Minha lira tem um jeito de quem está perdido em um caminho sem volta, não há paredes, não há estradas, não há luz nem referentes, há apenas passos desvairados que me conduzem querendo voltar...
sexta-feira, 20 de dezembro de 2019
Frase - Dom Quixote
A liberdade, Sancho, é um dos dons mais preciosos, que aos homens deram os céus: não se lhe podem igualar os tesouros que há na terra, nem os que o mar encobre; pela liberdade, da mesma forma que pela honra, se deve arriscar a vida, e, pelo contrário, o cativeiro é o maior mal que pode acudir aos homens.
terça-feira, 17 de dezembro de 2019
Frase - Anais Nin
"Um homem jamais pode entender o tipo de solidão que uma mulher experimenta. Um homem se deita sobre o útero da mulher apenas para se fortalecer, ele se nutre desta fusão, se ergue e vai ao mundo, a seu trabalho, a sua batalha, sua arte. Ele não é solitário. Ele é ocupado. A memória de nadar no líquido amniótico lhe dá energia, completude. A mulher pode ser ocupada também, mas ela se sente vazia. Sensualidade para ela não é apenas uma onda de prazer em que ela se banhou, uma carga elétrica de prazer no contato com outra. Quando o homem se deita sobre o útero dela, ela é preenchida, cada ato de amor, ter o homem dentro dela, um ato de nascer e renascer, carregar uma criança e carregar um homem. Toda vez que o homem deita em seu útero se renova no desejo de agir, de ser. Mas para uma mulher, o clímax não é o nascimento, mas o momento em que o homem descansa dentro dela."
quinta-feira, 12 de dezembro de 2019
Frase - Ariano Suassuna
A massificação procura baixar a qualidade artística para a altura do gosto médio. Em arte, o gosto médio é mais prejudicial do que o mau gosto... Nunca vi um gênio com gosto médio.
sexta-feira, 6 de dezembro de 2019
Minhas primaveras - Mestre Fuleiro
São tantas
Tantas foram as primaveras
Que por mim já passaram
Nesses meus cabelos brancos
É fácil de calcular
Amar, amei bastante, até demais
Quando fui Guapo rapaz
Gozei o que pude gozar
Só me resta agora recordar
Quem viver a vida que vivi
Certamente há de recordar
Amar, amei
Sambar, sambei
Tantas belas coisas desfrutei.
Tantas foram as primaveras
Que por mim já passaram
Nesses meus cabelos brancos
É fácil de calcular
Amar, amei bastante, até demais
Quando fui Guapo rapaz
Gozei o que pude gozar
Só me resta agora recordar
Quem viver a vida que vivi
Certamente há de recordar
Amar, amei
Sambar, sambei
Tantas belas coisas desfrutei.
Ela - Ana Paula Farias
“Não devemos julgar a vida dos outros, porque cada um de nós sabe de sua própria dor e renúncia. Uma coisa é você achar que está no caminho certo, outra é achar que seu caminho é o único.” (autoria desconhecida)
Ela sabe dela. Sabe que é intensa.
Ela fala, escreve, expressa, sente, chora, ri, pensa, sonha, acredita, deseja...
Sabe que essa intensidade vem de sua essência e já lhe trouxe lágrimas e sorrisos...
Ela sabe de seus medos e de como eles lhe fazem tentar mudar os caminhos.
Ela não tem todas as certezas...mas sabe que “viver” sempre vale a pena.
Sabe que pode ser diferente, mas ainda será ela.
Ela acha que o caminho dela é certo...mas sabe que não é o único.
Ela não sabe dele. Não conhece a essência dele, seus medos, receios, anseios, sua história...não conhece seus sonhos. Não o conhece. Ela não conhece o caminho dele...são caminhos silenciosos. Ela conhece dele o abraço...
Ele provavelmente acha que o caminho dele é certo...ela não sabe se ele acha que o caminho dele é único.
Ele é um bom homem. Ela sabe que é uma boa mulher.
Ela sabe dela. Sabe que é intensa.
Ela fala, escreve, expressa, sente, chora, ri, pensa, sonha, acredita, deseja...
Sabe que essa intensidade vem de sua essência e já lhe trouxe lágrimas e sorrisos...
Ela sabe de seus medos e de como eles lhe fazem tentar mudar os caminhos.
Ela não tem todas as certezas...mas sabe que “viver” sempre vale a pena.
Sabe que pode ser diferente, mas ainda será ela.
Ela acha que o caminho dela é certo...mas sabe que não é o único.
Ela não sabe dele. Não conhece a essência dele, seus medos, receios, anseios, sua história...não conhece seus sonhos. Não o conhece. Ela não conhece o caminho dele...são caminhos silenciosos. Ela conhece dele o abraço...
Ele provavelmente acha que o caminho dele é certo...ela não sabe se ele acha que o caminho dele é único.
Ele é um bom homem. Ela sabe que é uma boa mulher.
terça-feira, 3 de dezembro de 2019
Paulo Freire - Marcelo Centenaro
Pedagogia do Oprimido, de Paulo Freire
No final de 2014, conversei sobre Paulo Freire com uma pessoa de quem gosto muito e que tem opiniões opostas às minhas. Ela perguntou se eu tinha lido algum dos livros dele. Só A Importância do Ato de Ler, mas há tanto tempo que não me lembro de quase nada, respondi. Nunca li Pedagogia do Oprimido, confessei. Você não pode criticar o que não conhece, acusou ela. Prometi que leria Pedagogia do Oprimido e escreveria uma resenha. Aqui está.
