Nordestino é phoda!!!
Minha lira tem um jeito de quem está perdido em um caminho sem volta, não há paredes, não há estradas, não há luz nem referentes, há apenas passos desvairados que me conduzem querendo voltar...
terça-feira, 30 de junho de 2015
Celina - Grupo Abolisamba
Só mesmo estando só
Pra evitar o mal maior
Eu ando livre por ai
Me dou pra todas
Busco nelas toda me encontrar
Não venha pra mim, por dó
Eu gosto mesmo é de ser só
Não assumo nada
Vou seguindo a minha estrada
E só vou parar
Quando ela terminar
O fim desta estrada
Pra mim será
Quando reencontrar Celina
Celina
Se não for o mesmo nome
Tera que ter, a mesma fibra daquela que amei
Pra evitar o mal maior
Eu ando livre por ai
Me dou pra todas
Busco nelas toda me encontrar
Não venha pra mim, por dó
Eu gosto mesmo é de ser só
Não assumo nada
Vou seguindo a minha estrada
E só vou parar
Quando ela terminar
O fim desta estrada
Pra mim será
Quando reencontrar Celina
Celina
Se não for o mesmo nome
Tera que ter, a mesma fibra daquela que amei
Liberdade, Liberdade - Flávio Rangel e Millôr Fernandes
É por isso que escolho meus amigos... Obrigado Claudionor estimado amigo!
Elenco: Paulo Autran, Oduvaldo Vianna Filho, Tereza Rachel, Nara Leão
Sucesso estrondoso nos anos 60, de 1965 em diante.
Elenco: Paulo Autran, Oduvaldo Vianna Filho, Tereza Rachel, Nara Leão
Sucesso estrondoso nos anos 60, de 1965 em diante.
segunda-feira, 29 de junho de 2015
domingo, 28 de junho de 2015
Pau de Arara (Comedor de Gilette) - Ari Toledo
Eu um dia cansado que tava da fome que eu tinha
Eu não tinha nada que fome que eu tinha
Que seca danada no meu Ceará
Eu peguei e juntei um restinho
De coisas que eu tinha
Duas calça velha e uma violinha
E num pau-de-arara toquei para cá
E de noite eu ficava na praia de Copacabana
Zanzando na praia de Copacabana
Cantando o xaxado pras moças olhar
Virgem Santa! Que a fome era tanta
Que nem voz eu tinha
Meu Deus quanta moça, que fome que eu tinha...
Zanzando na praia pra lá e pra cá
(Recitado) Foi aí então que eu arresolvi a comer gilete...Tinha um cumpadre meu lá de Quixeramubim que ganhou um dinheirão comendo gilete na praia de Copacabana. Eu não sei não, mas eu acho que ele comeu tanta, mas tanta, que quando eu cheguei lá aquela gente toda já estava até com indigestão de tanto ver o cabra comer gilete. Uma vez eu disse assim prum moço que vinha passando: Ô decente, vosmecê não deixa eu comer uma giletezinha pra vosmecê ver?
"Tu não te manca não, ô Pau-de-Arara?"
"Só uma, que eu ainda não comi nadinha hoje."
"Você enche, ein?"
Aquilo me deixou tão aperreado que se não fosse o amor que eu tinha na minha violinha, eu tinha rebentado ela na cabeça daquele...filho de uma égua!
(Cantado) Puxa vida, não tinha uma vida pior do que a minha
Que vida danada que fome que eu tinha
Mais fome que eu tinha no meu Ceará
Quando eu via toda aquela gente num come-que-come
Eu juro que tinha saudade da fome
Da fome que eu tinha no meu Ceará
E aí eu pegava e cantava e dançava o xaxado
E só conseguia porque no xaxado
A gente só pode mesmo se arrastar
Virgem Santa! A fome era tanta que mais parecia
Que mesmo xaxando meu corpo subia
Igual se tivesse querendo voar
(Recitado) Às vezes a fome era tanta que volta e meia a gente arrumava uma briguinha pra ver se pegava a bóia lá do xadrez. Êta quentinho bom no estômago! Com perdão da palavra, a gente devolvia tudo depois, que a bóia já vinha estragada. Mas enquanto ela ficava quietinha lá dentro, que felicidade! Não, mas agora as coisas tão melhorando. Tem uma dona lá no Lebron que gosta muito de ver é eu comer caco de "vrídrio". Com isso eu já juntei uns quinhentos merréis. Quando juntar um pouco mais, vou-me embora, volto pro meu Ceará!
