sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

13 de dezembro de 1912...
Impossível eleger apenas uma música do  Velho Lua, mas hoje a escolhida é: Pedido a São João.
Fiquei fascinado ao ver a devoção que se tem a esta festa aqui no nordeste. Ela me parece ser mais importante que o Réveillon. Eu nem sonhava que existia padrinho de fogueira. Ouvi dizer que muitas vezes esses padrinhos eram mais considerados que os próprios padrinhos de batismo, achei sensacional.


Se Deus quiser vou me embora pro sertão
Pois a saudade me aconselha o coração
Manda que eu vá convidar Dona Chiquinha
para ser minha madrinha na Fogueira de São João


Chegando lá desabafo minha mágoa
Encho uma garrafa d'água depois enterro no chão
Peço a São João que apele pro Soberano
Pra saber se para o ano chove cedo em meu torrão.

terça-feira, 27 de novembro de 2018

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Amy Winehouse Blues In the Night

Desculpem os outras e outras contemporâneos, mas essa mina...                                                              

Lonnie Johnson - Another Night To Cry

Falar o quê?
                                                                              

sábado, 10 de novembro de 2018

Poderoso Chefão - Eleições 2018

 Há poucas verdades universalmente aceitas tanto pela ONU quanto pelos Illuminati, o Vaticano e a URSAL. Uma delas é que todas as respostas para todas as perguntas estão no número 42, na Bíblia e na saga “O Poderoso Chefão”. Fique claro que se trata da trilogia de filmes dirigidos por Francis Ford Coppola, não do bom romance policial escrito por Mário Puzo. A trilogia “O Poderoso Chefão” é uma espécie de cabala pop pós-moderna, com Marlon Brando e Al Pacino no lugar da Madonna. Basta saber perguntar e, mais importante, saber absorver as respostas nas linhas e entrelinhas dos diálogos trocados entre os membros da família Corleone, seus agregados, aliados, amigos e inimigos.
Tal fonte de sabedoria universal pode ajudar a compreender o conturbado atual cenário político brasileiro, no qual familiares, agregados, amigos e inimigos brigam sem parar nas redes sociais, em casa, no trabalho, no trânsito, em reuniões de condomínio, dentro de aviões, shows internacionais, nos churrascos na laje, concursos de miss, peladas de final de semana, bocas de fumo e até mesmo no sacrossanto espaço pacifista dos estádios de futebol. Ninguém mais se importa com disputas realmente importantes, como Pelé ou Maradona, Marvel ou DC, Caprichoso ou Garantido, Star Wars ou Star Trek. Portanto, vou fazer-lhe uma oferta que não vai poder recusar. Usando minhas habilidades jedi, sugiro que vá para casa, veja ou reveja “O Poderoso Chefão” e repense sua vida.
O primeiro e mais importante ensinamento que recebemos de “O Poderoso Chefão” é que não estamos em uma história dualista, feita de heróis e vilões. Na verdade, ninguém é puro. Nem você e muito menos seu candidato. O Chefão já deixou claro: só não me diga que você é inocente, isso insulta minha inteligência e me deixa ainda mais zangado. Se você se considera o lado do bem, provavelmente é um inocente útil. Alguém está te usando, explorando ou manipulando. Obviamente, uma coisa é acreditar ser o bem, outra é fingir ser o bom. Nada te impede de adotar esse discurso, desde que seja como estratégia de jogo.