Não é uma leitura fácil. Embora o livro não seja extenso, com pouco mais de 100 páginas, levei dois meses para terminar. Achei a linguagem confusa, com termos inventados ou palavras às quais o autor atribui um sentido peculiar, sem contudo definir claramente esse sentido. Muitas vezes, não há um encadeamento lógico entre um parágrafo e o seguinte, entre uma frase e a próxima, entre uma idéia e outra. Nesse aspecto, lembra muito o estilo do Alcorão. Paulo Freire tem um cacoete de separar os prefixos dos radicais das palavras (co-laboração, ad-mirar, re-criar), como se isso significasse alguma coisa. Há muitas passagens com sentido obscuro (vejam algumas abaixo), muitas repetições, citações de supostas autoridades em educação (como Mao, Lênin, Che, Fidel e Frantz Fanon) e menções freqüentes a que se vai voltar ao assunto depois ou a que já se tratou dele antes.
Logo na introdução, somos brindados com esta afirmação: “Se a sectarização, como afirmamos, é o próprio do reacionário, a radicalização é o próprio do revolucionário. Dai que a pedagogia do oprimido, que implica numa tarefa radical cujas linhas introdutórias pretendemos apresentar neste ensaio e a própria leitura deste texto não possam ser realizadas por sectários.” Minha leitura deste trecho é: “Só quem já concorda comigo pode ler o que escrevo.”
Vou apresentar a seguir o que entendi do livro, procurando ao máximo omitir minhas opiniões, que guardarei para o final da resenha.
Paulo Freire descreve dois tipos de educação, uma característica de uma sociedade opressora, outra característica de uma sociedade livre, ou que luta para se libertar. A educação da sociedade opressora é chamada de “bancária”, sempre entre aspas, porque ela deposita conhecimentos nos alunos. Ou seja, ela reduz o aluno a um objeto passivo do processo educacional, no qual são jogadas informações sobre Português, Matemática, História, Geografia, Inglês, Física, Química, Biologia, Filosofia. Já a educação libertadora é chamada de dialógica, porque se baseia no diálogo entre professores e alunos (educadores e educandos, na linguagem do livro). É um processo do qual todos são sujeitos ativos e cuja finalidade é ampliar a consciência social de todos, especialmente dos alunos, para que se viabilize a revolução que acabará com a opressão. O livro não detalha o que a educação libertadora fará depois dessa libertação. Imaginamos que mantenha os educandos conscientes e imunes a movimentos reacionários e contra-revolucionários.
A educação dialógica se baseia no diálogo e o diálogo começa com a busca do conteúdo programático. Na parte do livro em que há mais orientações práticas, Paulo Freire recomenda que seja formado um grupo de educadores pesquisadores que observará os educandos e conversará com eles, em situações diversas, para conhecer sua realidade e identificar o que ele chama de temas geradores, que possibilitarão a tomada de consciência dos indivíduos. Haverá reuniões com a comunidade, identificação de voluntários, conversas e visitas para compreender a realidade, observações e anotações. Os investigadores farão um diagnóstico da situação. Então discutirão esse diagnóstico com membros da comunidade para avaliar o grau de consciência deles. Constatando que esse nível é baixo, vão apresentar as situações identificadas aos alunos, para discussão e reflexão, com o objetivo de despertar sua consciência para sua situação de opressão. Se o pensamento do povo é mágico (religioso) ou ingênuo (acredita nos valores de direita), isso será superado pelo processo, conforme o povo pensar sobre a maneira que pensa, e conforme agir para mudar sua situação de opressão.
Paulo Freire enfatiza que o revolucionário não pode manipular os educandos. Todo o processo tem de ser construído baseado no diálogo e no respeito entre os líderes e o povo. Porém, os líderes devem ter a prudência de não confiar no povo, porque as pessoas oprimidas têm a opressão inculcada no seu ser. Como exemplo de um líder que jamais permitiu que seu povo fosse manipulado, Paulo Freire apresenta Fidel Castro.
A palavra é o resultado da soma de ação e reflexão. Se nos baseamos apenas na reflexão, temos um “verbalismo” estéril. Se nos baseamos apenas na ação, temos um “ativismo” inepto. Os líderes revolucionários e os educadores devem compreender que a ação e a reflexão caminham juntas de maneira indissociável, ou não se atingem os objetivos da educação e da revolução.
As características da opressão são a conquista dos mais fracos, a criação de divisões artificiais entre os oprimidos para enfraquecê-los, a manipulação das massas e a invasão cultural. Os opressores se impõem em primeiro lugar pela força. Depois, jogam os oprimidos uns contra os outros, para mantê-los subjugados. As pessoas são manipuladas para acreditarem em falsos valores que lhes são prejudiciais, embora elas não percebam isso. Sua cultura de raiz é esquecida e trocada por símbolos vazios importados de fora, num processo que esmaga a identidade do povo.
As características da libertação são a colaboração (que Paulo Freire grafa co-laboração), a união, a organização e a síntese cultural. A colaboração está contida em tudo o que foi dito sobre educação dialógica, que é feita em conjunto pelos educadores e educandos. A união entre os oprimidos é fundamental para que tenham força para resistir contra o opressor. No trecho em que explica a organização, é citado o médico Dr. Orlando Aguirre, diretor da Faculdade de Medicina de uma universidade cubana, que afirmou que a revolução implica em três P: palavra, povo e pólvora. Disse o Dr. Aguirre: “A explosão da pólvora aclara a visualização que tem o povo de sua situação concreta, em busca, na ação, de sua libertação.” E Paulo Freire complementa: “O fato de não ter a liderança o direito de impor arbitrariamente sua palavra não significa dever assumir uma posição liberalista, que levaria as massas à licenciosidade.” Ele afirma que não existe liberdade sem autoridade. Sobre a síntese cultural, diz que a visão de mundo do povo precisa ser valorizada.
