quinta-feira, 21 de junho de 2012

Raimundo Nonato - Casinha Branca

Raimundo Nonato - Casinha Branca
O LULA MAIS QUE QUALQUER UM, SABE O QUANTO O POVO É MANIPULADO, BITOLADO... E CERTAMENTE ENTENDE QUE EM NOSSO PAÍS EXISTE APENAS DOIS PROBLEMAS GRAVES:

1 -  "IMPUNIDADE"
NÃO ESXISTE EM NOSSO PAÍS, NENHUMPRESO POR CORRUPÇÃO...

2- "AMNÉSIA"

  2.1 EIS QUE DEPOIS DE ALGUM TEMPO, ATÉ O COLLOR (QUE CONGELOU O DINHEIRO DE NOSSOS PAIS E AVÓS E DEIXOU TODO MUNDO A BEIRA DO SUICÍDIO) VOLTOU PARA O SENADO...
 
   2.2 MALUF DISSE QUE SE O PITTA NÃO FOSSE UM BOM PREFEITO, NUNC AMAIS DEVERIAMOS VOTAR NELE, EIS QUE O MESMO TAMBÉM FOI RELEITO NA ÚLTIMA ELEIÇÃO...

A CONTA É SIMPLES, TENHO POPULARIDADE, ACHO QUE SOU DONO DO PAÍS (EMBORA NEM COMO PRESIDENTE NUNCA TENHA SIDO) A ESQUERDA VAI MALHAR ESSA ALIANÇA... MAS LOGO COLOCAREMOS A COPA DO MUNDO EM ENVIDÊNCIA OU ABRIREMOS MAIS UM ESCÂNDALO NO SENADO PARA DESVIAR O FOCO...
VEM AS ELEIÇÕES, EU COM MEU POVO, O MALUF COM O DELE, PRONTO. CAMPEÃO NOVAMENTE!

SIMPLES ASSIM AO MEU VER... E ISSO ME ENTRISTECE LOUCAMENTE... SOZINHO NADA POSSO FAZER... MAS MEU VOTO JAMAIS DAREI PARA QUALQUER FDP DESSES! SE O RESTANTE DA POPULAÇÃO QUER CONTINUAR COM: SARNEY, TEMER, TUMA... NADA POSSO FAZER, A NÃO SER, MANDAR SE FUDER QUANDO VIEREM RECLAMAR DO SETOR PÚBLICO, E DAS SUAS OBRIGAÇÕES NÃO CUMPRIDAS!

ERUNDINA, QUERIDA... AIDNA NÃO TENHOS PALAVRAS PRA CUMPRIMENTÁ-LA!

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Mensagem à poesia - Vinícius de Moraes


Não posso
Não é possível
Digam-lhe que é totalmente impossível
Agora não pode ser
É impossível
Não posso.
Digam-lhe que estou tristíssimo, mas não posso ir esta noite ao seu encontro.

Contem-lhe que há milhões de corpos a enterrar
Muitas cidades a reerguer, muita pobreza pelo mundo.
Contem-lhe que há uma criança chorando em alguma parte do mundo
E as mulheres estão ficando loucas, e há legiões delas carpindo
A saudade de seus homens; contem-lhe que há um vácuo
Nos olhos dos párias, e sua magreza é extrema; contem-lhe
Que a vergonha, a desonra, o suicídio rondam os lares, e é preciso
reconquistar a vida
Façam-lhe ver que é preciso eu estar alerta, voltado para todos os caminhos
Pronto a socorrer, a amar, a mentir, a morrer se for preciso.
Ponderem-lhe, com cuidado – não a magoem... – que se não vou
Não é porque não queira: ela sabe; é porque há um herói num cárcere
Há um lavrador que foi agredido, há um poça de sangue numa praça.
Contem-lhe, bem em segredo, que eu devo estar prestes, que meus
Ombros não se devem curvar, que meus olhos não se devem
Deixar intimidar, que eu levo nas costas a desgraça dos homens
E não é o momento de parar agora; digam-lhe, no entanto
Que sofro muito, mas não posso mostrar meu sofrimento
Aos homens perplexos; digam-lhe que me foi dada
A terrível participação, e que possivelmente
Deverei enganar, fingir, falar com palavras alheias
Porque sei que há, longínqua, a claridade de uma aurora.
Se ela não compreender, oh procurem convencê-la
Desse invencível dever que é o meu; mas digam-lhe
Que, no fundo, tudo o que estou dando é dela, e que me
Dói ter de despojá-la assim, neste poema; que por outro lado
Não devo usá-la em seu mistério: a hora é de esclarecimento
Nem debruçar-me sobre mim quando a meu lado
Há fome e mentira; e um pranto de criança sozinha numa estrada
Junto a um cadáver de mãe: digam-lhe que há
Um náufrago no meio do oceano, um tirano no poder, um homem
Arrependido; digam-lhe que há uma casa vazia
Com um relógio batendo horas; digam-lhe que há um grande
Aumento de abismos na terra, há súplicas, há vociferações
Há fantasmas que me visitam de noite
E que me cumpre receber, contem a ela da minha certeza
No amanhã
Que sinto um sorriso no rosto invisível da noite
Vivo em tensão ante a expectativa do milagre; por isso
Peçam-lhe que tenha paciência, que não me chame agora
Com a sua voz de sombra; que não me faça sentir covarde
De ter de abandoná-la neste instante, em sua imensurável
Solidão, peçam-lhe, oh peçam-lhe que se cale
Por um momento, que não me chame
Porque não posso ir
Não posso ir
Não posso.

