, todo milésimo para que não se esquecessem:
"Demonstrar às pessoas que as amamos é o mínimo que podemos fazer por nós mesmos". Alessandro Brito
sábado, 21 de maio de 2011
Memória - Alessandro Brito
Busco na memória flash de momentos marcantes, de lugares marcantes... Agora meio confuso encontro todos em um só lugar, estão aqui, bem aqui, na memória!
A madrugada apresenta um cenário cíclico... tudo vazio... na sequência dezenas de corações famintos de carinho, atenção, cuidados ou uma boa conversa que se estenda e se acrescente algo... Em poucas horas raia um novo dia, a ilusão da noite se desfaz com a claridade do dia e da realidade, o salão está vazio novamente... ficou o saldo da ilusão e um desejo que hoje a noite seja melhor... E outra vez, tudo se encontra intocável como antes, na memória!
Quando se vai - Alessandro Brito
Se quando menos espera está pensando naquele sorriso que tudo ilumina, olhar de quem pede carinho e proteção, partiste-te ou fostes embora?
Se a essência do perfume lhe faz dar um sorriso de canto de boca e arranca um suspiro de angústia e melancolia, não podes negar que não fostes embora, mas apenas partiste.
Se todos teus atrasos te levam aquela pessoa que por vezes te esperou pacientemente faz diferença quem vos espera agora?
Poderia arrastar um outro mundo e alinhá-lo junto ao teu? Sim poderia e podes! Mas esteja certo que a sintonia é recíproca, se não for opte pela razão, pois a emoção é intocável quando a sua plenitude tem o alicerce da razão, caso contrário a emoção está solitária e não condiz como seu íntimo desejo. Se vives a emoção pela razão jamais te arrependerás pois tens como fiador a certeza de ambos terem se entregue.
Até para loucura é preciso coerência!
Não te envergonhes por não ter tido êxito em teus planos, aproveite para tirar novas lições.
A vida só vale se formos plenos no que desejamos, se os sacrifícios deixarem marcas em sua alma, se o medo for a força motivadora para penetrar no desconhecido e inseguro, a realidade é correr o risco do que quer que seja.
Olha para trás e orgulhe-se das tuas histórias, quando parar para refletir tenha sempre a sensação de que não poderia ter sido melhor ou tão intenso, a entrega nos deixa vulneráveis, deixamos florar nosso lado brega, cafona, ... mas ridículo é passar pela vida sem a vivência de uma paixão honesta.
As garantias que não tivestes, as juras que não recebestes, as ligações que nunca tocaram, o convite para festa que não tinha seu nome, os filmes que não assistiram, os passeios no parque que nunca aconteceram, os dias de sol que não pudestes contemplar, o frio que te fez acordar durante toda noite pela falta de companhia naquela madruga infinita, as músicas quem não tivestes tempo de mostrar-lhe, e tantas outras coisas viram banalidades perto daqueles momentos que juntos estiveram.
Se quis todas estas coisas é porque ela realmente era especial.
Saber reconhecer que perdeu é nobre, apenas um coração nobre pode aprender com as partidas da vida.
Contigo Aprendi - Altemar Dutra
Contigo aprendi Que existem novas
E melhores emoções...
Contigo aprendi
A conhecer um mundo novo
De ilusões
Aprendi...
Que a semana já tem mais
De sete dias
Fazer maiores minhas
Poucas alegrias
E a ser alegre
Eu contigo aprendi...
Contigo aprendi
Que existe luz na noite
Mais escura
Contigo aprendi
Que em tudo existe um pouco
De ternura
Aprendi...que pode um beijo
Ser mais doce e mais profundo
Que posso ir-me amanhã mesmo deste mundo
As coisas boas, eu contigo já vivi
E contigo aprendi, que eu nasci
No dia em que te conheci...
Vulnerabilidade - Alessandro Brito
Hoje é assim que me encontro, totalmente vulnerável...
Costumo dizer que não tenho limite, apenas limiar. É claro que falo de uma questão emocional, a questão fisiológica não conta. Fisiologicamente sou limitadíssimo, meus 4,00 de miopia (em cada olho) que o diga! Rs.