Agora, o que penso sobre o texto. O próprio Paulo Freire deixa claro em vários momentos, que seu livro não é sobre educação. Ensinar, transmitir conhecimentos, é uma preocupação da educação “bancária” opressora. Não é essa a função de um educador libertador. Não, sua função é criar os meios para uma revolução libertadora, como foram libertadoras as revoluções promovidas pelos educadores citados: Mao, Lênin, Fidel. Ou seja, a única preocupação do livro é com os meios para viabilizar uma revolução marxista. Se você, meu leitor, é professor e acha que essa é a sua função, talvez encontre conhecimentos úteis no livro. Caso contrário, não há mais nada nele.
Fiz uma coletânea de palavras utilizadas por Paulo Freire que poderiam ter saído de um discurso de Odorico Paraguaçu: “involucra”, em lugar de envolve, “implicitados”, em lugar de implícitos, “gregarizadas”, deve ser um derivado de gregário, “unidade epocal”, em lugar de unidade de tempo, “fatalistamente”, por fatalisticamente, “insertado”, por inserido. Dois erros divertidos: chamar Régis Debray de Régis Debret e achar que o nome do padre Marie-Dominique Chenu OP (onde OP significa Ordo Praedicatorum, Ordem dos Pregadores, sigla que designa a Ordem dos Dominicanos) é O. P. Chenu. É sintomático que alguém com tantas dificuldades com a Língua Portuguesa seja o Patrono da Educação Brasileira, considerado nossa maior autoridade em alfabetização.
Desafio os bravos leitores a encontrar o sentido dos trechos a seguir. A melhor interpretação ganhará um pão com mortadela. Os grifos são de Paulo Freire.
1) «Na verdade, não há eu que se constitua sem um não-eu. Por sua vez, o não-eu constituinte do eu se constitui na constituição do eu constituído. Desta forma, o mundo constituinte da consciência se torna mundo da consciência, um percebido objetivo seu, ao qual se intenciona. Daí, a afirmação de Sartre, anteriormente citada: “consciência e mundo se dão ao mesmo tempo”.»
2) «O ponto de partida deste movimento está nos homens mesmos. Mas, como não há homens sem mundo, sem realidade, o movimento parte das relações homens-mundo. Dai que este ponto de partida esteja sempre nos homens no seu aqui e no seu agora que constituem a situação em que se encontram ora imersos, ora emersos, ora insertados.»
3) «Sem ele [o diálogo], não há comunicação e sem esta não há verdadeira educação. A que, operando a superação da contradição educador-educandos, se instaura como situação gnosiológica, em que os sujeitos incidem seu ato cognoscente sobre o objeto cognoscível que os mediatiza.»
4) «Esta é a razão pela qual o animal não animaliza seu contorno para animalizar-se, nem tampouco se desanimaliza.»
5) «Somente na medida em que os produtos que resultam da atividade do ser “não pertençam a seus corpos físicos”, ainda que recebam o seu selo, darão surgimento à dimensão significativa do contexto que, assim, se faz mundo.»
6) «Porque, ao contrário do animal, os homens podem tridimensionalizar o tempo (passado-presente-futuro) que, contudo, não são departamentos estanques.» Alguém pode me dizer como é possível tridimensionalizar o tempo?
7) «Uma unidade epocal se caracteriza pelo conjunto de idéias, de concepções, esperanças, dúvidas, valores, desafios, em interação dialética com seus contrários, buscando plenitude. A representação concreta de muitas destas idéias, destes valores, destas concepções e esperanças, como também os obstáculos ao ser mais dos homens, constituem os temas da época.»
Outra característica curiosa são as citações em idiomas diversos. Há citações de Hegel e Karl Jaspers em inglês, de Marx e Erich Fromm em espanhol e de Lukács em francês. Todos esses autores escreveram em alemão. Frantz Fanon, que escreveu em francês, é citado em espanhol. Albert Memmi, que também escreveu em francês, é citado em inglês, e se menciona que há uma edição brasileira de seu livro. Mao é citado em francês. Porque todas essas citações não foram simplesmente traduzidas para o português? E por que Paulo Freire gosta tanto de ditadores, torturadores e assassinos?
Ele afirma que vender seu trabalho é sempre o mesmo que escravizar-se. Porém, desejar não ser mais empregado e tornar-se patrão é escravizar a um outro, tornar-se opressor. Qualquer tipo de contratação de um indivíduo por outro é maligna, é opressão, é escravidão. Só teremos liberdade quando a nenhum indivíduo for permitido contratar ou ser contratado por outro indivíduo. Faz sentido para vocês?
Paulo Freire afirma que os oprimidos devem ser reconhecidos como Pedro, Antônio, Josefa, mas os chama o tempo todo de “massas”. Diz que valoriza a visão de mundo do povo, enquanto não perde uma oportunidade de desdenhar das crenças religiosas desse mesmo povo, chamando-as de mágicas, sincréticas ou mistificações. E ele se dizia católico.