Mas não a traí. Em meu coração
Vive a sua imagem pertencida, e nada direi que possa
Envergonhá-la. A minha ausência.
É também um sortilégio
Do seu amor por mim. Vivo do desejo de revê-la
Num mundo em paz. Minha paixão de homem
Resta comigo; minha solidão resta comigo; minha
Loucura resta comigo. Talvez eu deva
Morrer sem vê-Ia mais, sem sentir mais
O gosto de suas lágrimas, olhá-la correr
Livre e nua nas praias e nos céus
E nas ruas da minha insônia. Digam-lhe que é esse
O meu martírio; que às vezes
Pesa-me sobre a cabeça o tampo da eternidade e as poderosas
Forças da tragédia abastecem-se sobre mim, e me impelem para a treva
Mas que eu devo resistir, que é preciso...
Mas que a amo com toda a pureza da minha passada adolescência
Com toda a violência das antigas horas de contemplação extática
Num amor cheio de renúncia. Oh, peçam a ela
Que me perdoe, ao seu triste e inconstante amigo
A quem foi dado se perder de amor pelo seu semelhante
A quem foi dado se perder de amor por uma pequena casa
Por um jardim de frente, por uma menininha de vermelho
A quem foi dado se perder de amor pelo direito
De todos terem um pequena casa, um jardim de frente
E uma menininha de vermelho; e se perdendo
Ser-lhe doce perder-se...
Por isso convençam a ela, expliquem-lhe que é terrível
Peçam-lhe de joelhos que não me esqueça, que me ame
Que me espere, porque sou seu, apenas seu; mas que agora
É mais forte do que eu, não posso ir
Não é possível
Me é totalmente impossível
Não pode ser não
É impossível
Não posso.


Vinicius de Moraes, o verdadeiro poeta brasileiro, tenta resistir à poesia. O poema acima foi extraído do livro "Antologia Poética", Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1960, pág. 160.

Revelação. - Paulo César Pinheiro

Quando o sol nasce eu já vibro, e antes que o dia desponte,
num ponto de luz me equilibro sobre o cordão do horizonte,
subo na crina do vento, salto no alto do monte.
Tudo que é verso que invento, vem como a água da fonte,
Desce de mim como um rio, passa por baixo da ponte,
do coração que vazio fica esperando defronte.
O verso que escrevo sai limpo, pedra de brilho bonito,
que paciente eu garimpo no coração do infinito.
Verso de luz, verso ameno, verso de dor, verso aflito,
escrito alguns com sereno, com sangue os outros escritos,
uns como a pluma da ave, outros tal como o granito,
ambos se encontram na clave, e os canto tal como os recito.
Por isso é que eu vibro na hora que o dia amanhece e o sol raia,
e vibro se o sol vai se embora, e a lua passeia na praia,
que a dama de luz elabora , com as lágrimas da samambaia,
na toalha azul, noite à fora,bordados de estrela e cambraia.
E após consolar a quem chora,e antes que a noite se esvaia,
a lua nos braços da aurora, em paz se abandona e desmaia.
E o ciclo de luz continua, debaixo da minha janela,
da dama que a noite anda nua e do cavaleiro que à vela,
e eu fascinado com o tempo, contemplo a vida na terra, que bela!
E ergo em meu peito meu templo que aceso de luz paralela,
revela-me como Deus cria: do barro, do sopro, costela.
Eu nunca compus poesia, porque sou composto por ela.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Decepção de um - Padeirinho