Normalmente, nas situações que decorrem na minha vida, sei como agir. Analiso as probabilidades de seguir ou recuar e, com base nas minhas vivências, me posiciono. Mas a vida nos cola em situações que fogem a este controle analítico. É justamente quando entro em estado de vulnerabilidade.
Meu "limite" era até o ponto em que eu tinha "domínio" da situação. A partir desse limite, considero me encontrar em estado de vulnerabilidade. Nesse estágio, perco a capacidade de premeditar. Paira a dúvida entre seguir ou recuar, mas se faz necessária uma escolha, entro então em uma zona de risco.
Se tudo correr bem e eu retomar o controle da situação, terei em um novo limiar. Terei aumentado meu "limite".
Agora serão necessários novos fatos sobre aquela determinada situação para que eu entre novamente em estágio de vulnerabilidade. De acordo com as novas experiências, o limiar sempre terá a possibilidade de aumentar, quebrando então a regra de, sermos limitados.
Se no estágio de vulnerabilidade as resoluções não se derem de forma positiva, significa que me perdi no caminho. Apresenta-se então, uma nova oportunidade de progresso. Se faz necessário reavaliar todo o processo e buscar novas maneiras de conduzir.
Estar em estado de vulnerabilidade é, sem dúvidas, uma das sensações mais fantásticas que já sentiu. É como se nada eu soubesse, no fundo sei que não sei, mas minha vaidade não permite admitir. É como se eu regredisse e não tivesse discernimento algum, vivência nenhuma. Sinto um desejo louco de retomar as rédeas e, ao mesmo tempo, fascínio pelo inesperado, isso me consome. Sinto calafrios e um borboletário se faz dentro do meu ser e, cada milésimo de segundo me dedico a pensar, repensar. "Que tolo fui eu que em vão tentei raciocinar."
E sendo honesto, eu gosto e muito de me sentir bobo, porque no fundo eu sei que sou, embora eu finja não ser, rs. Nessas horas me percebo um menino curioso.
Essa dúvida entre seguir ou recuar, é enlouquecedora!
Me pego sorrindo, assim, sem mais nem menos, sem saber se terei êxito ou não. Se apossa de mim um sentimento juvenil que vê apenas o que quero enxergar, deixando todo o resto do mundo (e suas racionalidades) secundário. São nesses momentos de vulnerabilidade que mais sonho, planejo e me exponho (mesmo que apenas pra mim mesmo). Todo frio que faz nessa madruga é irrelevante, perto do calor que sinto arder na alma.
São em meus momentos de vulnerabilidade que mais sinto meu sangue ferver e pulsar. Nesses momentos (que por vezes parecem intermináveis) consigo reconhecer que não sou espectro de homem, que não estou apenas passando pela vida, mas vivendo.
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Minha crença - Alessandro Brito
Para qualquer um que realmente me conheça, chega ser irônico eu começar dizendo que "acabo de assistir uma pregação", logo eu que tenho aversão a estas coisas, mas não pense que é sacanagem minha não, pois não é!
A mensagem enfatizava que devemos amar a "Deus" e não ao dinheiro, que não podemos servir dois deuses ao mesmo tempo (citou um capítulo da bíblia)... O orador enfatizava o quanto a globalização agunçou nossos sentidos para o consumismo, e o quanto isso reflete em nosso comportamento, em nossos ideais... Enfatizava como estamos obcecados pelo poder e principalmente como nós como "seres humanos" na condição de egoístas que somos, deixamos de olhar para o próximo e de praticar o amor aos nossos "irmãos"... que deveríamos refletir a respeito dessas coisas...
Por fim citou estatísticas da ONU para comparar a vida de pessoas miseráveis com a nossa vida medíocre, nos fazendo refletir a respeito de quem realmente é rico ou pobre...
Que ironia para mim tudo isso...
Eu que comecei frequentando (obrigado) a macumba, pois quando criança meus pais iam no terreiro, e com 4 anos não temos muita autonomia para ficar em casa sozinho comendo uma pizza...
Em seguida comecei minha busca, acreditem, fazia parte do grupo de jovens da Igreja Universal.
Ia sempre com uma vizinha amiga da minha mãe... Não me adaptei rs...