(Cantando) Vou voltar para o meu Ceará
Porque lá tenho nome
Aqui não sou nada, sou só Zé-com-fome
Sou só Pau-de-Arara, nem sei mais cantar
Vou picar minha mula
Vou antes que tudo rebente
Porque tô achando que o tempo tá quente
Pior do que anda não pode ficar!
Eu não tinha nada que fome que eu tinha
Que seca danada no meu Ceará
Eu peguei e juntei um restinho
De coisas que eu tinha
Duas calça velha e uma violinha
E num pau-de-arara toquei para cá
E de noite eu ficava na praia de Copacabana
Zanzando na praia de Copacabana
Cantando o xaxado pras moças olhar
Virgem Santa! Que a fome era tanta
Que nem voz eu tinha
Meu Deus quanta moça, que fome que eu tinha...
Zanzando na praia pra lá e pra cá
(Recitado) Foi aí então que eu arresolvi a comer gilete...Tinha um cumpadre meu lá de Quixeramubim que ganhou um dinheirão comendo gilete na praia de Copacabana. Eu não sei não, mas eu acho que ele comeu tanta, mas tanta, que quando eu cheguei lá aquela gente toda já estava até com indigestão de tanto ver o cabra comer gilete. Uma vez eu disse assim prum moço que vinha passando: Ô decente, vosmecê não deixa eu comer uma giletezinha pra vosmecê ver?
"Tu não te manca não, ô Pau-de-Arara?"
"Só uma, que eu ainda não comi nadinha hoje."
"Você enche, ein?"
Aquilo me deixou tão aperreado que se não fosse o amor que eu tinha na minha violinha, eu tinha rebentado ela na cabeça daquele...filho de uma égua!
(Cantado) Puxa vida, não tinha uma vida pior do que a minha
Que vida danada que fome que eu tinha
Mais fome que eu tinha no meu Ceará
Quando eu via toda aquela gente num come-que-come
Eu juro que tinha saudade da fome
Da fome que eu tinha no meu Ceará
E aí eu pegava e cantava e dançava o xaxado
E só conseguia porque no xaxado
A gente só pode mesmo se arrastar
Virgem Santa! A fome era tanta que mais parecia
Que mesmo xaxando meu corpo subia
Igual se tivesse querendo voar
(Recitado) Às vezes a fome era tanta que volta e meia a gente arrumava uma briguinha pra ver se pegava a bóia lá do xadrez. Êta quentinho bom no estômago! Com perdão da palavra, a gente devolvia tudo depois, que a bóia já vinha estragada. Mas enquanto ela ficava quietinha lá dentro, que felicidade! Não, mas agora as coisas tão melhorando. Tem uma dona lá no Lebron que gosta muito de ver é eu comer caco de "vrídrio". Com isso eu já juntei uns quinhentos merréis. Quando juntar um pouco mais, vou-me embora, volto pro meu Ceará!
(Cantando) Vou voltar para o meu Ceará
Porque lá tenho nome
Aqui não sou nada, sou só Zé-com-fome
Sou só Pau-de-Arara, nem sei mais cantar
Vou picar minha mula
Vou antes que tudo rebente
Porque tô achando que o tempo tá quente
Pior do que anda não pode ficar!
Poética (II) - Vinicius de Moraes
Com as lágrimas do tempo
e a cal do meu dia
eu fiz o cimento
da minha poesia
e na perspectiva
da vida futura
ergui em carne viva
sua arquitetura
não sei bem se é casa
se é torre ou se é templo
(um templo sem Deus)
mas é grande e clara
pertence a seu tempo
- entrai, irmãos meus!
MORAES, V. de. Antologia Poética. Rio de Janeiro.1960.
quarta-feira, 24 de junho de 2015
Luz negra - Nelson Cavaquinho
Sempre só
Eu vivo procurando alguém
Que sofre como eu também
E não consigo achar ninguém
Sempre só
E a vida vai seguindo assim
Não tenho quem tem dó de mim
Estou chegando ao fim
A luz negra de um destino cruel
Ilumina um teatro sem cor
Onde estou desempenhando o papel
De palhaço do amor
Eu vivo procurando alguém
Que sofre como eu também
E não consigo achar ninguém
Sempre só
E a vida vai seguindo assim
Não tenho quem tem dó de mim
Estou chegando ao fim
A luz negra de um destino cruel
Ilumina um teatro sem cor
Onde estou desempenhando o papel
De palhaço do amor
segunda-feira, 22 de junho de 2015
sexta-feira, 19 de junho de 2015
Só falta sua companhia - Alessandro Brito
Em homenagem ao irmão sanfoneiro Luan Passos.
