sábado, 21 de maio de 2011

Vulnerabilidade - Alessandro Brito

Hoje é assim que me encontro, totalmente vulnerável...

Costumo dizer que não tenho limite, apenas limiar. É claro que falo de uma questão emocional, a questão fisiológica não conta. Fisiologicamente sou limitadíssimo, meus 4,00 de miopia (em cada olho) que o diga! Rs.

Normalmente, nas situações que decorrem na minha vida, sei como agir. Analiso as probabilidades de seguir ou recuar e, com base nas minhas vivências, me posiciono. Mas a vida nos cola em situações que fogem a este controle analítico. É justamente quando entro em estado de vulnerabilidade.

Meu "limite" era até o ponto em que eu tinha "domínio" da situação. A partir desse limite, considero me encontrar em estado de vulnerabilidade. Nesse estágio, perco a capacidade de premeditar. Paira a dúvida entre seguir ou recuar, mas se faz necessária uma escolha, entro então em uma zona de risco. 

Se tudo correr bem e eu retomar o controle da situação, terei em um novo limiar. Terei aumentado meu "limite".

Agora serão necessários novos fatos sobre aquela determinada situação para que eu entre novamente em estágio de vulnerabilidade. De acordo com as novas experiências, o limiar sempre terá a possibilidade de aumentar, quebrando então a regra de, sermos limitados.

Se no estágio de vulnerabilidade as resoluções não se derem de forma positiva, significa que me perdi no caminho. Apresenta-se então, uma nova oportunidade de progresso. Se faz necessário reavaliar todo o processo e buscar novas maneiras de conduzir.

Estar em estado de vulnerabilidade é, sem dúvidas, uma das sensações mais fantásticas que já sentiu. É como se nada eu soubesse, no fundo sei que não sei, mas minha vaidade não permite admitir. É como se eu regredisse e não tivesse discernimento algum, vivência nenhuma. Sinto um desejo louco de retomar as rédeas e, ao mesmo tempo, fascínio pelo inesperado, isso me consome. Sinto calafrios e um borboletário se faz dentro do meu ser e, cada milésimo de segundo me dedico a pensar, repensar. "Que tolo fui eu que em vão tentei raciocinar."

E sendo honesto, eu gosto e muito de me sentir bobo, porque no fundo eu sei que sou, embora eu finja não ser, rs.  Nessas horas me percebo um menino curioso.

Essa dúvida entre seguir ou recuar, é enlouquecedora!

Me pego sorrindo, assim, sem mais nem menos, sem saber se terei êxito ou não. Se apossa de mim um sentimento juvenil que vê apenas o que quero enxergar, deixando todo o resto do mundo (e suas racionalidades) secundário. São nesses momentos de vulnerabilidade que mais sonho, planejo e me exponho (mesmo que apenas pra mim mesmo). Todo frio que faz nessa madruga é irrelevante, perto do calor que sinto arder na alma.

São em meus momentos de vulnerabilidade que mais sinto meu sangue ferver e pulsar. Nesses momentos (que por vezes parecem intermináveis) consigo reconhecer que não sou espectro de homem, que não estou apenas passando pela vida, mas vivendo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Marcadores