Tempos depois passei a receber aulas em casa com uma srta testemunha de Jeová. Desde menino sempre fui intenso em tudo que fazia e sentia, e é assim até hoje! rs. Pois bem, passei a frequentar o Salão do Reino todas as terças e quintas (duas décadas depois fui morar, literalmente, em frente a este mesmo salão que está lá até hoje) também não me adaptei havia umas regras muito estranhas pra mim...rs
Uum tantinho maior passei a frequentar a assembleia com minha vó, essa sim é um anjo lindo! As vezes eu me pego cantando um hino que ela cantava todos os dias pra mim com aquela voz de lavadeira:
"Foi na cruz, foi na cruz
Onde um dia eu vi
Meus pecados castigados em Jesus
Foi ali, pela fé, que meus olhos abri
E agora me alegro em Sua luz"...
Lembro que nesta época uma outra vizinha me levou pra passar um ano novo em uma igreja também evangélica... minha nossa o que foi aquilo...
Também não me adaptei, era muito barulho pros meus pobres ouvidos...
Meu pai (nordestino da muléstia) dizia que eu tinha que me batizar, por que eu já tinha meus 17 anos e se eu morresse não poderia herdar o reino de Deus, pois ainda era um pagão! Não entendia essa necessidade mas meu irmão Rogério também se propôs a fazer a crisma (embora ele já fosse batizado) topei fácil...
Claro que cheguei atrasado no primeiro dia de crisma, naquela sala abençoada, e lotada rs, conheci minha primeira namorada... Isso foi maravilhoso, e tenso ao mesmo tempo, acho que ali comecei a entender porque diziam que "amor e ódio" caminham lado a lado... =[
Na época, 1997 eu e o Rogério tínhamos uma jog (scooter) idêntica, e fazíamos quase tudo juntos rs, como é até hoje, (inclusive, estávamos junto está madrugada comemorando a promoção dele para gerente na empresa onde trabalha shaushaushaushas) e confesso que no início só topei porque ele também ia todos os sábados comigo, mas depois que entrou a primeira namoradinha as coisas mudaram um pouco, normal né!?
Pois bem, encontrava a namoradinha na crisma e depois íamos ao shopping passar o resto da tarde, a mãe dela ia buscá-la eu pegava minha "joguinha" rs e dava aquela buzinadinha marota pra sogrinha e ia todo orgulhoso pra casa! Um dia fui no aniversário dela, meu tio me levou porque eu não podia sair a noite com a joguinha, e logo me ligou dizendo que ia me buscar, a namoradinha pediu pra que a mãe dela me levasse, dispensei meu tio e fiquei... A se eu soubesse...
Quando a mãe dela as 02:30 da matina me deixou na favela, a mulher quase teve um "treco", aí já saquei, caí! rs
Não deu outra, com dois dias a namoradinha me ligou dizendo que a mãe dela não queria mais que a gente namorasse porque ela estava indo mau na escola e tal... Aí falei:
"Namoradinha" eu sei que não é isso, ela não quer porque eu moro na favela não é isso?
Ela, lindinha que era falou:
-É! =[ ... Mas eu não me importo vamos namorar escondido, quero ficar com você... (fiquei com o ego ferido pela mãe, mas todo cheio por estes dizeres dela rs).
Olha, não sou moleque pra namorar escondido (hahaha 17 anos metendo essa... sou ou não sou um paraibinha da moléstia também?)
Dias depois liguei na casa dela, a "ex-namoradinha" atende, eu digo que quero falar com a mãe dela, ela então passa o telefone:
Eu tremendo rs, mas cheio de razão falo de prima:
- Olha fulana (ainda lembro o nome da infeliz) sei que não quer que eu namore sua filha só porque eu moro na favela... (aí se isso fosse crime na época rs)
- Que isso Alessandro (eu mesmo rs) você são muito novos, se vocês se amarem realmente como se amam, quando tiverem terminado a faculdade, com certeza ficarão juntos... O amor é como uma plantinha, tem que ser regado todos os dias... Meu que velha filha da mãe! rsrsrs
Nunca mais tive notícias...
Foi então que comecei a perceber onde estava me metendo, convivendo com esses ditos "seres humanos", aquilo parecia perigoso rs.