Afinal, se você é mesmo o bem, o outro lado deve ser o mal. O mal digno de todo desprezo, o mal que merece ser cuspido e pisado, o mal indigno de sua indignação. Você pode até se sentir aliviado por crer-se moralmente superior ao outro, mas esse tipo de atitude passional cega. Ensinou o Chefão: nunca odeie seus inimigos, isso afeta seu julgamento. Ou seja, se pretende derrotar o oponente, seja frio e calculista, procure compreender como ele pensa e age, faça engenharia reversa de seus métodos. Só assim conseguirá descobrir suas fraquezas e as explorar. Converse com ele, convide-o para um papo privado, um café, mande nudes (sem rosto), seduza-o. Já disse o Chefão: eu converso com meus inimigos e, às vezes, até os respeito, mas isso não quer dizer que eu confie neles. Portanto, nada de sentimentalismo, tenha sempre em mente que não é nada pessoal. São apenas negócios.
Negócios. Política no Brasil são negócios e você é basicamente capital de giro. Valores são negociados todos os dias na Bolsa de Valores. A verdade é que um advogado com uma pasta pode roubar mais que mil homens armados. Sobretudo se for um advogado de campanha. Em política, contam com sua ingenuidade. Seu candidato não é seu amigo. Amigos e negócios: água e azeite. Não há para onde fugir e quem lhe oferecer segurança será o traidor. A escolha fica entre deixar o potencial traidor saber que você espera a traição e está pronto para retaliar ou fingir para ele e para si que não sabe que será traído. A pessoa pragmática não ignora que política é saber a hora de puxar o gatilho. Metaforicamente, é claro, estamos em uma democracia.
the godfather
Neste jogo de cartas marcadas é fundamental pelo menos tentar esconder suas cartas. Aproveite-se do corolário de que o voto é secreto. É uma margem de manobra. Deixe que seus amigos subestimem suas qualidades e que seus inimigos superestimem seus defeitos. Dessa forma, sabendo manobrar, talvez você até consiga trazer alguns votos para seu candidato. Não perca tempo com apoiadores consolidados, mas entrando em contato com indecisos, adesistas ou praticantes do voto útil, jogue no ar frases como se você fosse meu amigo, os seus inimigos seriam meus inimigos, ou lustre sua vaidade com se um homem honesto como você fizesse inimigos, então eles seriam meus inimigos e temeriam você. Tenha certeza que assim poderá conquistar corações e mentes de forma mais efetiva do que xingando muito no Twitter, brigando com as tias do Whatzapp, respondendo memes ou reclamando de “fake News”, como se apenas o lado de lá as espalhasse. Nada mais estrategicamente equivocado do que bradar indignado que vai excluir de sua vida quem pensa diferente de você. Lembre-se: mantenha os amigos por perto; e os inimigos mais perto ainda.
E ninguém é mais próximo do que os familiares. A questão da família é um dos temas recorrentes desta eleição. Me intriga que isso ainda seja um problema considerando que na Família Lima tem até nora, mas não tem mãe. A vida é assim, cheia de possibilidades. Seja como for, os Corleone formam uma família disfuncional tipicamente “tolstoiniana”, são infelizes a sua maneira. Pelo exemplo pedagógico, como numa tragédia grega, podemos concluir o que fazer e o que não fazer para não termos o mesmo destino: nada de espancar o cunhado, nada de mandar matar o irmão e, principalmente, nunca diga o que sente para alguém de fora da família. As eleições passam. A família fica. Brigar com familiares por conta de entidades bidimensionais que moram em um reino encantado distante e seco chamado Brasília é bobagem. Afinal, um homem que não se dedica à família jamais será um homem de verdade. O mesmo vale para mulheres, LGBT’s e adolescentes que votam aos 16 anos.
A vitória de seu candidato não é sua vitória. A derrota de seu candidato não é sua derrota. Salvo se ele te prometeu um cargo comissionado. Ainda assim, se por um lado, os homens mais ricos são aqueles que possuem amigos mais poderosos, por outro, aquele que depende de outras pessoas depende de sobras.
Enfim, todo o poder do mundo não pode mudar o destino, nem o resultado das urnas. Se por acaso o seu candidato for derrotado, não se desespere, não é um “apocalipse now”. Ser oposição é sempre mais fácil e mais seguro. Claro que dói mais ter algo e perdê-lo do que nunca o ter, mas nem tudo está perdido. Quando menos esperar vai se dar conta de que quando eu pensei que estava fora, eles me puxavam para dentro. Quatro anos só é muito tempo para esperar a próxima Copa do Mundo, para chegar as novas eleições é um pulinho quântico. Nem sentimos o caminhar dos dias.

Fonte: https://www.revistabula.com/17701-manual-de-sobrevivencia-do-poderoso-chefao-para-a-politica-brasileira/?fbclid=IwAR0Mq0CjcrVEKGwlRKf4Au5HmEo2OlhdtxhFIn6rTIi2qIcmkh4fXaSDAyo

Aprendi a não bater de frente - Marcel Camargo





Eu costumava bater de frente, quando entendiam errado o que eu dizia. Hoje, não perco mais tempo tentando provar nada a ninguém, de jeito nenhum. O meu tempo é precioso e resolvi aproveitá-lo fazendo o que eu gosto, junto com quem me faz bem.

Uma das coisas mais desagradáveis que ocorrem é sermos mal entendidos, quando o outro deturpa nossas palavras ou nossas atitudes, descontextualizando-as e utilizando-as em proveito próprio, enquanto nos coloca como o vilão da história. A gente acaba até ficando sem saber se nós é que não soubemos nos colocar ou se o outro é que não sabe interpretar um texto.

Infelizmente, quanto mais tentarmos provar o nosso ponto de vista, quanto mais nos explicarmos, pior ficaremos, porque quem não entende da primeira vez raramente compreenderá dali em diante.

Quem se faz de bobo e de vítima jamais será capaz de assumir seus erros, de se responsabilizar por seus atos, de se colocar no lugar de alguém.

Tentar fazê-los enxergar além de seu umbigo é inútil.

Na verdade, teremos que sempre ser verdadeiros e claros, com todo mundo, pois, assim, quem nos conhece de fato e gosta de nós não se abalará com as maledicências que alguém tentar espalhar sobre nossa pessoa. Temos que ter a tranquilidade de que vivemos de acordo com o que somos, sem dissimulações e meias verdades, para que a mentira alheia não nos atinja nunca, tampouco possa ser levada em conta por quem nos é importante.

Eu costumava bater de frente, quando entendiam errado o que eu dizia, quando maldiziam minhas atitudes. Hoje, não perco mais tempo tentando provar nada a ninguém, de jeito nenhum. O meu tempo é por demais precioso e resolvi aproveitá-lo fazendo o que eu gosto, junto com quem me faz bem.

Hoje, tenho a certeza de que muitas pessoas só entenderão aquilo que quiserem e da maneira que melhor lhes convier.

Não importa o que eu diga ou o que eu faça, muitas pessoas somente interpretarão minha vida de acordo com o nível de percepção delas mesmas, para que possam se justificar através dos erros que transferem ao mundo – segundo elas mesmas, elas nunca erram.
Não tenho muito tempo livre, portanto, não gastarei mais energia com quem não merece. Vivamos!