Desci do morro com meu samba pra cidade
E tive uma grande decepção
No meio da alta sociedade
Desfizeram da minha composição
Infelizmente quem compõem no morro
Não tem direito a gravação
(Sem razão)

Enquanto o compositor do morro
Pede socorro
E não encontra proteção
Existem os que vivem no apojeu
As custas de melodias de autores como eu

Frase - Alessandro Brito

EU não tenho o menor pudor em jogar pro alto tudo que tenho e começar tudo outra vez... desde que eu acredite que aquele seja o meu caminho, hei de recomeçar! 

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Ain't Got No, I Got Life - Nina Simone


Eu Não Tenho/ Eu Tenho a Vida

Não tenho casa, não tenho sapatos
Não tenho dinheiro, não tenho classe
Não tenho amigos, não tenho escolaridade
Não tenho trabalho, não tenho trabalho
Não tenho dinheiro, nem lugar para ficar

Não tenho pai, não tenho mãe
Não tenho filhos
Não tenho irmãs ou irmãos
Não tenho terra, não tenho fé
Não tenho igreja, não tenho Deus
Não tenho amor

Não tenho por que, sem cigarros
Sem roupas, sem país
Sem classe, sem escolaridade
Sem amigos, sem nada
Não tenho Deus

Não tenho terra, nem água
Nem comida, nem casa
Eu disse que não tenho nenhuma roupa, nem emprego
Não, nada
Não tenho ...
E eu não tenho amor

Oh, mas o que eu tenho?
Oh, o que eu tenho?
Deixe-me dizer o que eu tenho
E ninguém vai tirar
A menos que eu queira

Tenho meu cabelo, na minha cabeça
Meu cérebro, meus ouvidos
Meus olhos, meu nariz
E a minha boca, tenho meu sorriso

Minha língua, meu queixo
Meu pescoço, meus seios
Meu coração, minha alma
E minhas costas
Tenho meu sexo

Tenho meus braços, minhas mãos
Meus dedos, minhas pernas
Meus pés, dedos dos pés
E o meu fígado
Tenho o meu sangue

Eu tenho vida, eu tenho vidas
Eu tenho dores de cabeça e dores de dente,
E momentos ruins como você

Tenho meu cabelo, minha cabeça
Meu cérebro, meus ouvidos
Meus olhos, meu nariz e minha boca
Eu tenho o meu sorriso e é o meu sorriso

Eu tenho a minha língua, meu queixo
Meu pescoço e meus peitos
Meu coração, minha alma
E minhas costas
Tenho meu sexo

Tenho meus braços, minhas mãos
Meus dedos, minhas pernas
Meus pés, dedos dos pés
Tenho meu fígado
Tenho o meu sangue

Eu tenho vida, eu tenho meus pés
Eu tenho a vida

Viver - Alessandro Brito

Enquanto a cabeça fervilha em meio a decisões e mais decisões, o coração novamente serenou... Serenou porque, mais do que saber, ele aprendeu que nada durará para sempre...
Então, doar-se (diferente de entregar-se) virou quase um dever...  Um dia após outro dia, e se hoje for bom, tentaremos amanhã novamene, e se permanecer bom, seguiremos... e hoje essa é toda a sua preocupação!
Mas e os medos, que tanto nos bloqueiam e nos amedrontam, simplesmente finjo que não existem?
Não, claro que não, apenas devo perceber que todos os medos somados são muito menos prazerosos do que os prazeres do se permitir viver.  E viver consiste em arricar-se, aventurar-se... Sentar e conversar por horas seguidas, sem nem ao menos saber quem seja realmente a outra pessoa... Esperar serenamente uma ligação, um sms, uma visita... Dançar, mesmo sem saber como, não se importando com as "críticas")... Consiste em ficar feliz, por conseguir fazer uma outra pessoa rir, e não mais que isso, pois ao menos naqueles instantes tens a certeza que ambos se permitiram.
E quando menos esperamos, heis que surge alguém propondo o mesmo, ser feliz! Ainda que involuntariamente, indiretamente ou inconscientemente. E quando isso acontece é inevitável querer que esse outro universo, venha se alinhar e compartilhar novas vivências com o seu...

