quinta-feira, 28 de julho de 2011

Quando sinto saudade - Alessandro Brito

Quando sinto saudade de alguém, logo do meus "pulos" para tentar amenizar esse sentimento. Hoje a maioria das pessoas possuem aparelho celular, a globalização nesse sentido foi muito favorável a nós consumidores, pois a disputa de mercado fez com que as operadoras de telefonia celular disponibilizassem vários planos a custos acessíveis, facilitando então a comunicação instantânea. Mas não para por aí, se não tenho bônus, posso simplesmente conectar-me a internet, que também está com fácil acesso até mesmo a classe proletariada, que outrora não dispunha dessa regalia, então vou logo logando no messenger, skype... E entro em contato com um amigo, afair, namorada, parente, pessoas próximas ou de regiões distantes e até de outros países, nossaaaaaa... Pronto, "mato a saudade"!
Muitas vezes coisas que deveríamos falar pessoalmente, por "N" motivos, acabo dizendo por e-mail, uma mensagem "off line", acho que estamos nos acovardando. Mas essa é outra história, a temática desse texto é a seguinte: E quando não possuíamos esses meios de comunicação? Como você fazia para matar a saudade de alguém? Como fazia para se comunicar com aquela gatinha da escola?
Na minha época de escola não tínhamos aparelho celular, muito menos internet, lá pela 8ª série é que começamos com o bate-papo do uol...
Não tinha jeito, se não estudássemos na mesma escola sem chance. Porque mesmo que estudássemos em  períodos diferentes, nos encontraríamos na troca de turnos. Naquela época os horários eram: Manhã 7:00 ao 12:20 e período da tarde 13:00 às 18:20. Naqueles tempos mais antigos entre 12:20 e 13 h era servido almoço para os que estavam de saída e os que chegavam, então dava para dar uma namoradinha, éramos tão inocentes que 40 minutos era suficiente.
Agora se a namoradinha fosse de outra escola, putz aí complicava... Passávamos a semana toda sem a menor notícia, poderíamos até dar aquele "pelé" nos nossos pais e ligar do nosso fixo (que tinha apenas 7 dígitos) para o fixo dela, mas no final do mês a conta não se calava e o castigo era certo, não era bom negócio, Além disso tínhamos também todo um respeito pelas regras que nos eram impostas, logo, fora de cogitação efetuar uma ligação.
Restava então o fim de semana, nossa, e como era esperado esse danado heim... Clarooo que não poderíamos sair a noite, mas tínhamos todo o dia para irmos ao shopping, parque, ou andar no bairro dela... era tempo mais que suficiente! E que saudade que chegávamos, que vontade da outra pessoa... de contar tudo o que fizemos; tudo sentimos enquanto longe... Quantas e quantas cartas escrevi durante a semana para entregar em mãos, na esperança que ela ficasse lendo e relendo durante toda a semana...
Vou confessar, algumas foram perfumadas...
Consegue se lembrar qual foi a última vez que escreveu uma carta pra alguém e entregou em mãos? Se sim, lembra-se qual foi a reação da pessoa ao receber?
Normalmente não tenho vontade de voltar ao passado, pois aproveitei de mais, era feliz e sabia, e curto muito tudo que tenho a minha disposição hoje em dia, mas taí uma coisa que to sentindo falta...

2 comentários:

  1. Taí, me identifiquei com a saudade desses tempos e de como eram feitas as coisas, mas a "modernidade" nos deixa a vantagem de não perder contato com ninguém. Se o telefone mudou, temos o msn, se ela mudou de emprego, tem o orkut antigo, o e-mail, o facebook. Quando o contato virtual nao bastar sempre se pode marcar um encontro físico pos sms. Aí acho que saimos ganhando. bjo.

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  2. Para alguém que gosta de escrever como eu sempre gostei, houve um momento em que foi preciso adaptar-se a "tecnologia"...hoje percebo que pouquíssimas vezes escrevemos com "letra de mão", caneta, lápis...digitamos...e ainda assim, é possível transmitir a intensidade dos nossos sentimentos, desejos e inspirações...quem transmitia isso no papel, hoje transmite na tela...e quem nunca soube como fazer isso, nem a mais avançada tecnologia ensina...porque não se ensina a "ser"...nem a "viver" de verdade! E eu sou de verdade, então claro que algumas vezes sinto falta do papel, das letras cada uma com sua grafia característica e pasme!...do cheiro de algumas cartas perfumadas que eu também recebi...rs...lendo seu texto, lembrei ainda de momentos únicos...em que eu esperava o horário do meu primeiro amor sair para estudar, tomava banho, me arrumava e sentava no portão, para encontrar com ele "sem querer"...desse frio na barriga eu tenho saudade...muita saudade... ; )

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