sábado, 21 de maio de 2011

Quando se vai - Alessandro Brito

Quando se vai, não propriamente está indo embora, apenas partindo. Quando partes também permaneces. O corpo vai ao longe, vaga por aí, mas e o pensamento? Este ato que da vida as ações, que rege as emoções, ele vai embora ou apenas parte?
Se quando menos espera está pensando naquele sorriso que tudo ilumina, olhar de quem pede carinho e proteção, partiste-te ou fostes embora?
Se a essência do perfume lhe faz dar um sorriso de canto de boca e arranca um suspiro de angústia e melancolia, não podes negar que não fostes embora, mas apenas partiste.
Se todos teus atrasos te levam aquela pessoa que por vezes te esperou pacientemente faz diferença quem vos espera agora?
Poderia arrastar um outro mundo e alinhá-lo junto ao teu? Sim poderia e podes! Mas esteja certo que a sintonia é recíproca, se não for opte pela razão, pois a emoção é intocável quando a sua plenitude tem o alicerce da razão, caso contrário a emoção está solitária e não condiz como seu íntimo desejo. Se vives a emoção pela razão jamais te arrependerás pois tens como fiador a certeza de ambos terem se entregue.
Até para loucura é preciso coerência!
Não te envergonhes por não ter tido êxito em teus planos, aproveite para tirar novas lições.
A vida só vale se formos plenos no que desejamos, se os sacrifícios deixarem marcas em sua alma, se o medo for a força motivadora para penetrar no desconhecido e inseguro, a realidade é correr o risco do que quer que seja.
Olha para trás e orgulhe-se das tuas histórias, quando parar para refletir tenha sempre a sensação de que não poderia ter sido melhor ou tão intenso, a entrega nos deixa vulneráveis, deixamos florar nosso lado brega, cafona, ... mas ridículo é passar pela vida sem a vivência de uma paixão honesta.
As garantias que não tivestes, as juras que não recebestes, as ligações que nunca tocaram, o convite para festa que não tinha seu nome, os filmes que não assistiram, os passeios no parque que nunca aconteceram, os dias de sol que não pudestes contemplar, o frio que te fez acordar durante toda noite pela falta de companhia naquela madruga infinita, as músicas quem não tivestes tempo de mostrar-lhe, e tantas outras coisas viram banalidades perto daqueles momentos que juntos estiveram.
Se quis todas estas coisas é porque ela realmente era especial.
Saber reconhecer que perdeu é nobre, apenas um coração nobre pode aprender com as partidas da vida.

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