Sempre pequei pelo excesso
Mas hoje lhe confesso,
Que ao invés de falar eu vou calar.
Não, não é medo de censura
Apenas compreendi que cada criatura
Tem um modo de pensar.
Não sei se é medo ou covardia
Mas não quero outra sangria
Fazendo morada nesse velho peito.
Embora eu relute
Ainda vivo cada dia
Como se o amanhã não fosse chegar.
De certo é confuso, pois penso que me iludo
Mas como da vida não sei tudo,
Vou me permitindo errar nesse meu caminhar.
Ah, se você viesse agora
Dar novo rumo a essa história
E me pedisse pra ficar.
Me dizendo que sempre vale a pena
Ter na vida uma pequena
E que tudo que passou não voltará.
Eu seria teu melhor companheiro
Pra você por inteiro
Se apenas me pedisse pra ficar.
Minha lira tem um jeito de quem está perdido em um caminho sem volta, não há paredes, não há estradas, não há luz nem referentes, há apenas passos desvairados que me conduzem querendo voltar...
sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
quinta-feira, 30 de janeiro de 2014
terça-feira, 28 de janeiro de 2014
Noite cheia de estrelas - Martinho da Vila
Lua...
Manda a tua luz prateada
Despertar a minha amada
Quero matar meus desejos
Sufocá-la com os meus beijos
Canto
E a mulher que eu amo tanto
Não me escuta, está dormindo
Canto e por fim
Nem a lua tem pena de mim
Pois ao ver que quem te chama sou eu
E entre a neblina se escondeu...
Manda a tua luz prateada
Despertar a minha amada
Quero matar meus desejos
Sufocá-la com os meus beijos
Canto
E a mulher que eu amo tanto
Não me escuta, está dormindo
Canto e por fim
Nem a lua tem pena de mim
Pois ao ver que quem te chama sou eu
E entre a neblina se escondeu...
segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
sábado, 25 de janeiro de 2014
quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
quinta-feira, 16 de janeiro de 2014
Paulinho da Viola - Para Um Amor no Recife (Acústico MTV)
A razão porque mando um sorriso
E não corro
É que andei levando a vida
Quase morto
Quero fechar a ferida
Quero estancar o sangue
E sepultar bem longe
O que restou da camisa
Colorida que cobria minha dor...
E não corro
É que andei levando a vida
Quase morto
Quero fechar a ferida
Quero estancar o sangue
E sepultar bem longe
O que restou da camisa
Colorida que cobria minha dor...
CANDEIA - ME ALUCINA
Me alucina
este amor que é proibido
mas eu estou convencido
que jamis esquecerei de ti
triste sina de quem ama assim
porque sei que também gosta de mim
vida ruim
Porque procuro
esconder meus sentimentos
durmo,sonho e amanheço
e acordo só pensando em ti
nosso amor
está na luz que ilumina
os olhos meus
e dentro dos olhos teus
qual a obsessão
ou qual a sombra
que acompanha o meu corpo
sempre envolvo de paixão
verdadeiro afeto me fascina
uma torrente de amor
que domina.
este amor que é proibido
mas eu estou convencido
que jamis esquecerei de ti
triste sina de quem ama assim
porque sei que também gosta de mim
vida ruim
Porque procuro
esconder meus sentimentos
durmo,sonho e amanheço
e acordo só pensando em ti
nosso amor
está na luz que ilumina
os olhos meus
e dentro dos olhos teus
qual a obsessão
ou qual a sombra
que acompanha o meu corpo
sempre envolvo de paixão
verdadeiro afeto me fascina
uma torrente de amor
que domina.
terça-feira, 14 de janeiro de 2014
domingo, 12 de janeiro de 2014
Dominguinhos chora: a Triste Partida [O Milagre de Santa Luzia]
Isso é que um nordestino musico, mesmo músico migrante, tem dentro de si dor saudade doçura e as vezes humilhação de ter que sair da sua terra que ele ama que sempre espera um dia voltar e não consegue e essa for fez a grande musica nordestina, sem sombra de duvida
Por quem os sinos dobram - Raul seixas - 1983 - O Segredo do Universo
O QUE VOCÊ QUER, É AQUILO QUE PENSA E FAZ? ;)
quinta-feira, 9 de janeiro de 2014
terça-feira, 7 de janeiro de 2014
Fagner - Viola Enluarada
Hoje... pra não esquecer!
A mão que toca um violão
Se for preciso faz a guerra
Mata o mundo, fere a terra
A voz que canta uma canção
Se for preciso canta um hino
Louva a morte
A mão que toca um violão
Se for preciso faz a guerra
Mata o mundo, fere a terra
A voz que canta uma canção
Se for preciso canta um hino
Louva a morte
Salif Keita & Cesaria Evora - Yamore
Ainda tenho um mundo descobrir...