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Eleições 2018 - Alessandro Brito

É de suma importância debater a política, quem não o faz é governado por quem faz. Temos um cenário político caótico, mas, um cenário de relações humanas mais caotico ainda. As pessoas tem se revelado de fato extremistas não pela posição política mas, pela falta de respeito a opinião alheia e principalmente contrária. A pessoas estão a flor da pele, e muitas vezes fora do limiar (emocional) aliada a falta de argumento e o ego ferido quando apontada as falhas (daquele candidato que estão defendendo) e simplesmente passam a ser hostis. Não estão debatendo política mas discutindo, e nesse caso não vale o desgaste.

#17 PRIMEIRO TURNO

sábado, 15 de setembro de 2018

Eleições 2018 - Votos brancos e nulos anulam as eleições?

Neste ano de 2018 teremos eleição para escolha do presidente da República, dos governadores, senadores, deputados federais, deputados estaduais (e distritais, no caso do Distrito Federal). É a chamada eleição geral.

A festa da democracia estaria garantida, se o detentor do poder (o povo) fosse convidado a participar, além da simples obrigação de votar.

A palavra democracia já ficou tão desgastada e desacreditada que hoje ninguém mais duvida que o povo só é lembrado porque a classe política precisa de seu voto para legitimar isso que chamam de representação popular nas Casas Legislativas, como as assembleias estaduais e o Congresso Nacional. O mesmo povo que tem seus parentes mortos nas filas intermináveis dos hospitais públicos, que não tem escola pública de qualidade, que não tem segurança para pegar ônibus com tranquilidade para ir ao trabalho, que sequer tem a certeza do trabalho...

Pois é. É desse povo que os políticos precisam a cada eleição. Mas só a cada 4 anos. No resto do tempo, esse povo deve simplesmente fazer o favor de não atrapalhar os planos (pessoais/particulares e não raramente imorais) de uma quantidade alarmante de maus políticos.

Que cidadania é esta?

Que simulação de democracia é esta que há tempo vivemos?

Há muito os políticos estão saindo de suas tocas, de seus esconderijos, e começaram a exercitar as velhas e surradas práticas que fazem, geralmente, a cada 4 anos, quando precisam mostrar a cara para fingir que pretendem sempre agir na defesa dos interesses do povo. Fazem discursos aparentemente desinteressados, visitam lugares e pessoas antes esquecidos, dão opinião sobre tudo e sobre todos, criticam os que chamam de maus gestores, de incompetentes. Enfim, eles têm o desinteresse e a solução para todos os males. Mas somente enquanto não se elegem. Depois, esquecem. Na verdade, lembram. Lembram-se de suas necessidades particulares, de seus interesses privados, quando não chafurdam na lama da corrupção, da imoralidade, se é que encontram espaço, porque essa lama é muito disputada!

Se estivessem mesmo agindo assim, na defesa do interesse público, o povo não teria mais tantas necessidades, que, convenhamos, são as mesmas que já existiam há tantas eleições passadas, e que, obviamente, não foram atendidas. Ao contrário, aumentaram e se tornaram mais prementes, mais graves, mais urgentes e em maior quantidade...


Fonte: https://jus.com.br/artigos/64738/eleicoes-2018-votos-brancos-e-nulos-anulam-as-eleicoes

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Humildade - Novak Djokovic

Eleições 2018 - Alessandro Brito

Analisando os governos da nossa recente democracia, e tudo quanto fizeram com o poder do Estado em prol do povo, O Bolsonaro está longe de ser o candidato dos sonhos, mas estou convencido que é a melhor opção entre os que estão na disputa para presidente dessa zorra.
Eu lá de São Bernardo do Campo, vizinho do estádio 1º de maio que foi palco de greves históricas, onde formaram os cartéis dos sindicatos acreditei no lulamolusco, votei a primeira vez e me ferrei. Hoje acredito no Bolsonaro. O único problema é que se ele fizer um governo digno e não roubar, eu nunca saberei se é porque ele é honesto ou se é porque não sobrou dinheiro de lugar nenhum para afanar. Veremos.

P.S.: Mensalão, Petrolão, 12 anos de PT no governo e o MST além de continuar sem terra, estão mais numerosos que nunca... Suficiente não?

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Planta - Alessandro Brito

Ah se tu soubesses o quanto me encantas... Daria um jeitinho, nem que fosse um minutinho, para regar esta planta que cresce, cresce, cresce... mesmo sem adubo e água. Até quando sobreviverá?

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Velhos tempos - Luiz Grande/ Romildo

No tempo de Sinhô, Donga e Pixinguinha
Na casa da Tia Ciata, vatapá e Xinxim de Galinha
Onde os poetas faziam concentração
Madruga a fora sobre a luz do Lampião
Onde a simplicidade era o fator principal
Não existia riqueza o samba era original
A praça XXI imperava nos velhos tempos de outrora
O samba era bem diferente do samba de agora

Se Deus me desse o prazer
De viver naquela geração
Hoje em dia eu podia dizer
Sou poeta por convicção
Mas eu procuro seguir
O exemplo daquela humildade
Simplesmente eu só posso sentir saudade

segunda-feira, 23 de julho de 2018

O Óbvio Ululante - Nelson Rodrigues

"Por tudo que sei da vida, dos homens, deve-se ler pouco e reler muito. A arte da leitura é a da releitura. Há uns poucos livros totais, uns três ou quatro, que nos salvam ou que nos perdem. É preciso relê-los, sempre e sempre, com obtusa pertinácia. E, no entanto, o leitor se desgasta, se esvai, em milhares de livros mais áridos do que três desertos.