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Zezé Sussuarana - Maria Bethania e Nana Caymmi



AFFFFF... QUE ISSO!!!!!!!!!!!!!!!!!

Frase - Alessandro Brito

ACHO QUE SOMENTE MORREREI DE SAUDADE... NÃO CONHEÇO NENHUM OUTRO MAL DO QUAL EU NÃO POSSA SUPORTAR.

Candeia / Waldir 59 - Primeiro samba da parceria

Candeia / Waldir 59

Foi, foi você que sem querer desviou meu caminho
Seu charme no andar, meiguice no olhar
Retrata ternura e carinho
A linha do seu corpo escutural
Seu perfume angelical, sua luminosidade
Despertou curiosidade em meu coração, meu coração

Divinal foi o momento, desse acontecimento
Agradeço ao criador
É pura realidade, intensa felicidade
E muito amor, muito amor

terça-feira, 12 de junho de 2012

Jorge Cafrune - Coplas del Payador Perseguido


Con su permiso voy a dentrar
aunque no soy convidado
pero en mi pago un asao
no es de naides y es de todos
yo voy a cantar a mi modo
después que haya churrasqueado.

Yo sé que muchos dirán
que peco de atrevimiento
si largo mi pensamiento
pal rumbo que ya elegí
Pero siempre ha sido así
galopiador contra el viento.

La sangre tiene razones
que hacen engordar las venas
Penas sobre pena y penas
hacen que uno pegue el grito
La arena es un puñadito,
pero hay montañas de arena.

No se si mi canto es lindo
o si saldrá medio triste
nunca fui zorzal ni existe
plumaje más ordinario
yo soy pájaro corsario
que no conoce el alpiste.

Vuelo porque no me arrastro
que el arrastrarse es la ruina
anido en árbol de espina
lo mesmo que en cordillera
sin escuchar las zonceras
del que vuela a lo gallina.

No me arrimo así nomás
a los jardines floridos
sin querer vivo advertido
pa' no pisar el palito
hay pájaros que solitos
se entrampan por presumidos.

Aunque mucho he traqueteado
no me engrilla la prudencia
es una falsa experiencia
vivir temblándole a todo
cada cual tiene su modo
la rebelión es mi ciencia.

Yo soy de los del montón
no soy flor de invernadero
igual que el trébol campero
crezco sin hacer barullo
me apreto contra los yuyos
y así lo aguanto al pampero.

Acostumbrado a las sierras
yo nunca me se marear
y si me siento alabar
me voy yendo despacito
pero aquel que es compadrito
paga pa' hacerse nombrar.

Si me dicen señor;
agradezco el homenaje
mas soy gaucho entre el gauchaje
y soy nadie entre los sabios
y son para mi los agravios
que le hagan al paisanaje.

La vanidad es yuyo malo
que envenena toda huerta
es preciso estar alerta
manejando el asadón
pero no falta el varón
que la riega hasta en su puerta.

El trabajo es cosa buena
es lo mejor de la vida
pero la vida es perdida
trabajando en campo ajeno
unos trabajan de trueno
y es parotros la llovida.

El estanciero presume
de gauchismo y arrogancia
el cree que es estravagancia
que su pión viva mejor
mas no sabe ese señor
que por su pión tiene estancia.

EL que tenga sus reales
hace muy bien en cuidarlos
pero si quiere aumentarlos
que a la ley no se haga el sordo
que en todo los pucheros gordos
los choclos se vuelven margos

Yo vengo de muy abajo
y muy arriba no estoy
al pobre mi canto doy
así lo paso contento
porque estoy en mi elemento
y ahí valgo por lo que soy.

Cantor que cante a los pobres
ni muerto se ha de callar
pues ande vaya a parar el canto
de ese cristiano
no ha de faltar el paisano
que lo haga resucitar

Si alguna vuelta he cantado
ante panzudos patrones
he picaneado las razones
profundas del pobrerío
yo no traiciono a los míos
por palmas ni patacones.