Como a opressão é uma violência, qualquer violência cometida pelos oprimidos contra os opressores é sempre uma reação justificada. É um raciocínio assustador. Nas palavras dele: “Quem inaugura a tirania não são os tiranizados, mas os tiranos. Quem inaugura o ódio não são os odiados, mas os que primeiro odiaram. Quem inaugura a negação dos homens não são os que tiveram a sua humanidade negada, mas as que a negaram, negando também a sua.” Paulo Freire considera justificados a tirania como resposta a uma tirania anterior e o ódio como resposta a um ódio anterior. E nega a humanidade de quem ele resolver chamar de opressores.
Mais um trecho escabroso: «Mas, o que ocorre, ainda quando a superação da contradição se faça em termos autênticos, com a instalação de uma nova situação concreta, de uma nova realidade inaugurada pelos oprimidos que se libertam, é que os opressores de ontem não se reconheçam em libertação. Pelo contrário, vão sentir-se como se realmente estivessem sendo oprimidos. É que, para eles, “formados” na experiência de opressores, tudo o que não seja o seu direito antigo de oprimir, significa opressão a eles. Vão sentir-se, agora, na nova situação, como oprimidos porque, se antes podiam comer, vestir, calçar, educar-se, passear, ouvir Beethoven, enquanto milhões não comiam, não calçavam, não vestiam, não estudavam nem tampouco passeavam, quanto mais podiam ouvir Beethoven, qualquer restrição a tudo isto, em nome do direito de todos, lhes parece uma profunda violência a seu direito de pessoa. Direito de pessoa que, na situação anterior, não respeitavam nos milhões de pessoas que sofriam e morriam de fome, de dor, de tristeza, de desesperança.»
O fato é que ninguém pode proibir ninguém de comer, vestir, calçar, educar-se, passear ou ouvir Beethoven. E ninguém pode exigir comer, vestir, calçar, educar-se, passear ou ouvir Beethoven às custas dos outros.
Uma última citação abjeta: “Mesmo que haja – e explicavelmente – por parte dos oprimidos, que sempre estiveram submetidos a um regime de espoliação, na luta revolucionária, uma dimensão revanchista, isto não significa que a revolução deva esgotar-se nela.” A revolução não deve se esgotar no revanchismo, mas o revanchismo é parte natural dela. Como alguém que escreveu essas monstruosidades nunca foi processado por incitação à violência e apologia do crime? Como alguém com um pensamento tão anti-social pode ser sequer ouvido, quanto mais cultuado como Patrono da Educação Brasileira?
Chega de doutrinação marxista! Fora Paulo Freire!
Fonte:http://marcelocentenaro.blogspot.com/2015/03/pedagogia-do-oprimido-de-paulo-freire.html
No final de 2014, conversei sobre Paulo Freire com uma pessoa de quem gosto muito e que tem opiniões opostas às minhas. Ela perguntou se eu tinha lido algum dos livros dele. Só A Importância do Ato de Ler, mas há tanto tempo que não me lembro de quase nada, respondi. Nunca li Pedagogia do Oprimido, confessei. Você não pode criticar o que não conhece, acusou ela. Prometi que leria Pedagogia do Oprimido e escreveria uma resenha. Aqui está.
Não é uma leitura fácil. Embora o livro não seja extenso, com pouco mais de 100 páginas, levei dois meses para terminar. Achei a linguagem confusa, com termos inventados ou palavras às quais o autor atribui um sentido peculiar, sem contudo definir claramente esse sentido. Muitas vezes, não há um encadeamento lógico entre um parágrafo e o seguinte, entre uma frase e a próxima, entre uma idéia e outra. Nesse aspecto, lembra muito o estilo do Alcorão. Paulo Freire tem um cacoete de separar os prefixos dos radicais das palavras (co-laboração, ad-mirar, re-criar), como se isso significasse alguma coisa. Há muitas passagens com sentido obscuro (vejam algumas abaixo), muitas repetições, citações de supostas autoridades em educação (como Mao, Lênin, Che, Fidel e Frantz Fanon) e menções freqüentes a que se vai voltar ao assunto depois ou a que já se tratou dele antes.
Logo na introdução, somos brindados com esta afirmação: “Se a sectarização, como afirmamos, é o próprio do reacionário, a radicalização é o próprio do revolucionário. Dai que a pedagogia do oprimido, que implica numa tarefa radical cujas linhas introdutórias pretendemos apresentar neste ensaio e a própria leitura deste texto não possam ser realizadas por sectários.” Minha leitura deste trecho é: “Só quem já concorda comigo pode ler o que escrevo.”
Vou apresentar a seguir o que entendi do livro, procurando ao máximo omitir minhas opiniões, que guardarei para o final da resenha.
Paulo Freire descreve dois tipos de educação, uma característica de uma sociedade opressora, outra característica de uma sociedade livre, ou que luta para se libertar. A educação da sociedade opressora é chamada de “bancária”, sempre entre aspas, porque ela deposita conhecimentos nos alunos. Ou seja, ela reduz o aluno a um objeto passivo do processo educacional, no qual são jogadas informações sobre Português, Matemática, História, Geografia, Inglês, Física, Química, Biologia, Filosofia. Já a educação libertadora é chamada de dialógica, porque se baseia no diálogo entre professores e alunos (educadores e educandos, na linguagem do livro). É um processo do qual todos são sujeitos ativos e cuja finalidade é ampliar a consciência social de todos, especialmente dos alunos, para que se viabilize a revolução que acabará com a opressão. O livro não detalha o que a educação libertadora fará depois dessa libertação. Imaginamos que mantenha os educandos conscientes e imunes a movimentos reacionários e contra-revolucionários.