Certa vez, um erudito resolveu fazer ironia comigo. Perguntou-me: “O que é que você leu?”. Respondi: “Dostoiévski”. Ele queria me atirar na cara os seus quarenta mil volumes. Insistiu: “Que mais?”. E eu: “Dostoiévski”. Teimou: “Só?”. Repeti: “Dostoiévski”. O sujeito, aturdido pelos seus quarenta mil volumes, não entendeu nada. Mas eis o que eu queria dizer: pode-se viver para um único livro de Dostoiévski. Ou uma única peça de Shakespeare. Ou um único poema não sei de quem. O mesmo livro é um na véspera e outro no dia seguinte. Pode haver um tédio na primeira leitura. Nada, porém, mais denso, mais fascinante, mais novo, mais abismal do que a releitura."


quarta-feira, 11 de julho de 2018

Save Our Last Goodbye - Disturbed

Através dos passos alternados de perda e ganho,

silêncio e atividade, nascimento e morte,

eu trilho o caminho da imortalidade" -- Deepak Chopra.



terça-feira, 10 de julho de 2018

As fases da vida - Alessandro Brito

Estou com uma pergunta existencialista: Quais foram suas fases na vida? Essa foi a pergunta que lancei aos meus amigos hoje pela manhã. Hoje ao longo do dia recebi diversas respostas, algumas bem rasas (eles tem seus motivos) outras incríveis e complexas, me senti instigado a replicar:
Em suma acho que podemos definir as fases da vida em 3: infância, adolescência e fase adulta. Percebi dentre as respostas dos meus amigos que também usaram essa a divisão.

Infância: Foi incrível! Tudo começa na figura paterna  (visto que minha mãe foi embora de casa mais de 10 vezes, entre meus 4 a 15 anos, e eu sempre fiquei com meu pai) que foi meu exemplo, isso até meus 17 anos quado comecei a deixar de admirá-lo. Me ensinou a nadar e a andar de bicicleta, me ensinou a não diferenciar as pessoas. Foi exemplo de honestidade, trabalho e valentia. Talvez exista um pai absurdamente apaixonado pelo filho, mas acredito que igual ao meu foi por mim, mas, não mais que o meu. Além de me amar, me fazia sentir-me amado. A favela... o barraco de madeira, que em dias de chuva era preciso sair pra casa da vizinha, pois corria risco de desabar. A primeira morte, onde meu pai matou um cara a facadas na minha frente aos 5 anos de idade (deu até o Gil Gomes), as outras mortes viraram banalidade. Aos 6 anos mudança de barraco, época que entrei na escola,onde tive o privilégio de estudar da 1ª série até 3º ano do colegial. (Fundamental ao ensino médio). Nesse período de 11 anos (1989 a 2000) foi o período de tudo que formaria meu caráter. Ainda rememorando as fases da infância, não posso esquecer as infinitas horas no campo de futebol jogando bola e aprendendo a ser e ter amigos e uns dribles claro.. O fliperama onde gastei uma fortuna de moedas e tempo, até minha mãe descobrir que eu estava por lá e ir me batendo de dentro do fliper até chegar em casa, puta que pariu, passei vergonha. A casa de alguns amigos que me acompanham até hoje, Rogério (Rancho) Tiago (Chandela) e Leonardo (Kit Léo/ Leozones) hoje consigo entender que não fui um criminoso, como minha mãe dizia que eu iria ser, porque tive uma fase (que dura até hoje) de convivência e aprendizado na casa desses que se tornaram meus referentes de família.