Óbvio que deixei de ir na crisma, não me batizei... Mas pelo menos fui na formatura do Rogério rs, e ainda tive a pachorra de ir cumprimentar as duas... Ela estava linda! rs
A partir da crisma passei a frequentar o grupo de jovens da igreja também católica da matriz.. Eu e quem? Claro que eu e o Rogério rs... Depois de quase um ano, desencanei... Dei de braços com a boemia, e na noite cada vez mais pude perceber com essa tal raça de "seres humanos" é perigosa... rs
Anos depois, me batizei, na "única igreja verdadeira na face da terra" eita! A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias... Ali sim foi incrível, sem gritaria, sem sacolinhas, fiz bons amigos que também me acompanham até hoje... Falando sério, tive grandes lições por lá!
Decidi ir pra missão (depois de uma pequena pressão de toda a igreja obviamente)... A missão consiste em dedicar 2 anos da sua vida em prol do seu crescimento espiritual (e da igreja de tabela)... Pois bem, era necessário estar casto por no mínimo 6 meses para poder entrar no templo da igreja... Fiquei 8 meses shaushausahu... Meu chamado chegou, eu iria dedicar 2 anos de minha vida em "Santa Maria"... Resumo das regras:
Não poderia andar só... são 2 anos sempre com um companheiro ao lado
2 anos sem dar um beijinho sequer no rosto de uma mulher (para evitar a tentação)
A igreja aluga uma casa ou ap (na maioria das vezes para 2 duplas)
Cada um recebe o mínimo de dinheiro para passar o mês (menos que um salário mínimo pra cada, na época) Esse dinheiro teria que pagar, água, luz, comprar desejum e a janta, o almoço é na casa dos membros... E mais uma séria de coisas...
Pois bem, precisava de uma assinatura apenas para poder ingressar na missão... Fui fazer essa última entrevista com o manda-chuva (presidente da estaca - na região é o membro "mais respeitado") me fez algumas perguntas e me deu o aval!
Saí da sala decidido! rs Não vou mais! hahahahahaha
Ora, quem era aquele iníquo para me julgar? Como poderia a igreja ser verdadeira tendo como Presidente de estaca um pilantra, embora eu não soubesse porque rs. Mas via nos olhos dele a maldade ... E foi isso que disse para os que perguntavam porque eu não iria mais pra missão! Imaginem se fui ou não julgado na casa de Deus...rs
Obviamente, rs deixei de ir pra igreja...
Até então, sem problemas, porque igreja não ia me faltar pra eu conhecer e me encontrar... Um dia fui ao samba na casa verde, e de frente pro samba tinha uma igreja:
"IGREJA PRESBITERIANA DO MINISTÉRIO DA PARAÍBA" confesso, me senti em casa, tinha ou não tinha opções? rs.
E assim acabou minha saga com as igrejas.
O que pegou mesmo foi quando fui morar na Paraíba...
Morava em Campina Grande, embora sempre estivesse em João pessoa. Era tudo muito lindo, muito belo, não fazia jus as canções de lamento do meu querido Luiz Gonzaga... (totalmente relevante na minha vida).
Aí foi onde a porca torceu o rabo... Inventei de me embrenhar na caatinga e no cerrado...
Não conseguiria expressar a dor que senti, quando vi as condições que aquele povo vive, ops, sobrevive... Se um dia eu pensei ter sofrido na vida, regozijei-me, pois não tenho ideia do que seja sofrimento...
A coisa mais linda do mundo pra mim, é uma criança... Não quis aceitar que aquilo que eu via não era um quadro, mas a bruta realidade... Quanto mais eu me embrenhava, mais eu conhecia, mais atormentado eu ficava!
Como poderia existir um "Deus" de amor e blá blá blá como o que eu havia "conhecido"? (nossa mente é fantástica).
O magnânimo dono de toda a glória e senhor do "Perdão" todo onipotência permitiria aquilo acontecer? Comigo tudo bem, mas com aquelas crianças?????? Tinha algo errado... = [
É fácil pra qualquer um defender que é o plano dele... Nunca viu ninguém sofrer daquela maneira não é mesmo? E se um dia viu, fingiu que não era um problema seu...
