domingo, 28 de abril de 2013

Na Boca Da Noite - TOQUINHO

Cheguei na boca da noite, parti de madrugada 
Eu não disse que ficava nem você perguntou nada 
Na hora que eu ia indo, dormia tão descansada, 
Respiração tão macia, morena nem parecia 
Que a fronha estava molhada 
Vi um rosto na janela, parei na beira da estrada 
Cheguei na boca da noite, saí de madrugada 
Gente da nossa estampa não pede juras nem faz, 
Ama e passa, e não demonstra sua guerra, sua paz 
Quando o galo me chamou, eu parti sem olhar pra trás 
Porque, morena, eu sabia, se olhasse, não conseguia 
Sair dali nunca mais 
O vento vai pra onde quer, a água corre pro mar 
Nuvem alta em mão de vento é o jeito da água voltar 
Morena, se acaso um dia tempestade te apanhar 
Não foge da ventania, da chuva que rodopia, 
Sou eu mesmo a te abraçar


Jacques Brel - Dulcinea


sábado, 27 de abril de 2013

Cordel - Juiz Arretado


O juiz Ronaldo Tovani, 31 anos, substituto da comarca de Varginha,ex-promotor de justiça, concedeu liberdade provisória a um sujeito preso em flagrante por ter furtado duas galinhas e ter perguntado ao delegado: desde quando furto é crime neste Brasil de bandidos?' O magistrado lavrou então sua sentença em versos:

*No dia cinco de outubro*
*Do ano ainda fluente*
*Em Carmo da Cachoeira*
*Terra de boa gente*
*Ocorreu um fato inédito*
*Que me deixou descontente.*

*O jovem Alceu da Costa*
*Conhecido por 'Rolinha'*
*Aproveitando a madrugada*
*Resolveu sair da linha*
*Subtraindo de outrem*
*Duas saborosas galinhas.*

*Apanhando um saco plástico*
*Que ali mesmo encontrou*
*O agente muito esperto*
*Escondeu o que furtou*
*Deixando o local do crime*
*Da maneira como entrou.*

*O senhor Gabriel Osório*
*Homem de muito tato*
*Notando que havia sido*
*A vítima do grave ato*
*Procurou a autoridade*
*Para relatar-lhe o fato.*

*Ante a notícia do crime*
*A polícia diligente*
*Tomou as dores de Osório*
*E formou seu contingente*
*Um cabo e dois soldados*
*E quem sabe até um tenente.*

*Assim é que o aparato*
*Da Polícia Militar*
*Atendendo a ordem expressa*
*Do Delegado titular*
*Não pensou em outra coisa*
*Senão em capturar.*

*E depois de algum trabalho*
*O larápio foi encontrado*
*Num bar foi capturado*
*Não esboçou reação*
*Sendo conduzido então*
*À frente do Delegado.*
*Perguntado pelo furto*
*Que havia cometido*
*Respondeu Alceu da Costa*
*Bastante extrovertido*
*Desde quando furto é crime*
*Neste Brasil de bandidos?*

*Ante tão forte argumento*
*Calou-se o delegado*
*Mas por dever do seu cargo*
*O flagrante foi lavrado*
*Recolhendo à cadeia*
*Aquele pobre coitado.**
*
*E hoje passado um mês*
*De ocorrida a prisão*
*Chega-me às mãos o inquérito*
*Que me parte o coração*
*Solto ou deixo preso*
*Esse mísero ladrão?*

*Soltá-lo é decisão*
*Que a nossa lei refuta*
*Pois todos sabem que a lei*
*É prá pobre, preto e puta...*
*Por isso peço a Deus*
*Que norteie minha conduta.*

*É muito justa a lição*
*Do pai destas Alterosas.*
*Não deve ficar na prisão*
*Quem furtou duas penosas,*
*Se lá também não estão presos*
*Pessoas bem mais charmosas.*

*Afinal não é tão grave*
*Aquilo que Alceu fez*
*Pois nunca foi do governo*
*Nem seqüestrou o Martinez*
*E muito menos do gás*
*Participou alguma vez.*

*Desta forma é que concedo*
*A esse homem da simplória*
*Com base no CPP*
*Liberdade provisória*
*Para que volte para casa*
*E passe a viver na glória.*

*Se virar homem honesto*
*E sair dessa sua trilha*
*Permaneça em Cachoeira*
*Ao lado de sua família*
*Devendo, se ao contrário,*
*Mudar-se para Brasília.*

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Frase - Charles Bukowski

"Caminhei por um beco de volta à pensão, com passos que ecoavam como se alguém me seguisse. Olhei para trás e não havia ninguém; era apenas a solidão que me acompanhava."