Adolescência: Essa fase eu era abastado de dinheiro e amor do meu pai e amigos. Não tinha como ser um rebelde sem causa, muito menos com causa. Mas, obviamente achava que sabia muito das coisas da vida. Fase das mulheres... Fase de ir nas portas das escolas pela manhã, (Barão de Mauá, Maria Luíza, Wallace e quando arrumava carona ainda rolava a entrada do Universitário (hoje COC) nessa ordem). As portas de escolas foram sem dúvidas o primeiro divisor de águas da minha vida. Através delas penetrei no mundo burguês e cá pra nós, embora na época morrêssemos de orgulho da favela, quem mora em favela é rato e uma habitação digna é o mínimo que todo cidadão merece. Passar a frequentar a casa das minas burgueses abriu um leque de possibilidades incrível, foi a fase da descoberta do conforto, do comer bem, falar bem, das grifes de roupas e perfumes, foi do caraleo.
Entrou então a música na minha vida, comecei escutar tudo que tivesse ao meu alcance (Nunca tive um grupo ou tribo fixa, isso também me permitiu explorar mais que o normal), essa é uma fase que ainda não terminou, já está com uns bons dias... fase essa que me fez projetar-me na noite de São Bernardo do Campo (bendito Santa Filomena) e em curto prazo na noite do ABC seguida de 8 anos ininterruptos na noite de SP até vir morar na Paraíba.
Foram incontáveis madrugadas tombando latas pela cidade... Ia atrás de samba em todas as favelas da cidade, outras tantas apenas vagando pelas noites, caminhando ou de carro, quase sempre sozinho. As vezes nos puteiros de SBC com um traficante amigo, ele abastecendo as putas e eu lá, de bobo alegre, me divertindo e me achando o malandrão, ae se a polícia pega, eu estava fodido, logo eu que nunca fumei nem um baseado. Fase também das viagens pra outros estados, normalmente sem grana (mesmo) ou "patrocinado" por alguém, foram todas no mínimo incríveis , eu realmente era um sem noção do espaço que vivia. A única parte cruel foi a morte da pessoa que é tudo na minha vida, meu tio (João Banana) executado a tiros aos 26 anos (eu apenas com 23 anos)... Provavelmente foi o momento que eu tenha pensado que era preciso querer "chegar em alguma lugar, ter algo bom pra comer e algum lugar pra se morar"... É estranho resumir essa fase, foram tantas coisas vividas, tanta gente que deixou um pouquinho delas em mim, foi tão especial que muitíssimas delas ainda fazem parte do meu meio, eu as amo!
Fase adulta: Aos 26, depois da morte do meu tio, faculdade de psicologia (1 semestre) seguida do curso de ADM com o velho 100% do PROUNI (Lula aquele abraço seu picareta) e a fase mais dura, a desconstrução de valores e filosofia para a construção dos meus verdadeiros valores e das minhas verdadeiras filosofias, óbvio que é outra fase sem fim. Esse ano o falecimento do meu pai, que havia se tornado um filho, ali sabia dar trabalho viu, serei eternamente grato. Agora completando 5 anos da fase paraíba o posso afirmar que me adaptei e apesar de ser um cara resiliente, os dois primeiros aos foram muito difíceis, mas a fase atual é curtir o nordeste e chegar aos 80 bem de saúde e se possível com a sanidade em dia, fazendo muita raiva Brasil a fora.

P.S.: Foi interessante notar que alguns amigos disseram que tiveram uma infância sofrida, eu vejo que apesar de algumas tantas passagens bem tensas e cicatrizantes, eu só consigo avaliar como difícil se usar meu julgo de hoje, mas quando criança tudo parecia ser daquela maneira, as mortes eram banalidade, as agressões do meu pai contra minha mãe eram normais, a falta de grana não era perceptível pra mim, não enxerga minha quebrada como um ambiente inóspito, pelo contrário, era o único referente que tinha, era o meu mundo e ele era lindo, afinal eu era apenas o Sandrinho, uma criança.

 

sábado, 30 de junho de 2018

Realidade - Nelson Cavaquinho (Nelson Cavaquinho/Geraldo Cunha/Antônio Braga)



Zela pela tua existência que a vida é curta

Tudo que teve um princípio também tem um fim

Quando abrires os teus olhos talvez seja tarde

Tudo que estou te dizendo é a realidade

O mundo ensina qualquer criatura a viver

Quem te aconselha é um grande amigo teu

Quem te aconselha sou eu, que muito já padeceu

Deixa esta vida cruel que amarga tanto quanto fel



Tu tens que compreender o que te digo

A vida é preciosa, meu amigo

Tu vives pelas tabernas, alcoolizado

Teu companheiro é um cão fiel que vive sempre a teu lado


sábado, 16 de junho de 2018

Goo Goo Dolls - Here is Gone (Legendado)

DEPRESSÃO BRASILEIRA - CONTARDO CALLIGARIS



As afirmações genéricas sobre o estado de espírito de um povo são facilmente enganosas: ao diagnosticarmos um grupo ao qual pertencemos, psicólogos, antropólogos, jornalistas etc., tendemos a atribuir à coletividade sentimentos que são apenas os nossos.

É por isso que, em tese, não faço diagnósticos coletivos temerários. Só que hoje é um pouco diferente: desde 1985, quando comecei a clinicar no Brasil, não me lembro de ter percebido um desânimo tão difuso e generalizado quanto agora.

Uma pesquisa recente do Datafolha aponta que 72% dos brasileiros enxergam uma piora do cenário econômico, embora só 49% declarem que passaram de fato por um retrocesso. Ou seja, não é necessário sofrer da crise para "sentir" que estamos mal.

Os dois sintomas básicos para diagnosticar um transtorno depressivo maior são o humor deprimido (sentir-se triste e sem esperança) e uma diminuição do interesse em quase todas as atividades. Justamente, uma nova pesquisa (Folha de 12/6) anuncia que 53% dos brasileiros não têm interesse na Copa do Mundo, que logo vai começar.

A esses sintomas, acrescente, segundo sua preferência, sentimento de inutilidade, capacidade diminuída de pensar ou se concentrar, indecisão, pensamentos de morte recorrentes (por bala perdida, assalto ou espera para exames no SUS).

Em 2017, segundo a Organização Mundial da Saúde, o Brasil foi o quinto país mais deprimido do mundo e o campeão em ansiedade. A ansiedade é a grande companheira da depressão: tensão, inquietude, dificuldade de concentração, sensação de perigo iminente.

Quando soube desse ranking, pensei que talvez a gente devesse atribuir o destaque brasileiro a um excesso de diagnósticos e de medicação. Hoje, não estou tão certo disso.