Si uno canta coplas de amor
de potros de domador
del cielo y las estrellas
dicen que cosa más bella
si canta que es un primor;
pero si uno como Fierro
por ahí se larga opinando
el pobre se va acercando
con las orejas alertas
y el rico bicha la puerta
y se aleja reculando

Tal vez, alguien haya rodado
tanto como rodé yo
pero le juro, créamelo
que vi tanta pobreza
que yo pensé con tristeza
Dios por aquí y no paso.

Nadie podrá señalarme
que canto por amargao
Si he pasado las que he pasado
quiero servir de alvertencia
el rodar no será cencia
pero tampoco es pecado

Amigos voy a dejarlos
está mi parte cumplida
es la forma preferida
de una milonga pampeana
canté de manera llana
ciertas cosas de la vida.

Ahora me voy no se a donde
pa mi todo rumbo es bueno
los campos con ser ajenos
los cruzo de un galopito
guarida no necesito
yo se dormir al sereno.

Y aunque me quiten la vida
o engrillen mi libertad
o aunque chamusquen quizá
mi guitarra en los fogones
han de vivir mis canciones
en el alma de los demás.
Tomado de AlbumCancionYLetra.com
No me nuembren que es pecao
y no comenten mis trinos
yo me voy con mi destino
pal lao donde sol se pierde
tal vez alguno se acuerde
que aquí canto un argentino.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Declaração de Amor - Luis Fernando Veríssimo

Tentei dizer quanto te amava, aquela vez, baixinho
mas havia um grande berreiro, um enorme burburinho
e, pensado bem, o berçário não era o melhor lugar.

Você de fraldas, uma graça, e eu pelado lado a lado,
cada um recém-chegado você em saber ouvir, eu sem saber falar.

Tentei de novo, lembro bem, na escola.

Um PS no bilhete pedindo cola interceptado pela
professora como um gavião.

Fui parar na sala da diretora e depois na rua
enquanto você, compreensivelmente, ficou na sua.

A vida é curta, longa é a paixão.
Numa festinha, ah, nossas festinhas, disse tudo:
"Eu te adoro, te venero, na tua frente fico mudo"
E você não disse nada. E você não disse nada.

Só mais tarde, de ressaca, atinei.
Cheio de amor e Cuba, me enganei e disse tudo para uma almofada.

Gravei, em vinte árvores, quarenta corações.
O teu nome, o meu, flechas e palpitações:

No mal-me-quer, bem-me-quer, dizimei jardins.

Resultado: sou persona pouco grata corrido a gritos de
"Mata! Mata!" por conservacionistas, ecólogos e afins.

Recorri, em desespero, ao gesto obsoleto:
"Se não me segurarem faço um soneto"
E não é que fiz, e até com boas rimas?
Você não leu, e nem sequer ficou sabendo.
Continuo inédito e por teu amor sofrendo
Mas fui premiado num concurso em Minas.

Comecei a escrever com pincel e piche num muro branco, o asseio que se lixe, todo o meu amor para a tua ciência.

Fui preso, aos socos, e fichado.

Dias e mais dias interrogado: era PC, PC do B ou alguma dissidência?

Te escrevi com lágrimas , sangue, suor e mel
(você devia ver o estado do papel)
uma carta longa, linda e passional.
De resposta nem uma carinha
nem um cartão, nem uma linha!
Vá se confiar no Correio Nacional.

Com uma serenata, sim, uma serenata como nos tempos da Cabocla Ingrata me declararia, respeitando a métrica.
Ardor, tenor, a calçada enluarada...
havia tudo sob a tua sacada
menos tomada pra guitarra elétrica.

Decidi, então, botar a maior banca no céu escrever com
fumaça branca: "Te amo, assinado.." e meu nome bem
legível. Já tinha avião, coragem, brevê, tudo para
impressionar você mas veio a crise, faltou o combustível.

Ontem você me emprestou seu ouvido e na discoteca, em
meio do alarido, despejei meu coração.
Falei da devoção ha anos entalada e você disse "Não
escuto banda". Disse "eu não escuto nada".
Curta é a vida, longa é a paixão.

Na velhice, num asilo, lado a lado em meio a um silêncio
abençoado direi o que sinto, meu bem.
O meu único medo é que então empinando a orelha com a mão você me responda só: "Hein?"