A educação dialógica se baseia no diálogo e o diálogo começa com a busca do conteúdo programático. Na parte do livro em que há mais orientações práticas, Paulo Freire recomenda que seja formado um grupo de educadores pesquisadores que observará os educandos e conversará com eles, em situações diversas, para conhecer sua realidade e identificar o que ele chama de temas geradores, que possibilitarão a tomada de consciência dos indivíduos. Haverá reuniões com a comunidade, identificação de voluntários, conversas e visitas para compreender a realidade, observações e anotações. Os investigadores farão um diagnóstico da situação. Então discutirão esse diagnóstico com membros da comunidade para avaliar o grau de consciência deles. Constatando que esse nível é baixo, vão apresentar as situações identificadas aos alunos, para discussão e reflexão, com o objetivo de despertar sua consciência para sua situação de opressão. Se o pensamento do povo é mágico (religioso) ou ingênuo (acredita nos valores de direita), isso será superado pelo processo, conforme o povo pensar sobre a maneira que pensa, e conforme agir para mudar sua situação de opressão.
Paulo Freire enfatiza que o revolucionário não pode manipular os educandos. Todo o processo tem de ser construído baseado no diálogo e no respeito entre os líderes e o povo. Porém, os líderes devem ter a prudência de não confiar no povo, porque as pessoas oprimidas têm a opressão inculcada no seu ser. Como exemplo de um líder que jamais permitiu que seu povo fosse manipulado, Paulo Freire apresenta Fidel Castro.
A palavra é o resultado da soma de ação e reflexão. Se nos baseamos apenas na reflexão, temos um “verbalismo” estéril. Se nos baseamos apenas na ação, temos um “ativismo” inepto. Os líderes revolucionários e os educadores devem compreender que a ação e a reflexão caminham juntas de maneira indissociável, ou não se atingem os objetivos da educação e da revolução.
As características da opressão são a conquista dos mais fracos, a criação de divisões artificiais entre os oprimidos para enfraquecê-los, a manipulação das massas e a invasão cultural. Os opressores se impõem em primeiro lugar pela força. Depois, jogam os oprimidos uns contra os outros, para mantê-los subjugados. As pessoas são manipuladas para acreditarem em falsos valores que lhes são prejudiciais, embora elas não percebam isso. Sua cultura de raiz é esquecida e trocada por símbolos vazios importados de fora, num processo que esmaga a identidade do povo.
As características da libertação são a colaboração (que Paulo Freire grafa co-laboração), a união, a organização e a síntese cultural. A colaboração está contida em tudo o que foi dito sobre educação dialógica, que é feita em conjunto pelos educadores e educandos. A união entre os oprimidos é fundamental para que tenham força para resistir contra o opressor. No trecho em que explica a organização, é citado o médico Dr. Orlando Aguirre, diretor da Faculdade de Medicina de uma universidade cubana, que afirmou que a revolução implica em três P: palavra, povo e pólvora. Disse o Dr. Aguirre: “A explosão da pólvora aclara a visualização que tem o povo de sua situação concreta, em busca, na ação, de sua libertação.” E Paulo Freire complementa: “O fato de não ter a liderança o direito de impor arbitrariamente sua palavra não significa dever assumir uma posição liberalista, que levaria as massas à licenciosidade.” Ele afirma que não existe liberdade sem autoridade. Sobre a síntese cultural, diz que a visão de mundo do povo precisa ser valorizada.
Agora, o que penso sobre o texto. O próprio Paulo Freire deixa claro em vários momentos, que seu livro não é sobre educação. Ensinar, transmitir conhecimentos, é uma preocupação da educação “bancária” opressora. Não é essa a função de um educador libertador. Não, sua função é criar os meios para uma revolução libertadora, como foram libertadoras as revoluções promovidas pelos educadores citados: Mao, Lênin, Fidel. Ou seja, a única preocupação do livro é com os meios para viabilizar uma revolução marxista. Se você, meu leitor, é professor e acha que essa é a sua função, talvez encontre conhecimentos úteis no livro. Caso contrário, não há mais nada nele.
Fiz uma coletânea de palavras utilizadas por Paulo Freire que poderiam ter saído de um discurso de Odorico Paraguaçu: “involucra”, em lugar de envolve, “implicitados”, em lugar de implícitos, “gregarizadas”, deve ser um derivado de gregário, “unidade epocal”, em lugar de unidade de tempo, “fatalistamente”, por fatalisticamente, “insertado”, por inserido. Dois erros divertidos: chamar Régis Debray de Régis Debret e achar que o nome do padre Marie-Dominique Chenu OP (onde OP significa Ordo Praedicatorum, Ordem dos Pregadores, sigla que designa a Ordem dos Dominicanos) é O. P. Chenu. É sintomático que alguém com tantas dificuldades com a Língua Portuguesa seja o Patrono da Educação Brasileira, considerado nossa maior autoridade em alfabetização.
Desafio os bravos leitores a encontrar o sentido dos trechos a seguir. A melhor interpretação ganhará um pão com mortadela. Os grifos são de Paulo Freire.
1) «Na verdade, não há eu que se constitua sem um não-eu. Por sua vez, o não-eu constituinte do eu se constitui na constituição do eu constituído. Desta forma, o mundo constituinte da consciência se torna mundo da consciência, um percebido objetivo seu, ao qual se intenciona. Daí, a afirmação de Sartre, anteriormente citada: “consciência e mundo se dão ao mesmo tempo”.»