terça-feira, 23 de abril de 2013

Protesto do Olodum (Filme:Ó pai ó)


renan, família magalhães, família sarney, collor, família temmer e entre outros coronéis, são eleitos porque vocês os colocaram lá...
A música é bela, mas existe também o outro lado da moeda! ;)


sexta-feira, 19 de abril de 2013

Ninguém é superior a ninguém


Certo dia, uma mulher avistou um mendigo, sentado em uma calçada nas ruas de São Paulo... 
Aproximou - se dele, e como o pobre coitado, já estava acostumado a ser chacoteado por todos, a ignorou... 
Um policial , observando a cena , aproximou - se : 
_ Ele está te incomodando senhora? 
Ela respondeu: 
_ De modo algum, - eu é que estou tentando levá - lo até aquele restaurante, pois vejo que está com fome e até sem forças para se levantar. O senhor me ajuda senhor policial, a levá - lo até o restaurante? 
Rapidamente, o policial a ajudou, e o pobre homem, mesmo assim, não querendo ir , pois , não acreditava que isso estava acontecendo :
Chegando , ao restaurante , o garçom , que foi a tendê - los, disse sem pestanejar : 
_ Me desculpe Senhora , mas ele não pode ficar aqui ... Vai afastar os meus clientes!!! 
A mulher abaixou e levantou os olhos e disse:
_ Sabe aquela enorme empresa ali na frente _ apontou com o dedo _
Três vezes por semana, os diretores de lá juntamente com clientes, vem fazer reuniões nesse restaurante, e sei que o dinheiro que deixam aqui , é o que mantém esse restaurante . Pois é, eu sou a proprietária daquela empresa. Posso fazer a refeição aqui, com o meu amigo... Ou não?
O garçom fez um gesto positivo com a cabeça, o policial que estava de longe observando ficou boquiaberto, e o pobre homem, deixou cair nesse momento, uma lágrima de seus sofridos olhos. 
Qdo o garçom, se afastou, o homem perguntou: 
_ Obrigado Senhora, mas não entendo esse gesto de bondade. 
Ela segurou em suas mãos , e disse : 
_ Não se lembra de mim , João ? 
_ Me parece familiar -respondeu- mas não me lembro de onde.
Ela, com lágrimas nos olhos, disse:
_ HÁ algum tempo atrás, eu recém formada, vim para São Paulo... Sem nenhum dinheiro no bolso... Estava com muita fome... Sentei-me naquela praça, aqui em frente, por que tinha uma entrevista de emprego naquela empresa, onde hj é minha. Qdo , se aproximou de mim , um homem , com um olhar generoso . Lembra-se agora João?
Ele, em lágrimas, afirmou que sim.
_ Na época , o senhor trabalhava aqui . Naquele dia, fiz a melhor refeição da minha vida, pois estava com muita fome, e até sem forças. Toda hora, eu olhava para o senhor, pois estava com medo de prejudicá - lo , pois estava ali comendo de graça . Foi quando ví , o senhor tirando dinheiro do seu bolso e colocando no caixa do restaurante . Fiquei mais aliviada. E sabia que um dia poderia retribuir. Alimentei-me, fui com mais forças para a minha entrevista. Na época, a empresa ainda era pequena... Passei na entrevista , me especializei , ganhei muito dinheiro, acabei comprando algumas ações da empresa, e com o passar do tempo, consegui virar a proprietária, e fazer a empresa ser o que ela é hoje. 
Procurei pelo senhor, mas nunca o encontrei... Até que hj , o vi nessa situação . Hoje, o senhor não dorme mais na rua... Vai comigo para a minha casa... Amanhã, compraremos roupas novas, e o senhor vai vir trabalhar comigo... 
Se abraçaram, chorando.
O policial, o garçom e os demais, que viam essa cena, se emocionaram diante da grande lição de vida, que tinham acabado de presenciar!!! 


quinta-feira, 18 de abril de 2013

Lágrimas - Orlando Silva

Ai, deixa-me chorar para suavizar
O que não sei dizer, mas sei sentir
Não prantear um amor que se perdeu
É a nossa alma enganar
E ao próprio coração querer mentir 
Rir é quase iludir
É querer forçar o próprio coração a gargalhar
Quando ele está solitário na dor
A soluçar de amor
É mais sublime a lágrima Que exprime as nossas emoções
Amenizando a alma cheia de ilusões
Do que sorrir para esconder a mágoa
Que o olhar não diz
Não há ninguém feliz
Quero fazer das lágrimas que choro

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Livro -De Alma para Alma - Huberto Rohden


"Prepara-te para a vida!"

Disseste-me, alma amiga, que a grande tarefa da sua vida era preprara-te para a morte.
Que só desejavas uma boa morte, e nada mais.
Se pensaste as direitas, falaste as avessas.

Tu, que tem saúde, inteligência, preparo,
Tu, que vives a primavera da vida,
Tu, que entras no mundo de braços abertos,
Tu, que inicias a grande viagem,

Não deves falar em preparar-te para a morte, prepara-te para a vida!