Eu migrei la do sudeste
Fazendo o caminho inverso
Hoje morro de saudade
Meu amigo lhe confesso
Cheguei aqui no nordeste
Terra que tudo me agrada
Minha unica reclamação
É essa saudade danada
Quando vou ao forró
Que é quase todo dia
Bebo lapada de cana
Passo a noite na orgia
Aqui nada me falta
Tenho morada e alegria
Tem forró e arrasta pé
Só falta sua companhia
Quando ouço fole dedilhado
Ou uma sanfona sentida
Penso porque está tão longe
Da minha querida paraíba
Essa terra aqui é nossa
É minha e também sua
Vem timbora safoneiro
Vem tocar a luz da lua
O sudeste já foi bom
Na época dos nossos pais
Hoje maltrata toda gente
Por ae não existe paz
Vem e traz sua sanfona
Que a vida nos espera
Dividir novas canções
Em homenagem a nossa terra.
Eu migrei la do sudeste
Fazendo o caminho inverso
Hoje morro de saudade
Meu amigo lhe confesso
Cheguei aqui no nordeste
Terra que tudo me agrada
Minha unica reclamação
É essa saudade danada
Quando vou ao forró
Que é quase todo dia
Bebo lapada de cana
Passo a noite na orgia
Aqui nada me falta
Tenho morada e alegria
Tem forró e arrasta pé
Só falta sua companhia
Quando ouço fole dedilhado
Ou uma sanfona sentida
Penso porque está tão longe
Da minha querida paraíba
Essa terra aqui é nossa
É minha e também sua
Vem timbora safoneiro
Vem tocar a luz da lua
O sudeste já foi bom
Na época dos nossos pais
Hoje maltrata toda gente
Por ae não existe paz
Vem e traz sua sanfona
Que a vida nos espera
Dividir novas canções
Em homenagem a nossa terra.
Velho Chico - Pinto do Acordeon
Velho Chico, vê se reclama
O progresso quer deixar você na lama
Velho Chico, a coisa ta feia
O vapor já esta arrastando na areia
As suas águas estao correndo lentamente
Os afluentes também sofrem essa pressão
Eu vejo os peixes correndo nas suas margens
O surubim já esta quase em extinção
Na serra da canastra começa a trajetória
A sua historia ninguém pode apagar
A sua lenda o pescador tem na memória
Quando ele conta da vontade de chorar
Meu nordeste esta correndo risco
SOS salve o rio São Francisco
O progresso quer deixar você na lama
Velho Chico, a coisa ta feia
O vapor já esta arrastando na areia
As suas águas estao correndo lentamente
Os afluentes também sofrem essa pressão
Eu vejo os peixes correndo nas suas margens
O surubim já esta quase em extinção
Na serra da canastra começa a trajetória
A sua historia ninguém pode apagar
A sua lenda o pescador tem na memória
Quando ele conta da vontade de chorar
Meu nordeste esta correndo risco
SOS salve o rio São Francisco
Rolleiflex
" Tal como somos feitos hoje, somos capazes de suportar certa dose de desprazer e nosso estômago está habituado a esses
alimentos indigestos.
Sem eles, talvez achássemos insípido o
banquete da vida: e sem a boa vontade de sofrer seríamos obrigados a deixar escapar muitas alegrias! "
Friedrich Nieztsche- Aurora
alimentos indigestos.
Sem eles, talvez achássemos insípido o
banquete da vida: e sem a boa vontade de sofrer seríamos obrigados a deixar escapar muitas alegrias! "
Friedrich Nieztsche- Aurora
quarta-feira, 17 de junho de 2015
terça-feira, 16 de junho de 2015
segunda-feira, 15 de junho de 2015
sábado, 13 de junho de 2015
Fica comigo esta noite - Nelson Gonçalves
E meu relógio ainda desperta as 19:40...
Fica comigo esta noite
E não te arrependerás.
Lá fora o frio é um açoite
Calor aqui tu terás.
Terás meus beijos de amor
Minhas carícias terás.
Fica comigo esta noite
E não te arrependerás.
Quero em teus braços, querida
Adormecer e sonhar.
Esquecer que nos deixamos
Sem nos querermos deixar.