É fácil qualquer um comentar que sou um "homem de pouca fé" ou que não tenho fé...
Mas quantas vezes esta pessoa que me julga passou fome? (eu já).
Quantas vezes abriu seu guarda roupa e deu sua melhor Blusa pra alguém vestir?
Quantas vezes deu seu melhor cobertor pra alguém se aquecer?
Me diga, quantas vezes deu um abraço em um mendigo? Você já abraçou um e parou pra conversar com ele levando uma palavra de esperança?
Poxa, mas você pratica a caridade não é filho de Deus!? Que alma nobre, você doou e doa aquela blusa que não usa mais, aquela que não tem coragem de colocar e sair com sua gatinha ou gatinho...
Doa aquele cobertor que cheira a mofo que nem você quer usar...
Doa 5 reais ou 10 reais pra um descamisado se alimentar (mais com a certeza que ele vai consumir drogas), mas nunca comprou uma cesta básica pra ninguém, nem pra sua própria família, se fez, quantas vezes fez?... rs...
Mas um churrasco com certeza já deu pros amigos né? Claro, que tonto eu, são seus amigos, eles merecem... O outros é problema do governo, não seu... é entendo... Mas o que mais me deixa louco é que ainda sai com a "consciência tranquila" enganado a si mesmo que fez uma boa ação. Pura hipocrisia...
Poderia citar aqui 2.000 exemplos de falso moralismo, mas não quero entrar nesses méritos... citei estes apenas pra não ter comentários de falsos moralistas por aqui!
Hoje sou agnóstico, acredito em Deus! Mas um que não tem a hipocrisia e a demagogia da religião e suas doutrinas, nem livros...
A doutrina do Deus que acredito é simples: "Ame teu irmão e seja honesto consigo em primeiro lugar!
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Um dia sonhei - Alessandro Brito
Que meus pensamentos encontravam os teus
Se embrenhado numa farra
Que os Deuses a nós concebeu
Que tua fala, a minha completava
Dizendo velhas frases
Que nunca quiseram dizer nada
Sonhei que tua alma cansada
Setiu-se aliviada
Ao ver que a minha por ali também vagava
E voltavamos no tempo
Esquecendo os sofrimentos
Que outrora nos feriu
Sonhei curar minhas dores
No mesmo campos de flores
Do qual um dia partimos
Então meu corpo e o seu
Ardendo de desejo
Cometia os pecados que o mundo nos deu
Foi um sonho lindo
Profano e divino
Como você e eu!
quarta-feira, 18 de maio de 2011
segunda-feira, 16 de maio de 2011
Sem Fantasia - Chico Buarque e Maria Bethânia
Das chuvas que apanhei
Das noites que varei
No escuro a te buscar...
domingo, 15 de maio de 2011
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Conselhos - Leonardo Mattos.
A preocupação com quem consideramos nossos amigos, ultrapassa onde julgam ser o limite da privacidade e se torna uma invasão. O querer bem deles é o alvo do ego ferido, que as vezes se confunde com inveja. Não somos donos de ninguém e já diziam que devemos gostar das pessoas como elas são, mas as vezes achamos que não são ninguém e caímos no comum engano de que poderiam estar ou pelo menos ser alguém melhor do que estão ou são. Pergunto: Será que gostariam de ser diferente? Será que se tivessem o escasso conhecimento que achamos ter e temos estariam ou seriam melhor mesmo???
A tempos não me engano mais, não porque me julgo melhor ou pior que os outros, muito pelo contrário. Parei de julgar, parei de de me "intrometer" nos assuntos que não me cabem ou a minha família. Meus amigos continuam sendo meus amigos, e espero que sempre sejam, porém, quero sejam sempre o que buscam, o que querem, o que cultivam do seu plantio. Minha preocupação não diminuiu, apenas deixou de ser do interesse deles, muitas vezes porque o que diz, caro amigo Sandrinho, nem sempre é o que querem ouvir, nem sempre estão prontos para a verdade nua e crua. Dizer o que pensa hoje em dia é pior do que mandar alguém ir se fuder, imagina?