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Tudo nosso - Alessandro Brito

Tenho observado a noite do Grande ABC nos últimos 8 anos, inúmeras casas abrindo e fechando as portas, outras sobreviverem por temporada, até que a "moda" surge e muda todo o contexto, e elas seguem sobrevivendo, se adequando ao que o "povo quer"... E a região acabou não contemplando um lugar que seja autêntico, que tenha a cara da cidade ou de um estilo... Logo, não há uma fidelidade dos frequentadores (salvo raríssimas exceções, claro), e para um boêmio e amante de música com qualidade, a moda definitivamente não serve de evasão, resta desvendar a fascinante noite de São Paulo, com todas suas etnias, estilos, e claro seu charme inconfundível... E como é bom, saber que outros boêmios ainda vivem, seja as margens da bebida, dos amores, da saudade... mas que fazem a vida valer, e não somente sobrevivem!
Mas é aceitável que uma cidade como São Bernardo do Campo um pólo indústrial, comercial, com enorme peso na política do país, com inúmeros artistas e atletas... seja apenas mais uma coadjuvante perante a grande metrópole? Não, não falo em uma questão de competição, tolice pensar dessa forma, mas penso que muitos boêmios, amantes da noite, políticos, casais, pensadores, poetas, vagabundos, filósofos... não tem a pré disposição de sair de suas casas para enfrentar o trânsito da madruga (e quem frequenta sabe bem do que estou falando) e a longura de poder encontrar-se num ambiente que o seja aconchegante...
Me vejo obrigado citar Nelson Sargento " Nasci sem saber nada e vou morrer sem saber tudo"...
Nunca imaginei, alguém propor um lugar como o "Tudo nosso" que é um bar elegante (muito melhor, que inúmeros bares da vila madalena) com excelente comida, música ao vivo de ótima qualidade, fluindo do reggae ao Jazz, sem preconceitos, ou cepticismos, estrutura digna de qualquer nobre avenida do abc ou de sampa, decorada com caricaturas dos grandes nomes da MPB que nos remete a não esquecermos dos nossos valores culturais.
Tudo Nosso... é sem dúvida o melhor ambiente no ABC para estarmos com os que amamos, dentro do meu contexto se tornará uma espécie de ZICARTOLA, questão de tempo... Principalmente pelo fato do bar estar estrategicamente situado dentro da favela do DER (centro do miolo da cidade), quem sem dúvida continua a ser descriminada e marginalizada, por tantos quantos, que não fazem idéia de que lugar incrível é! Mas na favela aprendemos que: "Se malandro soubesse como é bom ser honesto, era honesto só por malandragem..."

Parabéns meu parceiro, desejo toda felicidade Robert Magno.

Abs

Sandrinho.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

RAUL SEIXAS EM MARILIA GABRIELA 1985 COMPLETO

Entrevista do Raul Seixas no SBT 1983


PHODA!!!!!!!!!!!

Ze Ramalho fala sobre Raul Seixas - 2 de abril de 2001 (02)



Paulo coelho escreve aqueles livrinhos...

Raul imortal...

Vida - Mestre Ambrósio

Embora a vida
não me trate com amor,
eu não me canso de viver,
não me canso de querer
ser da vida vivedor !

Mas, cada um
fia seu caminho ...

Cada qual
saiba do mal,
todo alguém
caiba no bem !

Vem,
tem quem fugindo dela
ache ela bem má ...

Sê quem siga
á vê-la bela
e com ela vá !

Agora a vida diz :
"me trate com valor,
que eu não me canso de viver,
não descanso de querer
ser a vida, vivedor !

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Príncipe...

Só pra eu não esquecer!

”Eu aprendi que O PRÍNCIPE não é aquele que te deixa apaixonada em um milésimo de segundo com suas mil e uma perfeições ou aquele mega romântico que te encanta com um zilhão de frases feitas... Um homem se torna príncipe quando trata uma mulher como princesa, que cuida e zela por seu bem estar, que enfrenta qualquer “bruxa” e qualquer “dragão” só pra não vê-la sofrer, ele é cheio de defeitos e não faz a mínima questão de escondê-los de você, mas você se apaixona mesmo assim, mas acima de tudo um príncipe não precisa de nenhuma frase feita pra dizer o quanto você significa pra ele... Ele apenas te olha e diz "Eu te amo tanto" com olhos cheios de doçura e lágrimas."

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