Tu ouvirás o que eu digo
Eu ouvirei o que dizes.
Fica comigo esta noite
E então seremos felizes.
Fica comigo esta noite
E não te arrependerás.
Lá fora o frio é um açoite
Calor aqui tu terás.
Terás meus beijos de amor
Minhas carícias terás.
Fica comigo esta noite
E não te arrependerás.
Quero em teus braços, querida
Adormecer e sonhar.
Esquecer que nos deixamos
Sem nos querermos deixar.
Tu ouvirás o que eu digo
Eu ouvirei o que dizes.
Fica comigo esta noite
E então seremos felizes.
Senhor da floresta - Augusto Calheiros
Senhor da floresta, um índio guerreiro da raça tupy
Vivia pescando, sentado na margem do rio chuí.
Seus olhos rasgados, no entanto,
Fitavam ao longe uma taba
Na qual habitava a filha formosa de um morubichaba.
Um dia encontraram senhor da floresta no rio chuí
Crivado de flechas, de longe atiradas por outro tupy
E a filha formosa do morubichaba
Quando anoiteceu, correu,
Subindo a montanha, no fundo do abismo desapareceu.
Naquele momento, alguém viu no espaço, à luz do luar
Senhor da floresta de braços abertos, risonho a falar:
- ó virgem guerreira, ó virgem mais pura que a luz da manhã,
Iremos agora unir nossas almas aos pés de tupã.
Vivia pescando, sentado na margem do rio chuí.
Seus olhos rasgados, no entanto,
Fitavam ao longe uma taba
Na qual habitava a filha formosa de um morubichaba.
Um dia encontraram senhor da floresta no rio chuí
Crivado de flechas, de longe atiradas por outro tupy
E a filha formosa do morubichaba
Quando anoiteceu, correu,
Subindo a montanha, no fundo do abismo desapareceu.
Naquele momento, alguém viu no espaço, à luz do luar
Senhor da floresta de braços abertos, risonho a falar:
- ó virgem guerreira, ó virgem mais pura que a luz da manhã,
Iremos agora unir nossas almas aos pés de tupã.
sexta-feira, 12 de junho de 2015
A morte é um dia que vale a pena viver - Ana Claudia Quintana Arantes
"A doença é uma abstração da realidade, ela está nos livros, está no microscópio, ela está nas definições, nas publicações, mas quando a doença encontra um ser humano ela produz uma melodia única, que se chama sofrimento. As doenças se repetem nas pessoas mas o sofrimento não, o sofrimento é único e cada um tem o seu." Ana Cláudia Quintana Arantes
quarta-feira, 3 de junho de 2015
Tirinha - Meritocracia
De acordo com o dicionário Aurélio, “Meritocracia” é um sistema de hierarquia determinado pelo mérito pessoal. Mas será que nossa posição na pirâmide social é determinada apenas pelo mérito? As oportunidades são iguais para todos?
segunda-feira, 1 de junho de 2015
A maçã - Raul Seixas
Se esse amor ficar entre nós dois
Vai ser tão pobre amor, vai se gastar
Se eu te amo e tu me amas
E um amor a dois profana
O amor de todos os mortais
Porque quem gosta de maçã
Irá gostar de todas
Porque todas são iguais
Se eu te amo e tu me amas
E outro vem quando tu chamas
Como poderei te condenar
Infinita tua beleza
Como podes ficar presa
Que nem santa no altar
Quando eu te escolhi para morar junto de mim
Eu quis ser tua alma, ter seu corpo, tudo enfim
Mas compreendi que além de dois existem mais
O amor só dura em liberdade
O ciúme é só vaidade
Sofro mas eu vou te libertar
O que é que eu quero se eu te privo
Do que eu mais venero
Que é a beleza de deitar
Vai ser tão pobre amor, vai se gastar
Se eu te amo e tu me amas
E um amor a dois profana
O amor de todos os mortais
Porque quem gosta de maçã
Irá gostar de todas
Porque todas são iguais
Se eu te amo e tu me amas
E outro vem quando tu chamas
Como poderei te condenar
Infinita tua beleza
Como podes ficar presa
Que nem santa no altar
Quando eu te escolhi para morar junto de mim
Eu quis ser tua alma, ter seu corpo, tudo enfim
Mas compreendi que além de dois existem mais
O amor só dura em liberdade
O ciúme é só vaidade
Sofro mas eu vou te libertar
O que é que eu quero se eu te privo
Do que eu mais venero
Que é a beleza de deitar
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