2) «O ponto de partida deste movimento está nos homens mesmos. Mas, como não há homens sem mundo, sem realidade, o movimento parte das relações homens-mundo. Dai que este ponto de partida esteja sempre nos homens no seu aqui e no seu agora que constituem a situação em que se encontram ora imersos, ora emersos, ora insertados.»
3) «Sem ele [o diálogo], não há comunicação e sem esta não há verdadeira educação. A que, operando a superação da contradição educador-educandos, se instaura como situação gnosiológica, em que os sujeitos incidem seu ato cognoscente sobre o objeto cognoscível que os mediatiza.»
4) «Esta é a razão pela qual o animal não animaliza seu contorno para animalizar-se, nem tampouco se desanimaliza.»
5) «Somente na medida em que os produtos que resultam da atividade do ser “não pertençam a seus corpos físicos”, ainda que recebam o seu selo, darão surgimento à dimensão significativa do contexto que, assim, se faz mundo.»
6) «Porque, ao contrário do animal, os homens podem tridimensionalizar o tempo (passado-presente-futuro) que, contudo, não são departamentos estanques.» Alguém pode me dizer como é possível tridimensionalizar o tempo?
7) «Uma unidade epocal se caracteriza pelo conjunto de idéias, de concepções, esperanças, dúvidas, valores, desafios, em interação dialética com seus contrários, buscando plenitude. A representação concreta de muitas destas idéias, destes valores, destas concepções e esperanças, como também os obstáculos ao ser mais dos homens, constituem os temas da época.»
Outra característica curiosa são as citações em idiomas diversos. Há citações de Hegel e Karl Jaspers em inglês, de Marx e Erich Fromm em espanhol e de Lukács em francês. Todos esses autores escreveram em alemão. Frantz Fanon, que escreveu em francês, é citado em espanhol. Albert Memmi, que também escreveu em francês, é citado em inglês, e se menciona que há uma edição brasileira de seu livro. Mao é citado em francês. Porque todas essas citações não foram simplesmente traduzidas para o português? E por que Paulo Freire gosta tanto de ditadores, torturadores e assassinos?
Ele afirma que vender seu trabalho é sempre o mesmo que escravizar-se. Porém, desejar não ser mais empregado e tornar-se patrão é escravizar a um outro, tornar-se opressor. Qualquer tipo de contratação de um indivíduo por outro é maligna, é opressão, é escravidão. Só teremos liberdade quando a nenhum indivíduo for permitido contratar ou ser contratado por outro indivíduo. Faz sentido para vocês?
Paulo Freire afirma que os oprimidos devem ser reconhecidos como Pedro, Antônio, Josefa, mas os chama o tempo todo de “massas”. Diz que valoriza a visão de mundo do povo, enquanto não perde uma oportunidade de desdenhar das crenças religiosas desse mesmo povo, chamando-as de mágicas, sincréticas ou mistificações. E ele se dizia católico.
Como a opressão é uma violência, qualquer violência cometida pelos oprimidos contra os opressores é sempre uma reação justificada. É um raciocínio assustador. Nas palavras dele: “Quem inaugura a tirania não são os tiranizados, mas os tiranos. Quem inaugura o ódio não são os odiados, mas os que primeiro odiaram. Quem inaugura a negação dos homens não são os que tiveram a sua humanidade negada, mas as que a negaram, negando também a sua.” Paulo Freire considera justificados a tirania como resposta a uma tirania anterior e o ódio como resposta a um ódio anterior. E nega a humanidade de quem ele resolver chamar de opressores.
Mais um trecho escabroso: «Mas, o que ocorre, ainda quando a superação da contradição se faça em termos autênticos, com a instalação de uma nova situação concreta, de uma nova realidade inaugurada pelos oprimidos que se libertam, é que os opressores de ontem não se reconheçam em libertação. Pelo contrário, vão sentir-se como se realmente estivessem sendo oprimidos. É que, para eles, “formados” na experiência de opressores, tudo o que não seja o seu direito antigo de oprimir, significa opressão a eles. Vão sentir-se, agora, na nova situação, como oprimidos porque, se antes podiam comer, vestir, calçar, educar-se, passear, ouvir Beethoven, enquanto milhões não comiam, não calçavam, não vestiam, não estudavam nem tampouco passeavam, quanto mais podiam ouvir Beethoven, qualquer restrição a tudo isto, em nome do direito de todos, lhes parece uma profunda violência a seu direito de pessoa. Direito de pessoa que, na situação anterior, não respeitavam nos milhões de pessoas que sofriam e morriam de fome, de dor, de tristeza, de desesperança.»
O fato é que ninguém pode proibir ninguém de comer, vestir, calçar, educar-se, passear ou ouvir Beethoven. E ninguém pode exigir comer, vestir, calçar, educar-se, passear ou ouvir Beethoven às custas dos outros.
Uma última citação abjeta: “Mesmo que haja – e explicavelmente – por parte dos oprimidos, que sempre estiveram submetidos a um regime de espoliação, na luta revolucionária, uma dimensão revanchista, isto não significa que a revolução deva esgotar-se nela.” A revolução não deve se esgotar no revanchismo, mas o revanchismo é parte natural dela. Como alguém que escreveu essas monstruosidades nunca foi processado por incitação à violência e apologia do crime? Como alguém com um pensamento tão anti-social pode ser sequer ouvido, quanto mais cultuado como Patrono da Educação Brasileira?