Não sabes que a morte é o corolário da vida?
Ignoras que morrer, é o eco do viver?
Como podia ser má a tua morte se boa foi tua vida?
Receias a morte tal qual negro fantasma?
Porque hesitaria a fruta madura em desprender-se da haste?
Porque se despenderia com dor o que amadureceu com amor?
Não te prepares para desapegar-te da árvore...

Vive como deves, e será espontâneo e natural o teu desapego...
Não morras antes de viver, não faças o segundo antes do primeiro!
Não faças a causa depender do efeito!
Não penses no sono noturno, antes de entregar-te aos labores diurnos!
Não chores ao acaso, antes do sorriso da aurora!

Enche de grandes tesouros a barquinha da tua vida, e entra contente nas águas do porto!
Semeia mãos cheias de áureos cereais, e recolhe farta messe de fruto maduro!
Carrega de flores a primavera da vida, para que de frutos te carregue o outono da morte!
Prepara-te para a morte, enriquecendo tua vida!

A morte não faz o que a vida não fez, colhe-te como és.
A morte não retoca tua alma, revela apenas o que a vida fotografou.
Sombras e luzes, boas e más perspectivas,...
Revela ás claras o que ás escuras diziam imagens latentes...
Eternamente serás o que em tempo a vida te fez...

Prepara-te, pois, para a vida, e a morte dirá o que foi tua vida...
Fazes da vida uma sementeira do bem, e será a morte uma colheita de felicidade...
Liberta o espiríto das algemas do ego, e a morte te levará ao seio de Deus.
A vida eterna...
Ao amor imortal...


quinta-feira, 11 de abril de 2013

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Meu mestre, minha vida!

Putsss ainda bem que vc sabe que está dando um trabalho DAAANNNAAADDDOOO!!!!!
O que eu puder fazer por voce sempre farei , independente das consequencias ou do trabalho que dará!!

domingo, 7 de abril de 2013

Jose Saramago - Caverna de Platão e as imagens


Nos estamos no mundo, que chamamos de mundo áudio visual. Nos estamos a repetir a situação das pessoas aprisionadas ou atadas, "na caverna" do Platão.
Olhando em frente, vendo sombras, e acreditando que estas sombras são realidade.
Foi preciso passar todos estes séculos para que a caverna do Platão aparecesse finalmente no momento da historia da humanidade, que é hoje, e vai ser muito mais. 

Jose Saramago


Bem, nos vemos muitas coisas fora do contexto. A maioria das imagens que vemos estão fora do contexto, a maioria das imagens que nos vemos não nos tenta falar algo, elas tentam nos vender algo, e nas maiorias das coisas que vemos nas revistas, tv's,  tentam nos vender algo.  Mas a maior necessidade humana é que algo nos diga algo.
É que nem um criança quando vai dormir e quer ouvir uma historia,  não porque ela se preocupa com a historia porque o desenvolvimento da historia cria segurança e conforto...  E... penso que mesmo quando crescemos, continuamos gostando da segurança,  do conforto que vem de qualquer historia, seja ela a historia que for. A estrutura da historia cria um significado, e a maioria das coisas em nossas vidas  acontecem sem muito sentido, então todos temos desejo pelo significado.
Acho que e o mesmo com todas as outras coisas que temos demais, acho que temos muito de muitas coisas hoje em dia, mas a única coisa que não temos demais é o tempo.
Muito de nos, temos muito de todas as coisas,  e ter muito de todas as coisas é não ter nada. E esse excesso de imagens hoje em dia mostra que  basicamente somos incapazes  de prestar atenção. Basicamente somos incapazes de sermos tocados pelas imagens, e as historias devem ser extraordinárias para nos tocar porque, hoje,  as imagens simples nos não queremos mais vê-las.
(Trechos filme - Janela da Alma)

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Amor Mais Que Discreto - Caetano Veloso



Talvez haja entre nós o mais total interdito
Mas você é bonito o bastante
Complexo o bastante
Bom o bastante
Pra tornar-se ao menos por um instante
O amante do amante
Que antes de te conhecer
Eu não cheguei a ser
Eu sou um velho
Mas somos dois meninos
Nossos destinos são mutuamente interessantes
Um instante, alguns instantes
O grande espelho
E aí a minha vida ia fazer mais sentido
E a sua talvez mais que a minha,
Talvez bem mais que a minha
Os livros, filmes, filhos ganhariam colorido
Se um dia afinal
eu chegasse a ver que você vinha
E isso é tanto que pinta no meu canto
Mas pode dispensar a fantasia
O sonho em branco e preto
Amor mais que discreto
Que é já uma alegria
Até mesmo sem ter o seu passado, seu tempo
O seu agora, seu antes, seu depois
Sem ser remotamente
Se quer imaginado
Se quer imaginado
Se quer
Por qualquer de nós dois.

Leila Pinheiro - Verde


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