“Eu tenho fé, sim eu tenho fé
Que iremos viver sem medo
e confiar numa era mais risonha.
O olhar de nossas crianças
irá voltar a brilhar de inocência.
E entre suas gritarias temporal talvez se acalma.
Na brandura e calmaria, nossa amor irá descansar
Dessa luta e resistência, para sobreviver nesse tormento”
“Eu tenho fé, sim eu tenho fé
Que iremos viver sem medo
e confiar numa era mais risonha.
O olhar de nossas crianças
irá voltar a brilhar de inocência.
E entre suas gritarias temporal talvez se acalma.
Na brandura e calmaria, nossa amor irá descansar
Dessa luta e resistência, para sobreviver nesse tormento”
Salif Keita & Cesaria Evora - Yamore
Ainda tenho um mundo descobrir...
“Eu tenho fé, sim eu tenho fé
Que iremos viver sem medo
e confiar numa era mais risonha.
O olhar de nossas crianças
irá voltar a brilhar de inocência.
E entre suas gritarias temporal talvez se acalma.
Na brandura e calmaria, nossa amor irá descansar
Dessa luta e resistência, para sobreviver nesse tormento”
“Eu tenho fé, sim eu tenho fé
Que iremos viver sem medo
e confiar numa era mais risonha.
O olhar de nossas crianças
irá voltar a brilhar de inocência.
E entre suas gritarias temporal talvez se acalma.
Na brandura e calmaria, nossa amor irá descansar
Dessa luta e resistência, para sobreviver nesse tormento”
Lua Adversa - Cecília Meireles
Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu.
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu.
segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
Que Sejas Bem Feliz - Cartola
Se bom pra você for
Pode partir, amor
E que seja feliz
E muito bem feliz
Que Deus e a natureza
As aves nos seus ninhos
As flores pela estrada
Perfumem todos os caminhos
Eu aqui ficarei
Por você rezarei
Todas as tardes
Ao bater, Ave-Maria
Que seja bem feliz
E leve-me na mente
Que cresçam suas glórias
E as minhas lágrimas contentes
Pode partir, amor
E que seja feliz
E muito bem feliz
Que Deus e a natureza
As aves nos seus ninhos
As flores pela estrada
Perfumem todos os caminhos
Eu aqui ficarei
Por você rezarei
Todas as tardes
Ao bater, Ave-Maria
Que seja bem feliz
E leve-me na mente
Que cresçam suas glórias
E as minhas lágrimas contentes
Museu da Loucura - Edson Brandão
Antes que você torça o nariz e sinta náuseas diante dessas falas grotescas e corpos arruinados pelos hospícios e pela vida, saiba que pelo avesso elas falam de beleza, saúde, alegria, bem-estar e esperança. Compare-se à essas pessoas (sim, são pessoas, membros de nossa espécie Homo sapiens, gerados em ventres humanos), e descubra que sua ocasional infelicidade é insignificante, que sua ligeira depressão é frescura, que suas rugas são lindas e que o mundo chato que você vive é o paraíso.
Estes infelizes existem para lembrá-lo que sua felicidade é mais real do que você imagina. Sinta-se igual a eles.
Você é apenas o outro lado da moeda.
Estes infelizes existem para lembrá-lo que sua felicidade é mais real do que você imagina. Sinta-se igual a eles.
Você é apenas o outro lado da moeda.
Museu da Loucura - Barbacena MG
"Ô seu Manoel, tenha compaixão
Tira nóis tudo desta prisão
Estamos todos de azulão
Lavando o pátio de pé no chão.
Lá vem a bóia do pessoal
Arroz cru e feijão sem sal
E mais atrás vem o macarrão
Parece cola de colar balão (...)
Depois vem a sobremesa
Banana podre em cima da mesa
E logo atrás vem as funcionárias
Que são as putas mais ordinárias"
Sueli Aparecida Rezende
Paciente do Hospital Colônia de Barbacena,
desde oas 10 anos de idade, falecida em 2006
Tira nóis tudo desta prisão
Estamos todos de azulão
Lavando o pátio de pé no chão.
Lá vem a bóia do pessoal
Arroz cru e feijão sem sal
E mais atrás vem o macarrão
Parece cola de colar balão (...)
Depois vem a sobremesa
Banana podre em cima da mesa
E logo atrás vem as funcionárias
Que são as putas mais ordinárias"
Sueli Aparecida Rezende
Paciente do Hospital Colônia de Barbacena,
desde oas 10 anos de idade, falecida em 2006
domingo, 5 de janeiro de 2014
Pedaço de mim - Chico Buarque
Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu...
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu...
sábado, 4 de janeiro de 2014
Estâncias para Música - Lord Byron
Alegria não há que o mundo dê, como a que tira.