Chega de doutrinação marxista! Fora Paulo Freire!
Fonte:http://marcelocentenaro.blogspot.com/2015/03/pedagogia-do-oprimido-de-paulo-freire.html
Assinar:
Postagens (Atom)
Marcadores
- A. Simone (1)
- Abel Silva (1)
- Abgar Renault (1)
- Abílio Martins (2)
- Abraham Lincoln (1)
- Accioly Neto (1)
- Adelino Moreira (4)
- Agostinho dos Santos (1)
- Álbum - Negro Prison Songs (1)
- Alceu Valença (1)
- Aldemar Paiva (1)
- Aldir Blanc (1)
- Aldo Cabral (1)
- Alessandro Brito (155)
- Almir Guineto (2)
- Álvaro Campos (1)
- Amado Batista (2)
- Ana Paula Faria (1)
- Ana Paula Farias (1)
- Anais Nin (1)
- Aníbal Silva (1)
- Antonio Carlos Jobim (1)
- Antônio Gedeão (1)
- Antônio Maria (1)
- Áomse (1)
- Ariano Suassuna (3)
- Arnaldo Baptista (1)
- Ary Barroso (1)
- Ary Guarda (1)
- Assisão (1)
- Augusto Calheiros (1)
- Augusto dos Anjos (2)
- Autor desconhecido (2)
- Baden Powell (1)
- Basquete (1)
- Benedito Lacerda (1)
- Benito de Paula (1)
- Bertolt Brecht (1)
- Bezerra da Silva (2)
- Blog (4)
- Bob Marley (1)
- Bogdan Vilicic Neto (1)
- Brahms (2)
- Brás Costa (1)
- Bráulio Tavares/ Ivanildo Vilanova (1)
- Caldaíco (1)
- Cancão (1)
- Candeia (1)
- Capinan (1)
- Caprí (1)
- Carlos Drummond de Andrade (2)
- Carlos Elias (1)
- Cartas (1)
- Cartola (4)
- Castro Alves (3)
- Cazuza (2)
- Cecília Meireles (5)
- Chantal Castelli (1)
- Charles Baudelaire (1)
- Charles Bukowski (14)
- Charles Chaplin (2)
- Chico Anysio (1)
- Chico Buarque (6)
- Chico da Silva (1)
- Chico Santana (2)
- Chris Gardner (1)
- Ciro Monteiro (1)
- Clara Nunes (1)
- Clarice Lispector (1)
- Clarissa Corrêa (1)
- Classica (5)
- Claudionor (1)
- Claudionor Cruz (1)
- Clave de Azes (1)
- Clip (1)
- Cora Coralina (3)
- Coroné Caruá (1)
- Cristina Buarque (1)
- Dalva de Oliveira (1)
- Dança (1)
- Danielle Daian (2)
- David Nasser (3)
- Delcio Carvalho/ D. Ivone Lara (1)
- Deo (1)
- Dicionário (2)
- Dom Hélder Câmara (1)
- Dom Quixote (1)
- Domingos Oliveira (3)
- Dominguinhos (2)
- Dorival Caymmi (1)
- Doum (1)
- Eden Silva (1)
- Edeor de Paula (1)
- Ederaldo Gentil (2)
- Edu Lobo (1)
- Elizabeth Kubler-Ross (1)
- Elizeth Cardoso (1)
- Elma Moreira de Assis (8)
- Elpídio dos Santos (1)
- Elson Boa Gente (1)
- Elton Medeiros (2)
- Em cima da hora (1)
- Evaldo Braga (1)
- Expressão Ativa (1)
- Fabielle Tavares (1)
- Fábio Reynol (1)
- Fagner (1)
- Fausto Nilo (2)
- Fauzi Arap (1)
- Fernando Pessoa (1)
- Fernando Sabino (1)
- Ferreira Gullar (2)
- Filipe Marques (1)
- Flavia Tambalo (2)
- Flavio José (2)
- Flávio Venturini (1)
- Florbela Espanca (1)
- Francisco Buarque de Holanda (1)
- Francisco Otaviano (2)
- FRANZ KAFKA (1)
- Frase (65)
- Frase - Aisha Linda (1)
- Frase - Fernando Guedaro (1)
- Frase - Irvin D. Yalom (1)
- Frase - Ojuara (1)
- Frederico García Lorca (1)
- Friedrich Nieztsche (2)
- Gabriel García Márquez (2)
- Gabriel O Pensador (1)
- George Carlin (1)
- Geração Y (1)
- Geraldo Azevedo (1)
- Geraldo Babão (1)
- Giovanna Wyllys (1)
- Gipsy King (1)
- Gisa Nogueira (1)
- Glauber Rocha (1)
- Gordurinha (1)
- Grande Otelo (1)
- Grupo Chora Menino (1)
- Grupo Ponto de encontro (1)
- Guimarães Rosa (2)
- Hamilton de Holanda (1)
- Haroldo Barbosa (1)
- Helio Cabral (1)
- Herivelto Martins (2)
- Herivelton Martins (2)
- Hermann Hesse (2)
- Hermano Silva (1)
- Hermínio Belo de Carvalho (1)
- Hilda Hilst (1)
- Huberto Rohden (1)
- Império Serrano (1)
- Instituto Glória ao Samba (1)
- Isaias Souza (1)
- Ivan Lins (1)
- J. Cascata (1)
- J. S. Bach (1)
- J.Aguiar (1)