Muitos colegas vão achar essas considerações bizarras, mas é difícil negar a existência de transtornos "sociogênicos", que refletem as preocupações mais difusas num momento e num lugar específicos --os quais não determinam as patologias dos indivíduos, mas, isso sim, fornecem um pano de fundo coletivo.

O que nos deu esse "pano de fundo"? Numa ordem qualquer: a sensação repetida de um fracasso econômico (acompanhada pela lenda de nossa riqueza "natural"); o fracasso da democracia representativa (persistência das elites tradicionais, corrupção generalizada, primazia das razões eleitoreiras sobre os interesses da comunidade); o fracasso moral vergonhoso (as provas repetidas de que ninguém está disposto a pagar o preço das próprias medidas que lhe parecem certas); o fracasso em proteger um lar seguro e um espaço público; o fracasso, enfim, em constituir uma esperança compartilhada que dê sentido à existência de uma nação.

A "psicologia positiva" norte-americana definia a esperança como a existência simultânea de um objetivo e de um plano definido para alcançá-lo.

O filósofo Richard Rorty ("Philosophy and Social Hope", Penguin, 1999) definia a esperança como uma narrativa que nos promete um futuro melhor. Ele mostrava que várias narrativas já se comprovaram falsas e devemos aprender a viver sem uma narrativa comum que nos faça esperar —ou seja, cada um deveria inventar sua esperança.

No desespero, não há planos de ação definidos e não há narrativas que prometam um futuro. Mas, no desespero, a esperança não morre: ela continua viva, numa espécie de pensamento mágico.

O deprimido não consegue fazer nada para mudar sua vida, mas não deixa de jogar na Mega-Sena.

O deprimido espera muito, sim, mas sua esperança é abstrata, como os discursos de uma campanha política ruim, que promete e nunca diz quais são os passos necessários para chegar lá.

Se Eric Hobsbawm estivesse vivo e quisesse dedicar um volume à nossa década, acho que escolheria o título "A Era da Farsa" e contaria que o mundo, "naquela época", tinha sérios problemas e precisava muito de pessoas sérias para resolvê-los (ou, ao menos, para tentar), mas, ironia do destino, ele foi liderado por farsantes.

Enfim, como uma espécie triste de consolação, poderíamos afirmar que os brasileiros estão encontrando uma nova unidade, um traço comum. Já tiveram em comum a primazia do coração sobre a razão que Sérgio Buarque chamou de cordialidade. Agora, quem sabe eles consigam se juntar e encontrar uma comunidade de destino ao redor de uma depressão compartilhada.

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Política - Alessandro Brito

Quando em 2012 começamos a nos reunir aos milhões no centro de SP no outro dia eu escutava o mesmo argumento que ainda escuto hoje: Que eu era bobo em trabalhar o dia inteiro e depois faculdade e depois protesto no centro da cidade, que não ia dar em nada, seguido da pergunta: E ae, foram ontem na paulista, e o que mudou?
Pessoas que falam de resultado político a curto prazo sem dúvida são pessoas que não estudam política e debatem recortes de jornais.
6 anos depois ao fazer uma analogia fico muito satisfeito com os resultados, quem diria que tantos colarinhos brancos estariam na situação que estão, quem diria que até o molusco passaria por essa situação, aguardo ansiosamente para que todos os outros morcegos possam ser encandeados com a luz da justiça. Realmente toda caminhada começa no primeiro passo e certamente esse foi dado.

P.S.: E ainda que não tivesse tido nenhum resultado positivo, minha luta por si só seria vitoriosa como cidadão.
P.S.1: Foi e é incrível saber que existem milhões de brasileiros que também estão dispostos a lutar, cada qual a sua maneira, e que acreditam e buscam um brasil justo.
P.S.2: Um protesto para ter legitimidade não exige necessariamente o sacrifício humano, como vejo muitos criticarem que fulano e ciclano não saem de casa ou isso ou aquilo, ter a consciência política, é de fato um grande passo. Deixar o futebol e a novela de lado e dar importância a política é de suma importância.
P.S.3: Apoiei o Golpe (os próprios áudios que vazaram indicava o temer como bode expiatório) de forma consciente, como disse política não se resolve do dia pra noite, mas era necessário a queda, caiu. Esperava que os que criticavam o bate panela, fizessem algo proporcional, para uma nova queda, que eu apoiaria da mesma maneira, mas infelizmente são discursos isolados e sem a menor força.
P.S.4: Essa segregação de direita, esquerda, pobre, rico, mortadela, coxinha... foi eficaz até agora para os políticos nos dividirem e eles fortalecerem suas alianças. Mas agora que entendemos que de fato não passamos de marionetes que façamos aliança o povo com o povo.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Nas quebradas do mundaréu (parte I) - Plínio Marcos e Geraldo Filme

O início do disco é impactante. Plínio declama uma introdução loquaz e cruel sobre a cidade de São Paulo que quer retratar: “Eu conto história das quebradas do mundaréu, lá de onde o vento encosta o lixo e as pragas botam os ovos. Falo da gente que sempre pega a pior, que come da banda podre, que mora na beira do rio e quase se afoga toda vez que chove e que só berra da geral sem nunca influir no resultado. Falo dessa gente que transa pelos estreitos, escamosos e esquisitos caminhos do roçado do bom Deus. Falo desse povão, que apesar de tudo é generoso, apaixonado, alegre, esperançoso e crente numa existência melhor na paz de Oxalá. Quem quiser saber meu nome não precisa nem perguntar: eu me chamo Plínio Marcos, sou pagodeiro do lugar. O samba é a forma da gente minha falar dos seus mais ternos sentimentos, e é nesse embalo que eu vou. Vou contar do samba da Pauliceia e de sua gente, que é do tamanho do mundo, porque não se acanha de contar as histórias do seu pedaço de chão de terra firme”.