Quando, do pensamento de antes, a paixão expira
Na triste decadência do sentir;
Não é na jovem face apenas o rubor
Que esmaia rápido, porém do pensamento a flor
Vai-se antes de que a própria juventude possa ir.
Alguns cuja alma bóia no naufrágio da ventura
Aos escolhos da culpa ou mar do excesso são levados;
O ímã da rota foi-se, ou só e em vão aponta a obscura
Praia que nunca atingirão os panos lacerados.
Então, frio mortal da alma, como a noite desce;
Não sente ela a dor de outrem, nem a sua ousa sonhar;
toda a fonte do pranto, o frio a veio enregelar;
Brilham ainda os olhos: é o gelo que aparece.
Dos lábios flua o espírito, e a alegria o peito invada,
Na meia-noite já sem esperança de repouso:
É como na hera em torno de uma torre já arruinada,
Verde por fora, e fresca, mas por baixo cinza anoso.
Pudesse eu me sentir ou ser como em horas passadas,
Ou como outrora sobre cenas idas chorar tanto;
Parecem doces no deserto as fontes, se salgadas:
No ermo da vida assim seria para mim o pranto
Quando, do pensamento de antes, a paixão expira
Na triste decadência do sentir;
Não é na jovem face apenas o rubor
Que esmaia rápido, porém do pensamento a flor
Vai-se antes de que a própria juventude possa ir.
Alguns cuja alma bóia no naufrágio da ventura
Aos escolhos da culpa ou mar do excesso são levados;
O ímã da rota foi-se, ou só e em vão aponta a obscura
Praia que nunca atingirão os panos lacerados.
Então, frio mortal da alma, como a noite desce;
Não sente ela a dor de outrem, nem a sua ousa sonhar;
toda a fonte do pranto, o frio a veio enregelar;
Brilham ainda os olhos: é o gelo que aparece.
Dos lábios flua o espírito, e a alegria o peito invada,
Na meia-noite já sem esperança de repouso:
É como na hera em torno de uma torre já arruinada,
Verde por fora, e fresca, mas por baixo cinza anoso.
Pudesse eu me sentir ou ser como em horas passadas,
Ou como outrora sobre cenas idas chorar tanto;
Parecem doces no deserto as fontes, se salgadas:
No ermo da vida assim seria para mim o pranto
sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
Despedida - Rubem Braga
Despedida
E no meio dessa confusão alguém partiu sem se despedir; foi triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às vezes acontece em um baile de carnaval — uma pessoa se perda da outra, procura-a por um instante e depois adere a qualquer cordão. É melhor para os amantes pensar que a última vez que se encontraram se amaram muito — depois apenas aconteceu que não se encontraram mais. Eles não se despediram, a vida é que os despediu, cada um para seu lado — sem glória nem humilhação.
Creio que será permitido guardar uma leve tristeza, e também uma lembrança boa; que não será proibido confessar que às vezes se tem saudades; nem será odioso dizer que a separação ao mesmo tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego; e um indefinível remorso; e um recôndito despeito.
E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em nossa vida; que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão; mas que essa solidão ficou menos infeliz: que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo de nossa noite e de nosso confuso sonho?
Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, nós os receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras — com flores e cantos. O inverno — te lembras — nos maltratou; não havia flores, não havia mar, e fomos sacudidos de um lado para outro como dois bonecos na mão de um titeriteiro inábil.
Ah, talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema que não pôde haver; entretanto, é possível que não adiantasse nada. Para que explicações? Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes; o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a pequena palavra: adeus.
A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo.
-Rubem Braga
Extraído do livro "A Traição das Elegantes"
E no meio dessa confusão alguém partiu sem se despedir; foi triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às vezes acontece em um baile de carnaval — uma pessoa se perda da outra, procura-a por um instante e depois adere a qualquer cordão. É melhor para os amantes pensar que a última vez que se encontraram se amaram muito — depois apenas aconteceu que não se encontraram mais. Eles não se despediram, a vida é que os despediu, cada um para seu lado — sem glória nem humilhação.
Creio que será permitido guardar uma leve tristeza, e também uma lembrança boa; que não será proibido confessar que às vezes se tem saudades; nem será odioso dizer que a separação ao mesmo tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego; e um indefinível remorso; e um recôndito despeito.
E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em nossa vida; que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão; mas que essa solidão ficou menos infeliz: que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo de nossa noite e de nosso confuso sonho?
Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, nós os receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras — com flores e cantos. O inverno — te lembras — nos maltratou; não havia flores, não havia mar, e fomos sacudidos de um lado para outro como dois bonecos na mão de um titeriteiro inábil.
Ah, talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema que não pôde haver; entretanto, é possível que não adiantasse nada. Para que explicações? Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes; o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a pequena palavra: adeus.
A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo.
-Rubem Braga
Extraído do livro "A Traição das Elegantes"
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