- J.S. BACH (2)
- Jessé (1)
- João Banana (4)
- João Cabral de Melo Neto (2)
- João de Aquino (1)
- João de Barro (1)
- João Laurindo (1)
- João Mineiro e Marciano (1)
- João Nogueira (2)
- Jorge Amado (2)
- Jorge Aragão (1)
- Jorginho do Império (1)
- Jorginho Pessanha (3)
- José Barbosa Junior (1)
- José Carlos (1)
- Jose Clementino do Nascimento Sobrinho (1)
- José Wilker (1)
- Joseph Joubert (1)
- karl Popper (1)
- kika Seixas (2)
- Lapso (6)
- Leon Tolstoi (1)
- Leonardo Mattos (1)
- Letra (2)
- Louis Armstrong (3)
- Luis Bonfá (1)
- Luis Fernando Veríssimo (4)
- Luís Reis (1)
- Luiz Gonzaga (2)
- Luizinho (1)
- Lulu Santos (1)
- Lupicínio Rodrigues (1)
- Mano Décio da Viola (2)
- Manuel Bandeira (3)
- Marcelo Jeneci (1)
- Marcílio José (1)
- Marcos Sacramento (2)
- Maria Bethânia (1)
- Marinalva (1)
- Marinês (1)
- Mário de Sá-Carneiro (1)
- Mário Faustino (1)
- Mario Quintana (1)
- Mário Quintana (1)
- Martha Medeiros (1)
- Martha Rivera-Garrido (1)
- Martin Luther King (1)
- Martinho da vila (3)
- Mauro Duarte (2)
- Mestre Candeia (1)
- Mestre Fuleiro (1)
- Miguel Esteves Cardoso (1)
- Miguel Falabella (1)
- Miles Davis (1)
- Millôr Fernandes (1)
- Mulher (1)
- Música (97)
- Nação Zumbi (1)
- Nat king cole (1)
- Nelson Gonçalves (8)
- Nelson Rodrigues (3)
- Nelson Sargento (1)
- Ney Matogrosso (1)
- Noel Rosa (2)
- Norman Vincent Peale (1)
- Octavio Paz (1)
- Olavo Bilac (1)
- Orlando Dias (1)
- Orlando Silva (1)
- Oscar Wilde (1)
- Osório Lima (1)
- Osvaldo Bezerra (1)
- Oswaldo Montenegro (3)
- Otávio Gabus Mendes (1)
- Outros (12)
- Pablo Neruda (3)
- Padeirinho (2)
- Paulinho da Viola (2)
- Paulinho Nogueira (1)
- Paulino Raposo (1)
- Paulo Cesar Pinheiro (3)
- Paulo César Pinheiro (2)
- Paulo Vanzolini (1)
- Pedro Caetano (1)
- Película - A felicidade não se compra (1947) (1)
- Película - Bicho de sete cabeças (2001) (1)
- Película - Clube da luta (1999) (1)
- Película - Meu pé de laraja lima (1970) (1)
- Película - Papillon (1973) (1)
- Película - Perfume de Mulher (1992) (1)
- Película - Uma avenida chamada Brasil (1989) (1)
- Pequeno Príncipe (1)
- Perfume de Mulher (1)
- Piada (1)
- Pinga (1)
- Pixinguinha (1)
- Poesia (1)
- Política (3)
- Protinari (1)
- Quincas do Cavaco (1)
- Racionais MC´s (1)
- Ratinho. (1)
- Raul Marques (1)
- Raul Seixas (6)
- Raul Varella Seixas (1)
- Reciclagem (1)
- Regina Vilarinhos (1)
- Remelexo (1)
- Rita Lee (1)
- Robério Maracajá (1)
- Roberto Ribeiro (1)
- Robeto Silva (1)
- Rolleiflex (26)
- Ronaldo Cunha Lima (1)
- Rubem Alves (2)
- Rubem Braga (1)
- Ruth Manus (1)
- Sabrina Rayna (1)
- Samba (1)
- Samuka 7 cordas (1)
- Santa Marta (Duas semanas no morro) (1)
- Santana (1)
- Sidney Miller (1)
- Silas de Oliveira (2)
- Silvio Silva jr (1)
- Site (1)
- Sombrinha (1)
- Soneto (1)
- Sophia de Mello Breyner Andresen (1)
- Steve Jobs (1)
- Sylvio Da Silva (1)
- Taiguara (1)
- Taú Silva (1)
- Tchaikovsky (1)
- Teddy Vieira (1)
- Téta Barbosa (1)
- Texto (1)
- Thomas Sowell (1)
- Tirinha (3)
- Toni Garrido (1)
- Toquinho (2)
- Tuffi Lauar (1)
- Vanessa da Mata (1)
- Venâncio (1)
- Vera Lúcia de Oliveira (1)
- Verônica Santana (2)
- Victor Hugo (1)
- Vinicius de Moraes (15)
- Vinícius de Moraes (1)
- Violetas (1)
- Vladimir Hergorz (1)
- Waldick Sorinao (1)
- Walter Coringa (1)
- Walter Nunes (1)
- Walter Rosa (1)
- Willian Shakespeare (1)
- WJ (1)
- Wolfgang Amadeus Mozart (1)
- Xangô da Mangueira (1)
- Zé Catimba (1)
- Zé Geraldo (2)
- Zeca da viola (1)
- Zeto do Pajeú (1)
- Zorba Devagar (1)