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Ainda sobre o carnaval que passou - Ricardo Sangiovanni


por Ricardo Sangiovanni*


Era falsa a música. O triste não era que fosse versão de canção estrangeira. O triste era que ninguém local da província tivesse conseguido criar outra que lhe sobrepujasse o diabo do visgo. O triste é que seja isso, hoje em dia, o que o carnaval que por aqui se faz tenha a oferecer.


Era falso o músico. A começar por aquele cantor de trocentos carnavais, já de tédio enrouquecido, enlouquecido pela desgraça do marketing, transmutado, por fim, de artista (de arteiro) em melancólico display luminofalante.


Era falsa a dança. Porque não dá tempo a que o povo tire dela, por si, o proveito bailarino que melhor lhe aprouver. O que houve demais foi música-bula – “dançando, dançando!”, “quero ver você na coreografia!”, sem falar nas odiosas instruções de bota a mãozinha ali, mete a cabecinha acolá. Haverá terreno mais fértil para um novo tipo de zombeteiro fascismo do que o carnaval da Bahia?


Era falso o camarote. Porque afinal não extraía sua razão de ser do espetáculo a que dava vista. Mais bem valia por si, cheio de boates, de bebidas, de gracinhas de cabelo espichado, para que tanta pintura, para que tanto salto. Onde o suor de folia? Onde o par de tênis melado de mijo de farra de rua?


Era falsa a celebridade (ou quiçá defasado demais o banco de dados deste palavrista, vai saber). Fato é que os célebres de hoje em dia nem bem vinte anos têm mais. E vêm para o carnaval crentes de serem eles quem conferem brilho à festa, quando o certo seria o contrário. São tão célebres que só se fazem notar quando empacotados e expostos na vitrine de alguma marca, muito bem pagos, obrigado. Às vezes só topam vir se acompanhados de 18 (dezoito) parentes e amigos. A Bahia virou Disneylândia.


Era falsa a festa. A festinha cool na piscina, onde os vips tomam sol, era recheada de bund… digo, de meninas bonitas, todas elas devidamente contratadas para pagar biquininho até o sol se pôr. Havia, vá lá, um clima de diversão no ar. Mas uma diversão fria de tão opulenta, sem feição de certa alegria natural de viver que dá sentido ao carnaval.


Era falso o trabalhador. Não havia carnaval na cara do garçom, do segurança, do fritador de camarão sem cabeça. Até o modelete-porteiro que distribuía sorrisos e viseiras da marca estava puto – é que o coturno cenográfico em que lhe meteram machucava-lhe o raio da unha encravada. E não ponhamos a culpa das caras amarradas no pouco preço da paga, porque o pessoal do isopor de rua fatura bem menos e se diverte bem mais. O que ninguém suporta muito cheio de risada é essa atmosfera odiosa de glamour e famosidade, essa falsa mistura, esse agressivo apartheid.


Era falso o jornalista. Éramos todos falsos nós, jornalistas, alugando nossas canetas, nossas câmeras, para essa festa pobre que os homens armaram para nos convencer. Falsas as nossas perguntas, falsas as imagens que publicamos. Nós, como todo o restante da criadagem, não estávamos ali por sombra de querer, e era ruim pensar que estávamos perdendo, por mais um ano, a chance de mandar pro diabo essa palhaçada infeliz em que se transformou o carnaval baiano.
Era, ademais, desolador saber que logo ali, tão perto de nós quanto fora de nosso alcance neste ano, desfilava verdadeira felicidade. Porque de verdade no meio daquilo tudo, só mesmo, atrás do trio de Armandinho, a pipoca moderna pulando solta, passando comum, fugidia – como é, aliás, toda vera alegria.


*Ricardo Sangiovanni, jornalista, coordena o blog O Purgatório e mantém no NR a coluna Mistério do Planeta. Escreve de Salvador. Imagem do quadro Arlequin et Pierrot (1924), de André Derain, Paris


segunda-feira, 9 de abril de 2018

a-ha - Take On Me (Official Video)

L E M B R A N |Ç A S !

Frase - Gabriel Garcia Marquez

É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão. O importante é aproveitar o momento e aprender sua duração, pois a vida está nos olhos de quem saber ver.

quinta-feira, 5 de abril de 2018

Frase - Alessandro Brito

Não desisto nunca não por ser brasileiro, mas por acreditar na benevolência do ser humano.

Política 2018 - Alessandro Brito

Os políticos deveriam e devem comandar, simples assim.
Se os políticos governassem pelo povo (função do Estado), não aceitando propina entre outras, os megaempresários não teriam o poder de ditar os caminhos dessa nação. Inclusive o sistema de meritocracia não funciona, não porque seja um sistema ruim ou injusto, pelo contrário, o único problema é quem o gere.
Ex: Multinacional que paga PL no fim do ano, essa PL é considerável para o trabalhador mas irrisória perto do lucro absurdo dessa mesma multi, enquanto outra Multi nem PL paga. Sempre será uma questão de gestão...
Concordo com a reforma moral, que é, pra mim, inerente a educação, que, para mim, é inerente a uma das atribuições do governo: "educação". Novamente, os políticos devem ser a solução, uma renovação política é o que o nosso país precisa, nessas eleições de 2018, que toda essa corja, que figuram no governo a décadas seja excluída do cenário político.