Te admiro muito e você sabe disso, mas sua verdade pode não ser a verdade do próximo. Pode ter seus amigos por perto sem "invadir" o mundo paralelo em que vivem, e pior, vivem achando que vivem, apesar de sobreviverem e levarem a vida com o máximo de preocupação possível com o bem estar e luxo.
Definitivamente não sei se somos parte desse enorme conglomerado de ideias supérfulas, fúteis e estática.
Não conheço esse seu amigo, vendo de fora vejo que está debatendo em vão e o afastando ainda mais. Uma pessoa que diz amar, que conhece a mais de 15 anos e que entrou em contato contigo porque em algum momento da vida DELE, se lembrou que você existe, não carece o debate.
Seus conhecimentos, sua experiência e suas filosofias de vida não vão mantê-lo por perto, não assim!
Seja você sempre! Tenha suas convicções sempre! Tenha seus conhecimentos sempre! Mas seja o mais simples possível, sempre!
Expandir seus conhecimentos, suas filosofias e sua nada agradavel experiência de vida, sempre foi uma obsessão, o que é louvável na minha opinião, aliás, me ensinou muito com elas, mas tem gente que não quer saber irmão!
Tem gente que vive seu mundo e ponto final, pouco importa o que se passa além do umbigo.
Particularmente mando ir se foder, dói menos do que ouvir a verdade!
terça-feira, 10 de maio de 2011
Última convesa com Canhoto da Paraíba =/
=(
Fez três anos que o gênio do violão Canhoto da Paraíba partiu.
Lembro da última vez em que o visitei.
Naquele dia, Canhoto da Paraíba estava com 81 anos, sentado em uma cadeira, como sempre esteve durante 16 horas, todos os dias em seus últimos três anos. Depois de um AVC, ele falava com dificuldade e baixo. Eu havia ido à sua casa como portador de um presente, os CDs Vale dos Tambores, do compositor e intérprete Carlos Henrique Machado.
Descobri dessa vez que ele via mal por somente uma das vistas. Mas Canhoto era um homem com mania de felicidade. O seu prazer era sorrir, procurar o sorriso, buscar a felicidade. Ele sofria, claro, ele percebia o sofrimento, mas isso não o levava ao desespero. Naquele domingo, carregava comigo meio litro de uísque, para beber enquanto ouvisse os choros de Carlos Henrique Machado. Então eu pedi à sua filha Vitória um copo com gelo. Que fez Canhoto? Pediu um também, porque desejava me acompanhar na bebida. Mas Vitória, filha, secretária, enfermeira e companheira repôs a nossa alegria no quintal da realidade:
- Ele não pode beber, por causa do remédio. Ele toma Gardenal.
Então eu, o caridoso – e a caridade se confunde com a crueldade em mais de uma rima – levei o meu copo de uísque a seu nariz, para que ele, se não podia beber, pelo menos sentisse o aroma do álcool no domingo. O diabo era que ele, gripado, estava com as narinas cheias de vick. O frustrado, acreditem, fui eu. Canhoto, não, ele foi do desejo de me acompanhar à paciência de viver com o que era possível. E por isso, para não afrontá-lo com a minha temporária saúde, bebi menos, somente três doses, em respeito a seu estado. E assim melhor pude ver e observar a sua pessoa.
Aos primeiros acordes do choro Canto dos Quilombos ele sorriu. Melhor dizendo, pôs um sorriso que não voltou a se fechar nos lábios. Então entraram o cavaquinho, o bandolim, os violões. Para quê? Como é que se podia ser infeliz a ouvir uma composição assim? Não sei se descobri a pólvora, mas Canhoto era feliz porque era um homem musical. Ele retirava do som o remédio para a desgraça. Porque a sorrir ele se pôs a balançar a cabeça também, a dizer e a se repetir “sim” em silêncio. Então eu senti que ele estava liberto. Ele não estava mais naquela cadeira, ou melhor, estando sentado nela, a cadeira era um objeto de profundo conforto. Era como estar na dor e integrar a dor em algo maior, em outro lugar, onde a própria dor não tem razão, como canta Paulinho da Viola. Então ele comentou, baixinho, à sua maneira, mas com um ar no rosto que não admitia outra frase:
- Como tem gente boa no Brasil.
