sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Adan (11/01/2017) - Alessandro Brito

“O mundo passa por mim todos os dias enquanto eu passo pelo mundo uma vez” sábia reflexão mestre Alvaiade.
E mais um amigo despertou do sonho da vida, “cumpriu sua sentença, encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo que é vivo, morre.”
E por mais que seja essa a única verdade absoluta, durante a vida quase não nos ensinam a respeito de como se sentir quando ela bate à porta do nosso vizinho, seja ele irmão ou não.
E mais um irmão meu despertou, me sinto sem chão! Eu respeito a morte, não uma questão de teme-la, mas uma questão de viver. Me pergunto: Como foi a vida de quem acaba de despertar? Como eu tenho vivido? E os meus como estão vivendo? Por essas respostas eu temo.
Adan, querido amigo, foram lindos os momentos que dividimos, será sempre uma doce recordação para esse amigo que por aqui vai ficando. Doce porque sua natureza era de uma beleza ímpar dono de uma energia extremamente positiva, guardarei com todo carinho em minha memória a lembrança de seu olhar encantador, não pela cor dos seus olhos, mas pela vivacidade que golpeava a qualquer um que não entendesse sobre como viver com liberdade. E sobre ela você me ensinou muito. Agradeço imensamente por ter sido esse exemplo, e tenho certeza que pra muitos dos nossos você deixou a mesma marca.
Suas escolhas eram de fato suas e não para agradar o alheio. Viver dessa forma é quase um crime perante o julgo da sociedade ou um fracasso se não seguir o fluxo da alienação e da infelicidade. Que orgulho tenho de você que será sempre um menino e eterno irmão mais novo a quem eu dizia um mundo de coisas achando que poderia te ensinar algo, que tolo fui eu, contigo é que eu aprendia.
Aquele jeito Magreloo que sonhava alto, que ria eloquentemente sempre com um ar inocente, me lembro das suas queixas e dos seus planos, você foi fundo mesmo, não hesitou! Era espantosa sua gana de conhecimento, me lembro, obviamente, do início do grafite, CS e das suas viagens... Sua vida foi digna irmão meu, honrou seus ideias e foi exemplo praqueles que como eu, sonham. Fazer o que se quer, como se quer e na hora que se quer é e sempre será para poucos na humanidade, apenas pros raros. Espero em breve te reencontrar para terminarmos aquela ideia que ficou pela metade no trólebus daquela tarde calma de domingo.
Te amo.
Sandrinho.


HUMAN Extended version VOL.1

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