LULA, AÉCIO, TEMER, SARNEY, COLLOR... TODOS DEVEM SER CONDENADOS E PRESOS.

P.S.: Voto impresso!

Não desisto nunca não por ser brasileiro, mas por acreditar na benevolência do ser humano.

quinta-feira, 29 de março de 2018

Bodas de saudade - Alessandro Brito

Em homenagem ao querido amigo e professor da vida João Bosco de Medeiros


Eu que já fui agora não vou mais
Em Olinda e recife ver seus famosos carnavais
Tudo que resta agora
É somente me lembrar

O galo da madrugada
E sua grande tradição
Que outrora foi o bloco
De sua predileção

O homem da meia noite
Marcando zero hora
Que passou como você
Nem disse adeus e foi simbora

No frevo de bloco
Que você tanto adorou
Violões, bandolins e violinos
Ainda falam de amor

A bela e formosa Olinda
Que você me apresentou
Hoje da sua beleza
Resta somente saudade e dor

Nesse carnaval meu velho amigo
Não vou sorrir eu vou chorar
No bloco da saudade
Querendo te encontrar.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Fábula - O que uma mulher deseja?

O jovem Rei Arthur foi surpreendido pelo monarca do reino vizinho enquanto caçava furtivamente em um bosque. O Rei poderia tê-lo matado no ato, pois tal era o castigo para quem violasse as leis da propriedade, contudo se comoveu ante a juventude e a simpatia de Arthur e lhe ofereceu a liberdade, desde que no prazo de um ano trouxesse a resposta a uma pergunta difícil. A pergunta era: O que realmente as mulheres querem?.

Semelhante pergunta deixaria perplexo até ao homem mais sábio, e ao jovem Arthur lhe pareceu impossível de respondê-la. Contudo aquilo era melhor do que a morte, de modo que regressou a seu reino e começou a interrogar as pessoas. À princesa, à rainha, às prostitutas, aos monges aos sábios, ao palhaço da corte, em suma, a todos e ninguém soube dar uma resposta convincente.

Porém todos o aconselharam a consultar a velha bruxa, porque somente ela saberia a resposta. O preço seria alto, já que a velha bruxa era famosa em todo o reino pelo exorbitante preço cobrado pelos seus serviços.

Chegou o último dia do ano acordado e Arthur não teve mais remédio se não recorrer a feiticeira. Ela aceitou dar-lhe uma resposta satisfatória, com uma condição, primeiro aceitaria o preço. Ela queria casar-se com Gawain, o cavaleiro mais nobre da mesa redonda e o mais intimo amigo do Rei Arthur!

O jovem Arthur a olhou horrorizado: era feiíssima, tinha um só dente, desprendia um fedor que causava náuseas até a um cachorro, fazia ruídos obscenos,...nunca havia topado com uma criatura tão repugnante. Se acovardou diante da perspectiva de pedir a um amigo de toda a sua vida para assumir essa carga terrível. Não obstante, ao inteirar-se do pacto proposto, Gawain afirmou que não era um sacrifício excessivo em troca da vida de seu melhor amigo e a preservação da Mesa Redonda.

Anunciadas as bodas, a velha bruxa, com sua sabedoria infernal, disse: O que realmente as mulheres querem é:

Serem soberanas de suas próprias vidas!

Todos souberam no mesmo instante que a feiticeira havia dito uma grande verdade e que o jovem Rei Arthur estaria salvo.

Assim foi a ouvir a resposta, o monarca vizinho lhe devolveu a liberdade. Porém, que bodas tristes foram aquelas... Toda a corte assistiu e ninguém se sentiu mais desgarrado entre o alivio e a angústia, que o próprio Arthur. Gawain, se mostrou cortes, gentil e respeitoso. A velha bruxa usou de seus piores hábitos, comeu sem usar talheres, emitiu ruídos e um mau cheiro espantoso.

Chegou a noite de núpcias. Quando Gawain, já preparado para ir para a cama aguardava sua esposa...Ela apareceu como a mais linda e charmosa mulher que um homem poderia imaginar! Gawain ficou estupefato e lhe perguntou o que havia acontecido. A jovem lhe respondeu com um sorriso doce, que como havia sido cortês com ela, a metade do tempo se apresentaria com aspecto horrível e a outra metade com aspecto de uma linda donzela.

Então ela lhe perguntou. Qual ele preferiria para o dia e qual para a noite? Que pergunta cruel... Gawain se apressou em fazer cálculos... Poderia ter uma jovem adorável durante o dia para exibir a seus amigos e a noite na privacidade de seu quarto uma bruxa espantosa ou quem sabe ter de dia uma bruxa e a uma jovem linda nos momentos íntimos de sua vida conjugal.

O nobre Gawain respondeu que a deixaria escolher por si mesma. Ao ouvir a resposta ela anunciou que seria uma linda jovem de dia e de noite, porque ele a havia respeitado e permitido ser dona de sua vida.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

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