sexta-feira, 17 de julho de 2015

10 anos - Alessandro Brito

Hoje fecha-se o ciclo de uma vida, a sua,
longe dos meus olhos.

Rebusquei em meus guardados, me dei conta,
não temos fotografias!

Talvez procurando consolo, também me dei conta,
que na memória ela são infindas.

Uma vida depois, são tantas mudanças...
Dela lhe dedico todas as vitórias.

Hoje radicado em sua terra, que ironia,
Por onde tem andando que não me faz companhia?

Tua ausência ainda é tão sentida, sei que é "rumo certo"
Mas tão sofrível pra quem fica.

Hoje sou só metade, a outra se foi,
com a sua partida.

A metade que ficou, só tem perguntas,
sem respostas.

Restou inteira apenas esperança, que dizem,
ser a última que morre.














sexta-feira, 3 de julho de 2015

Família - Alessandro Brito

Um homem que não se dedica a família não é um homem de verdade! Dom Corleone.

Quando eu era criança, sonhava aos 30 anos ter minha casa, meu carro e uma profissão, e já pensava em como seria a família que eu constituiria.
Meu pai é um homem esforçado, integro e de caráter, um homem forte! Minha mãe, foi exceção a regra.
Minha infância foi muito diferente da infância "padrão" dos meus amigos. Minha família foi um desastre, sem alternativas, fiz dos meus amigos minha família.

E com "a perna no mundo" conheci muitas histórias, e ficou claro que estruturas (familiares)  são mais uma das farsas da nossa sociedade, é incrível como somos manipulados e como nos deixamos enganar... A verdade chega ser um clichê, mas não existe garantias nessa vida, a não ser a morte.

Aos 32 consigo definir muitas fases da minha vida, consigo acreditar nos valores que eu forjei hora senso comun hora filosofias própria, e chego a conclusão que não constitui família por medo e omissão.
Sempre tive companheiras incríveis, não há do que possa reclamar, sempre tive exemplos incríveis, bons e ruins, mas nuca tive coragem, de tentar, de arriscar...

O sofrimento é singular assim como a felicidade, talvez eu tenha apendido a lidar com minhas dores, mas elas são minhas, quando choro ou sofro, sou eu em meu infinito particular, não tenho outra responsabilidade se não comigo.

Ter um filho é aceitar ter o coração em outro corpo... é ser exemplo... Talvez eu aceitasse ter coração fora do meu peito, mas a verdade é que nunca fui exemplo... A vida (sociedade) impõe certas regras que não podem ser burladas quando se tem dependentes...

Alegria e tristeza, riso e choro, castigo e perdão, fartura e escassez o bem e mal... São todos bem vindos dentro de mim, mas na minha mochila já existe alguma bagagem, que infelizmente não posso colocar nas costa de outrem. Como cuidar de outro, se mal cuido de mim?

Os ano estão passando... o mundo modificando... o desejo vai aumentando... as lições vão somando-se... Talvez um dia...

Into the wild (Na natureza selvagem) a película que deu-me novo gás para seguir, é bom saber que não estamos só...
Guaranteed - Eddie Vedder 

De joelhos dobrados não é maneira de ser livre
Levantando um copo vazio eu pergunto silenciosamente
Que se todos meus destinos aceitarão aquele que eu sou
Para que eu possa respirar

Círculos crescem e engolem pessoas inteiras
Metade das suas vidas eles dizem boa noite para esposas que nunca conhecerão
Tenho uma mente cheia de perguntas e um professor em minha alma
E assim vai

Não chegue tão perto ou eu terei que partir
Segurando-me como a gravidade os lugares que me puxam
Se alguma vez houvesse alguém pra me manter em casa
Seria você

Todos que eu encontro, em gaiolas que compraram
Eles pensam sobre mim e meus devaneios, mas eu nunca sou o que eles pensam
Tenho minha indignação, mas sou puro em todos meus pensamentos
Eu estou vivo

Vento em meus cabelos, me sinto parte de todo lugar
Debaixo do meu ser está uma estrada que desapareceu
Tarde da noite eu ouço as árvores, elas estão cantando com os mortos
Lá no alto

Deixe comigo enquanto eu encontro um jeito de ser
Considere-me um satélite, sempre orbitando
E conheci todas as regras, mas elas não me conheceram
Garantido.


Marcadores