terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Todas as mulheres - Alessandro Brito

Todas as mulheres vem de um amor machucado... Todas as vezes tenho duas opções:
Posso ser um tremendo canalha e me valer desse momento de fragilidade e vulnerabilidade e lhe dizer tudo o que ela deseja ouvir (coisa que normalmente as "melhores" amigas fazem), e me aproveitar da situação, e por vezes fingir uma compreensão que não me pertence, um romantismo que não me pertence, uma afeto que por vezes não existe, e a lista se estende quase que infinitamente... O fato é, que, o final da história dessa opção, tem prazo de validade.
Mas posso também ser sincero comigo e tentar fazer a diferença.. Sempre esperamos que o outro faça a diferença para que possamos então nos entregar, como dito em outra ocasião, estou sempre no contra fluxo, logo, procuro eu ser a diferença. E que ironia, sempre que usamos de sinceridade, elas simplesmente se assustam. Quando quebramos as barreiras da mediocridade dos "romances perfeitos americanos" elas simplesmente recuam. E eu? O que faço?
Entendam, queremos apenas que respeitem nossa audácia,  que valorizem a coragem de nossa entrega, nós também entramos em estado de vulnerabilidade (tal qual como vocês) quando nos mostramos sem máscaras, e fazemos contando os riscos, fazemos afim de lhes mostrar que existe sim, quem possa querer ter um caminho cioso da mesma felicidade que procuras. (São raras as mulheres que também são audaciosas, e a elas, tenho toda admiração).

Hoje tenho uma nova visão da música:  "Terezinha - Chico Buarque"


O primeiro me chegou
Como quem vem do florista:
Trouxe um bicho de pelúcia,
Trouxe um broche de ametista.
Me contou suas viagens
E as vantagens que ele tinha.
Me mostrou o seu relógio;
Me chamava de rainha.
Me encontrou tão desarmada,
Que tocou meu coração,
Mas não me negava nada
E, assustada, eu disse "não".
O segundo me chegou
Como quem chega do bar:
Trouxe um litro de aguardente
Tão amarga de tragar.
Indagou o meu passado
E cheirou minha comida.
Vasculhou minha gaveta;
Me chamava de perdida.
Me encontrou tão desarmada,
Que arranhou meu coração,
Mas não me entregava nada
E, assustada, eu disse "não".
O terceiro me chegou
Como quem chega do nada:
Ele não me trouxe nada,
Também nada perguntou.
Mal sei como ele se chama,
Mas entendo o que ele quer!
Se deitou na minha cama
E me chama de mulher.
Foi chegando sorrateiro
E antes que eu dissesse não,
Se instalou feito posseiro
Dentro do meu coração.

Um comentário:

  1. Falei que voltaria pra ler antes de dormir...se valeu a pena? rsrs...sou das "audaciosas"... ; ) #perfeito

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