Minha lira tem um jeito de quem está perdido em um caminho sem volta, não há paredes, não há estradas, não há luz nem referentes, há apenas passos desvairados que me conduzem querendo voltar...
quarta-feira, 14 de dezembro de 2016
37. O engano no amor - Nietzsche (Humano - Demasiado Humano)
Esquecemos voluntariamente muitas recordações de
nosso passado, as eliminamos da cabeça
intencionalmente: temos, portanto, o desejo de ver a
imagem que reflete nosso passado nos mentir a nós mesmos e nos agradar - trabalhamos sem cessar nesse engano de nós mesmos. - E vocês pensam, vocês que falam tanto do "esquecimento de si no amor", do "abandono do eu a outra pessoa", vocês que se
vangloriam de tudo isso pensam que é algo de essencialmente diferente? Destruímos, portanto, o
espelho, nos transformamos pela imaginação em outra pessoa - que admiramos, e desfrutamos doravante da
nova imagem do nosso eu, embora a designemos com o
nome de outra pessoa - e todo esse processo não seria
engano de si, do egoísmo - vocês me surpreendem! Parece-me que aqueles que escondem alguma coisa
a si mesmos e aqueles que por inteiro se escondem a si próprios, parecem que nisso cometem um roubo ao tesouro do conhecimento. Disso se deve deduzir de que equívoco o axioma "conhece-te a ti mesmo" nos previne.
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