E dessa vez fui eu que balancei a cabeça. Vieram outros choros, até chegar na composição Catira. E ele, esquecido do nome do artista que ouve:
- É João Pernambuco?
- Não, Canhoto, é Carlos Henrique Machado, eu lhe respondi.
Senti que ele não me via, não mais pela falta de visão, mas porque a ausência de luz era um elemento para sua viagem. E ele estava mais que certo, não era uma ilusão, um escapismo, como qualquer idiota de manual podia escrever. Aquilo era típico da arte: fazer do circunstancial um elemento de composição, sempre. Na dor, na alegria, na felicidade, no sofrimento, no riso, na raiva - tudo era matéria para a expressão.
Mas isso que acabo de escrever, no calor do que percebo agora, ele sabia sem conceito cerebral, ele sabia por sentimento, a balançar a cabeça e a sorrir. Impossibilitado que estava de ele próprio executar a beleza, com as suas gordas e canhotas e generosas mãos – porque era todo esquerdo, agora sinto, o que nele era destro era apenas auxílio para o outro lado -, ele passou a compor de outra maneira, enquanto acompanhava os movimentos do choro do CD. Então eu percebi que Canhoto estava tocando! Acreditem, porque eu vi Canhoto a executar o violão, apesar do AVC, tocando. Como? – Ele estava com uma das pernas cruzada, posta sobre o joelho. Com a mão esquerda, imóvel, repousada em um braço da cadeira, com a direita ele marcava posições de acompanhamento na tíbia, no tornozelo!
Essas coisas a gente vê e deve olhar para o outro lado em sinal de respeito. Mas era irreprimível. Ver as notas a correr com o polegar, com o médio, o indicador, em marcações imaginárias em uma tíbia que se transformara em braço de violão. Eu bebi e silenciei ali, como silencio aqui.
O mais que escrever será inútil.
http://www.diretodaredacao.com/noticia/ultima-conversa-com-canhoto-da-paraiba
segunda-feira, 9 de maio de 2011
terça-feira, 3 de maio de 2011
Quero ser o homem que sou - Raul Seixas
Dizendo a verdade
Somente a verdade
Dizendo a verdade
Somente a verdade
Essa vã criatura indecisa no mal
Indecisa no bem
Sempre buscando venturas
E sempre à procura das dores também
Com todos os desejos, pecados, receios
Rancor e arquejos
Do animal que gargalha
E traz na boca rugidos e beijos!!
Mas dizendo a verdade
Somente a verdade
Mas dizendo a verdade
Somente a verdade
Esse gênio esboçado, essa criança louca
Esse filho da dor
Que foi capaz de erguer do lodo
Uma voz rouca e um canto de amor
Enquanto geme e chora
Mata e mente, acusa e defende
Deixa ficar pra trás
Na sua jornada uma canção de glória!!
Dizendo a verdade
Somente a verdade
Dizendo a verdade
Somente a verdade
Quero ser o homem que sou
Sim, quero ser o homem que sou
Sim, quero ser o homem que sou!!
Mas...dizendo a verdade
Somente a verdade
Dizendo a verdade
Somente a verdade
Esse gênio esboçado, essa criança louca
Esse filho da dor
Que foi capaz de erguer do lodo
Uma voz rouca e um canto de amor
Enquanto geme e chora
Mata e mente, acusa e defende
Deixa ficar pra trás
Na sua jornada uma canção de glória!!
Dizendo a verdade...
Frase - Fernando Anitelli
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Resíduo - Carlos Drummond de Andrade
De tudo ficou um pouco
Do meu medo. Do teu asco.
Dos gritos gagos. Da rosa
ficou um pouco.
Ficou um pouco de luz
captada no chapéu.
Nos olhos do rufião
de ternura ficou um pouco
(muito pouco).
Pouco ficou deste pó
de que teu branco sapato
se cobriu. Ficaram poucas
roupas, poucos véus rotos
pouco, pouco, muito pouco.
Mas de tudo fica um pouco.
Da ponte bombardeada,
de duas folhas de grama,
do maço
― vazio ― de cigarros, ficou um pouco...
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